3 - A FESTA DA PREFEITURA

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Hoje tem a festa da prefeitura, o prefeito não arruma a rua, não taca um asfalto no bairro mas pelo menos tem festa (nunca teve).

Eu vou com Letícia mas nem queria ir, aquela rata sempre fica com as amigas dela que são outras rata.

- Oii amor! - Letícia me fala pelo telefone.

- Que é - falo na força do ódio enquanto provava as roupas de São João da minha mãe.

- Vem abrir o portão pra mim, tô na sua porta. - escuto a voz manhosa.

- É o que? - fico em choque e tiro o cropet rapidamente.

Essa rata não pode saber que eu uso as roupas de mainha quando ela sai.

- VOU ARROMBAR ESSE PORTÃO - Grita Letícia.

- Calma mermã, tô indo - falei desesperado parecendo gato quando vê banho.

Chego no portão e abro até que vejo que ela não tá sozinha, aquela rapariga da prima dela veio também, a Jussara.

- Valha você trouxe ela também? Se eu soubesse não tinha nem atendido o celular. - falei com desgosto.

- Que foi em? Vai lavar essas cueca freada. - falou Jussara com deboche. - em nem queria tá aqui, ela que me chamou.

- Entre logo antes que eu feche e deixe vocês na rua. - revirei os olhos.

- sim, e você vai pra festa de sanju? - perguntou Letícia.

- Vou pra ver o povo - disse em tom seco.

- ah. - disse Letícia com a cabeça baixa. - a gente pode conversar?

- Tá - respondo.

- Por que c tá tão seco comigo?, parece que é outro. - me fala em tom de preocupação.

- Ué eu só não tô animado esses dias. - falo com grosseria.

Eu não podia falar que não verdade eu só queria comer o Lucas porém ele né traiu.

- Então se é assim... Vamos terminar! - falou com certeza.

- pera, que? - olhei confuso e surpreso.

- isso mesmo, se você não vai me valorizar, então eu vou dar pra quem for. - disse ela com um sorriso de canto.

- Você não pode fazer isso. - falo querendo chorar. Fiquei tanto tempo com ela que quando percebi fiquei triste em perder a esposa e o amante.

- Eu já fiz. - sorri enquanto segura minha blusa e olha nos meus olhos.

- Vamos Jussara. - grita Letícia

17:56

Estava me arrumando para ir. Aquele cropet não seria bom pra mim mas queria muito usar. Uma das minhas maiores vontades é poder usar essa roupas de piranha a vontade porém eu tenho que manter minha imagem de hetero top que só come tcheca.

- Tá pronto? - manda Marcelo do Davikitsapp.

- tô sim. - digitei mesmo sabendo que nem se quer penteei o meu cabelo de miojo queimado.

- vamo se encontrar no açaí - ele digitou.

Ele sabia que o açaí era lá em cima no mercado e a gente morava lá em baixo na mercearia do seu José.

- bora. - digitei.

Penteei meu cabelo e coloquei minha roupa quadriculada enquanto pensava no meu cropet da Agatha Nunes caipira que eu comprei na shopskee.

Cheguei lá e não encontrei Lucas, não tive coragem de procura - lo.

Encontrei Marcelo e fomos atrás de Letícia e lá estava ela toda linda porém a gente havia separado e por mais que não a amasse sabia que ela ia dar pra o primeiro que ela visse na festa.

Achei um menino interessante que estava cantando a música de uma das atrações que era a banda mastruz com nescau.

Fiquei encantado escutando sua voz ao cantar "Jogaram uma bomba, no cabaré! Choveu pra todo lado um pedaço de mulher."

Quando fui até ele vi um menino chegar e a agarra -lo pela cintura.

- Oi mor! - disse o menino.

- Oi beber - disse o roubador de machos.

- pega uma bebida para mim? - perguntou o meu novo amor.

- claro beber - e saiu.

Naquela hora não sabia quem dava e quem recebia só sei que fui até ele e puxei assunto.

- oi - disse eu

- oi? - me olhou confuso

- qual seu nome? - perguntei

- Enzo - Disse Enzo

- o Enzo gostaria de amar a três? - nisso o "mor" ouviu e veio tirar satisfação.

- QUEM É VOCÊ PRA VIM DAR EM CIMA DO MEU BOY? TÁ LOUCA É BIXA? - Gritou.

- É o que? - olhei de forma debochada e fiz uma pose que qualquer Yag faria.

Ele me empurrou e a briga ficou tão absurda que fomos parar na delegacia e fiquei conhecido como bixa de Copacabana.

Davi Moedas Santos Onde histórias criam vida. Descubra agora