Cap 7

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Lauren Jauregui M.

Sabe aquela sensação de sentir que algo de errado está acontecendo?

Eu sentia exatamente isso sempre que me aproximava de Camila e a via quieta demais na presença de meu pai, coisa que que era bastante frequente.

Mais aí me recuperava da lembrança de a ver dançar solta e sorridente, de a ver animada com músicas, cantando como se não fosse haver o amanhã.

Camila era sem dúvidas uma mulher interessante, surpreendente e atrativa. Eu me sentia extremamente curiosa em a conhecer. Coisa que me surpreendia, quando eu poderia facilmente a detestar por se deitar na cama que um dia pertencia a minha mãe.

Mais eu não conseguia a detestar.

E eu queria conseguir. Talvez assim eu não estaria me sentindo tão culpada por a admirar e procurar tanto por ela, apenas com meus olhos.

Desde a noite que saímos, ela não falava muito e nada além do necessário. Durante a manhã, eu costumava sair com Verônica e Normani, enquanto chegava tarde, Camila já estava a mesa com Joe, que sorria sempre pra ela e a tratava de extrema alegria.

Mais eu havia notado sua frieza comigo, o que me era estranho, e eu sequer sabia a razão exata. Preferia pensar que se tratava da mentira durante o dia da saída. De toda e qualquer forma, eu mal via Camila, muito menos, sozinha.

Até hoje

A casa estava silenciosa quando entrei na casa, via a meia luz da sala acessa, enquanto o corredor estava escuro, exceto a fresta de luz do corredor, chamando a minha atenção por um dos cômodos sendo usados.

-Vou subir pra tomar um banho, pelo visto a casa tá vazia.-Veronica falou, assenti vendo minha amiga passando pela escada e sumindo de minha vista.

Tirei o tênis do pé, o deixando ao lado da porta e me aproximando com calma pelo corredor. E eu queria ter recuado e ter ido tomar banho também.

Mais parei bem a fresta da porta quando ouvi a música levemente baixa, a batida suave e latina. A mulher estava de costas, e estava nua.

Eu não conseguia ver sua bunda, mesmo que ela estivesse sentada de costas para mim. A mulher estava com seus dedos cheios de tinta, novamente pintando e completamente distraída.

A mulher tinha suas costas exposta, mesmo com o cabelo solto e longo caído pela sua pele. Usava um tecido, espécie de pano, pela sua cintura, cobrindo muito pouco de sua bunda/coxa.

-Não é muito saudável que fique me olhando desta forma.-Ela falou, engoli em seco. Mais Camila não se virou, permaneceu na mesma posição, ainda mexendo naquela tela de pintura.-Entre e feche a porta Lauren.

Entrei depois de alguns segundos pensativa. Fechando a porta atrás de mim e ainda estando atrás dela, pois eu sabia que poderia ter a visão completa de sua nudez se eu fosse ficar a sua frente. Meu pai não estava em casa, ela estava solta demais para que ele estivesse.

-Joe não está em casa Lauren. Se é isso que esteja se perguntando.-Ela falou, me fazendo umedecer os lábios, percebendo o quão nervosa eu estava.

-Você parece outra pessoa quando ele não está perto de você.-Falei olhando sua pintura, de fato, linda.

-Eu concordo com isso.-Ela falou com uma pitada de ironia.-Não sou nenhuma santa também Lauren. Tudo que me ocorre, é por que eu aceito.. nada além, até por que ninguém me controla, ao contrário do que pensa.

-Não penso nada. Não lhe conheço.-Falei, ela soltou uma risada.

-Exatamente.. você não me conhece.-Ela falou pegando um pano pequeno ao seu lado e passando em sua mão para tirar o excesso do líquido da tinta de seus dedos.

Camila tocou no tecido em sua cintura e se levantou segurando para que não caísse de seu corpo. Me dando a visão agora de suas pernas, tão atrativas quanto suas costas.

Eu começava a sentir meu corpo quente, junto a sensação de estar me excitando. Suspirei desviando o olhar daquela mulher que confundia meus pensamentos.

-Eu irei me deitar, Camila.-Falei respirando fundo. Vi a mulher balançar a cabeça.

Mais eu não conseguia tirar o pé de onde estava, travada no mesmo lugar. Vi Camila se virar com normalidade, me fazendo prender a respiração quando meu olhar teimoso parou em seus seios medianos.

-Sabe, Lauren.. eu sei que você pensa demais sobre mim.. que você se pergunta coisas demais sobre mim..-Camila falou caminhando ainda segurando aquele tecido para que não ficasse totalmente nua.-Sua curiosidade.. me.. atiça..

-Por que esta nua?-Perguntei olhando em seus olhos castanhos, mesmo que eu sentisse a vontade de olhar tanto para seu corpo.

-Eu costumo pintar estando nua, Lauren.. quem veio me procurar, foi você.-Ela falou dando de ombros, logo sorrindo de maneira travessa.-Não sou nenhuma santa Lauren, ao contrário do que pensa.

Me aproximei um pouco, cerrando o olhar em sua direção, vendo ela sorrir e não se sentir nem um pouco incomodada com a minha aproximação.

-Estou começando a perceber isso.-Falei olhando por seu rosto.-E sim, tenho muitas perguntas sobre você. sobre muitos "porquês".

-Não posso te responder nada que quer ,Lauren.-Ela falou, respeitei fundo olhando de maneira rápida para seus lábios. Descendo meu olhar novamente para seus seios. Mesmo que seus olhos analisassem meu olhar por seu corpo de maneira descarada.-Aproveite.

-Por que fala como se fosse intocável?-Perguntei percebendo que havia me aproximado mais sem nem perceber, olhando nos olhos da mulher que abriu um sorriso de canto.

-Eu sou.. não?-Ela jogou a pergunta no ar franzido o cenho.-Afinal de contas.. sou esposa do seu pai.

-Eu sei disso.-Falei deixando claro respirando fundo.-Mais você não é intocável Camila...

-Pra você, eu sou sim.. -Ela falou sorrindo e dando de ombros, se afastando. Me deixando a me perguntar se Camila ficava com outras pessoas, se era infiel dentro do casamento. Aquilo agonizou minha mente.-E cuide dessa sua ereção Lauren... feche a porta ao sair.

Acabei descendo meu olhar de forma impulsiva até meu volume naquela calça. Percebendo a semi ereção marcada em minha calça.

Aquela mulher era o demônio.
E eu só havia percebido aquilo, nesse momento.

A esposa. Where stories live. Discover now