Cap 16

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Lauren Jauregui M.

Dia seguinte

-Fico feliz que tenha vindo comigo. Acredite, passamos muito tempo afastados, não compensa muito ir embora depois de pouco tempo que chegou, filha.-Joe falou com sua mão em meu ombro, enquanto estávamos na recepção do hotel aguardando as chaves para nossos quartos.

Estávamos em Brasília. Ficaríamos apenas um dia, e eu já achava muito, mais depois de todos os últimos acontecimentos, estar próximo a ele, pra mim, era necessário para não levantar comentários ou pensamentos desnecessários.

Quando falei que voltaria para casa, minha irmã parecia ter entrado em colapso, não quis de qualquer maneira, já que sabia que eu não precisava retornar a trabalho no momento. Ela me queria por perto, e ao ter os olhos claramente preocupados de Camila sobre mim, eu apenas recuei a ideia, mais aceitei a viagem de rápida forma junto ao meu pai.

-O que faremos ?-Perguntei sobre o dia enquanto subíamos o elevador.

-Bem, vamos almoçar primeiro. Deve tá com fome também, não? Vamos encontrar uma amiga lá no restaurante daqui mesmo, que já está nos aguardando.. ela trabalha comigo.-Joe falou, assenti não me importando.-Irei só deixar as coisas no quarto, faça o mesmo. Te aguardo no corredor.

Meu pai saiu para dentro de seu quarto e eu fiz o mesmo, deixando minhas coisas e pegando meu celular para me certificar se havia algo importante, mais nada além de uma pergunta de Verônica se eu já havia chego.

-Pra tá me ligando, indica que chegou.-Veronica falou assim que atendeu, sorri.

-As vezes sinto que me ama além do que deve.. só estou a umas 5 horas longe de você.-Falei revirando os olhos, me sentando a beira da cama.

-Pare de coisas, só queria saber se você chegou bem.. ignorante.. e saiba que sua querida.. amante.. nunca saiu do quarto, acho que está depressiva com sua distância.-Veronica falou, pressionei os lábios, evitando a vontade de a xingar pela sua brincadeira em supor apelidos a Camila.

-Tchau Veronica.-Falei respirando fundo.-Em caso de assuntos emergências, você me liga.

Desliguei a ligação respirando fundo novamente antes de guardar o celular no bolso e sair do quarto, guardando também o cartão de entrada do cômodo. Vendo meu pai parado e já me aguardando ao corredor.

-Vamos lá, ela já me aguarda.-Ele falou com um sorriso, assenti entrando no elevador com o homem.-Ela se chama Karina.

-Parece bastante animado.-Comentei com o venho franzido, ele deu de ombros quando saímos do elevador, seguindo comigo para o restaurante do lugar.

Quando chegamos, vi uma mulher loira, bonita, porém a cerca da idade de Joe, abrir um sorriso enorme para o homem, sequer me reparando ao seu lado, abraçando meu pai pelos ombros, com calor e intimidade.

A mulher é bonita, parecia malhar com bastante frequência devido aos músculos expostos em um vestido sem manga que usava, não havia nenhuma tatuagem em seu corpo, e sim apenas sorrisos infinitos para o homem que fazia seus olhos brilharem.

-Essa é minha filha Lauren, a mais velha. Uma vez te falei sobre ela. Ela está em minha casa no rio, passando tempo comigo e os irmãos.-Joe falou me indicando, sorrindo pra mim. Abri um sorriso em mostrar os dentes e pressionei os lábios entendendo a mão para a mulher que apertou.

-Prazer Lauren, Joe fala muito de você. Me chamo Karina.-Ela falou simpática, assenti sentando a mesa com os dois, reparando a mão da mulher que vem ou outra pousava sobre o ombro de Joe, que apenas colocava sua mão sobre a da mulher e sorria.-Irei ao banheiro e já retorno.

Vi a mulher se levantar com calma, caminhando entre as mesas, a procura do banheiro. Encarei meu pai que me indicou o cardápio como se fosse para eu realizar minha escolha, mais apenas respirei fundo e cruzei minhas pernas embaixo da mesa.

-Camila sabe desta moça?-Perguntei com calma, notando o olhar de meu pai sobre mim.

-Deveria ?-Ele perguntou desentendido.

-Sou a mais velha, como você mesmo disse. Eu notei as investidas.-Comentei forçando um sorriso para não soar estranho.-Só me estranha bastante que tenha tanta intimidade com outra mulher assim , quando parece bastante próximo amorosamente de Camila.

-E eu sou, amo Camila. Acredite.-Ele falou com uma risada aparentemente irônica.-Mais acho Karina interessante também..Lauren.. nunca fui homem de uma mulher só.

-O que fiz com isso? Você traía minha mãe então? -Perguntei mesmo sabendo da resposta óbvia que eu teria.-É um absurdo que fale isso em minha cara.

-Olha, melhor que entenda que sua mãe já está descansando. Não há razões para entrarmos nesse assunto novamente.-Ele falou respirando fundo e parecendo criar paciência.-Não veio comigo para brigarmos... deixe que Camila, eu resolvo.. de restante, só te aconselho a ver melhor o lado das coisas, talvez seja por isso que tenha sido traída, é moleza demais.

-O que aconteceria se fosse Camila agora com outra pessoa ?-Perguntei cruzando as mãos por cima da mesa, ele me encarou e deu uma risada debochada.

-Acredita mesmo que Camila faria isso comigo? A troco de que ?-Ele perguntou ainda achando graça.-De qualquer maneira, seria inadmissível. E eu sei que você não esconderia isso de mim.

-Está enganado.. eu esconderia de você, sem nenhuma sombra de dúvidas.-Falei dando um sorriso forçado, dando dois tapinhas em seu ombro e me levantando.-Perdi a fome, irei dar uma volta.

Me afastei do homem e eu percebi durante o dia o quanto o arrependimento por ter aceitado vir, teria sido ruim. A necessidade e a obrigação não era precisa, então aproveitei meu momentos a sós comigo mesma para almoçar sozinha, caminhar um pouco.

Quando retornei ao final da tarde, subi pelo elevador sentindo o leve cansaço e desejando tomar um banho para me deitar.

Inclusive senti a pura ânsia insuportável de ver Joe na porta de seu quarto próximo ao meu assim que pus os pés naquele corredor, vendo o homem aéreo no momento que estava, beijando a boca da mulher loira que tinha suas mãos no ombro do homem, que apertava seu corpo contra si e não estava mais nem aí pra nada.

Pois sequer me viu, quando a puxou para dentro de seu quarto entre os beijos que davam e sumiram pelo quarto a dentro quando vi por fim, a porta se fechar, me mantendo sozinha naquele corredor.

A esposa. Where stories live. Discover now