CAPÍTULO-24

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Wann havia perdido a conta dos minutos que passou em transe, mas o mesmo foi quebrado ao ouvir o som da sirene de uma ambulância se aproximando.

A mulher consegue finalmente mover as próprias pernas para fora da calçada, quando tem seu percurso interrompido por uma voz familiar.

- Wann - chama fazendo a mesma piscar os olhos algumas vezes, de forma confusa - P'Wann!

A de óculos se vira para a entrada do prédio, soltando o ar que estava preso em seus pulmões.

- N'Malee... - murmura em um fio de voz.

A mesma força que a mulher conseguira para sair do lugar, se esvai como em um passe de mágica, fazendo a mesma cair de joelhos sobre o asfalto.

- Wann! - exclama Malee se aproximando - O que você... Está chorando?! - indaga ao se abaixar na altura da mulher.

- O que eu tenho que fazer? - pergunta com a voz embargada.

- O quê?!

- Eu faço qualquer coisa.

- Wann, do que você está falando? - pergunta ainda confusa.

- O que eu preciso fazer pra não te perder novamente?

- Wann...

- Eu não posso, N'Malee. Não posso imaginar te perder para sempre - diz ainda em meio as lágrimas.

- Wann, eu estou aqui! - fala fazendo a mulher curvar a própria cabeça - Vem aqui - diz envolvendo-a em um abraço apertado - Está tudo bem! Eu estou aqui, Wann - afirma sentindo sua blusa ser encharcada com as lágrimas da mulher.

- Eu preciso de você - diz em um tom abafado pelo abraço.

- O quê? - indaga Malee afastando o contato.

- Eu entendo que seja difícil me amar, por isso jamais te julgaria por evitar isto, mas eu preciso do seu amor, N'Malee. Me diga o que eu preciso fazer para tê-lo de volta, e eu faço. Apenas me diga!

A garota pressiona os lábios em um sorriso sem graça, abana levemente a cabeça, e com o polegar enxuga uma das lágrimas que escorria pela bochecha de mulher a sua frente.

- Eu sei o que eu disse lá em cima, Wann. Mas afirmar que eu não deveria amar você, não quer dizer que eu não ame. Porque eu amo, e eu senti sua falta todos os dias. Mas as coisas que você disse...

- Eu sei - interrompe segurando a mão da garota - Eu sinto muito por toda aquela baboseira que eu disse. Nada daquilo é verdade. Nada.

- Está tudo bem - diz de forma distante - É melhor levantarmos daqui, estamos no meio da pista - fala ficando de pé, e estendendo a mão para Wann em seguida.

- Obrigada - agradece ficando de pé.

- Wann! Seus joelhos! - exclama fazendo a mulher encarar os próprios joelhos, que agora estavam ralados - Você tem um kit de primeiros socorros?

- Eu devo ter um lá em cima.

- Então vamos - diz puxando a mesma pela mão.

Ambas voltam para o apartamento, e lá Malee põe em prática o que aprendeu com sua tia, que cuidava de todos os seus arranhões quando criança.

Wann permanece sentada no sofá, enquanto a de franja limpa seus joelhos com soro, seca-os com gaze, e passa uma pomada em seguida.

- Prontinho. Vai ter que repetir isso por três dias, até melhorar.

- Certo. Obrigada! - agradece com um leve sorriso.

- Não foi nada - diz correspondendo o sorriso da mulher.

7642 (GL)Onde histórias criam vida. Descubra agora