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CAPÍTULO-22

3 semanas depois

- E daí ele me disse que não poderia investir nisso, pois seria uma perda pra ele - comenta Niram, indignado - Como poderia ser? Não faz sentido, não é? - indaga encarando a mulher que possuía o olhar fixo na mesa - Wann!

- Hm? - murmura encontrando o olhar do homem a sua frente.

- Está me ouvindo?

- Desculpa, não estava - diz sem ânimo na voz, voltando a encarar a mesa.

- Em que mundo você está, hein?

- Hm?

- Aí meu Deus, Wann! O que está acontecendo com você?! - indaga fazendo a mulher franzir o cenho - Por algum motivo eu achei que as coisas entre nós estavam mudando, mas nas últimas semanas tudo voltou a estaca zero. Pelo menos antes você falava comigo, nem que fosse para me dar o maior esporro. Mas agora... Parece que eu estou vivendo com um fantasma - diz pegando a pasta sobre a mesa - Eu vou dormir na casa dos meus pais hoje. Se cuida, Wann - fala deixando o apartamento.

A mulher puxa o ar, levanta da cadeira e segue até a geladeira. Então começa a rotina das últimas três semanas: um pote de sorvete de creme, sofá, e Instagram. Ela passava horas rolando o feed até o pote de sorvete chegar ao fim, e então tomar um banho, ler mais uma das cartas do seu pai, e passar mais três horas rolando na cama até cair no sono. A única coisa que quebrava sua drástica rotina, era que há uns três dias um número desconhecido não parava de ligar. Mas como a mesma já estava acostumada com trotes ou coisa do gênero, não dava muita importância.

Ao sentar no sofá, a mulher encara o celular ao seu lado que começara a vibrar. Reconhecendo o número, a mesma bufa em desapontamento. Então decidida a acabar com aquelas ligações incômodas de uma vez, ela decide atender.

- Será que dá pra parar de me ligar?! Ainda não entendeu que está ligando para a pessoa errada? – indaga exasperada.

- Perdão! – fala uma voz masculina do outro lado da linha – Então não é o número da Wann? – pergunta fazendo a mulher franzir o cenho.

- Quem está falando?

- Aqui é o Taeng.

- Taeng?!

- P’Wann! É você! – exclama com um suspiro audível.

- Por que não para de me ligar?

- Se tivesse atendido há três dias, eu teria parado – explica fazendo a mulher revirar os olhos.

- Quero dizer, por que está me ligando? Aliás, como conseguiu o meu número?!

- Eu tenho alguns contatos. Bom... A Chai tem. Mas eu preciso da sua ajuda.

- Eu estou de férias, Taeng. Você também!

- Eu sei! Não é sobre a tutoria. É sobre... A Malee – diz fazendo o outro lado da linha ficar mudo – Wann? Está aí?

- Hum-rum – murmura – Continue.

- Olha, eu não sei o que aconteceu naquela sala antes do fim das aulas, mas algo na Malee mudou. Ela está... Diferente. Até mesmo comigo – fala em um tom melancólico – Ela anda mentindo para a tia dela, diz que vai para cursos extras de férias, mas na verdade vai para raves com Kiet.

- Kiet?! O mesmo que eu conheço?

- Pois é. Eu também fiquei surpreso – comenta – Mas não é sobre ele que estamos falando. P’Wann, a minha amiga não é mais a mesma. Eu não sei o que aconteceu naquele dia, mas algo na Malee se quebrou e... E eu acho que só você pode concertar.