Capítulo 1

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Prazer, o meu nome é Clarice! Serei a protagonista dessa nada linda história. Há alguns anos atrás, algo aconteceu em minha vida que me influenciou para que eu quase perdesse a fé no amor e nas pessoas. Mesmo que já tenha se passado muitos anos, ainda sinto o gosto amargo que aquela traição me causou.

A partir disso, eu vou começar a contar onde tudo começou e que mudou meu modo de agir, de pensar e de ser.

ALGUNS ANOS ANTES

— Clari, Clarinha.. me dê atenção, cara. Estou te contando a um tempão que descobri um jogo super da hora e queria que você jogasse também. Mas ao que parece, você está viajando acordada de novo e nem presta atenção em mim — diz Fernanda gritando e com cara enfezada ao perceber que sua amiga não prestava atenção nela.

— Desculpa, Nanda.. É que me lembrei da história que terminei de ler no Nyah.. Era simplesmente perfeita! — diz Clarice toda empolgada e com um sorriso enorme no rosto.

— Aff, se soubesse que você iria se viciar tanto assim no site nem tinha te mostrado — diz Fernanda com cara de tédio — Mas deixa pra lá! Como eu estava te dizendo..

— OK! — diz Clarice com um semblante travesso a interrompendo.

— Como assim, ok? Você nem ouviu o que eu disse para confirmar desse jeito — diz Fernanda revirando os olhos.

— Por acaso não é para eu fazer 'login' em um novo jogo que você encontrou, adorou, e quer que eu jogue junto com você? — questiona Clarice toda sarcástica e sorridente.

— Sim! Por isso te adoro, Clarinha — diz Fernanda toda contente a abraçando.

Clarice e Fernanda sempre foram amigas, se conheceram no Ensino Fundamental, mas Clarice não conseguia se lembrar de como surgiu a amizade entre elas. A única certeza que ela tinha dentro do seu coração, era que essa seria uma amizade para sua vida toda.

Fernanda era morena, olhos verdes, tinha um cabelo preto cacheado na altura do ombro e tinha 1,77 de altura. Ela era linda, tinha personalidade e muitos amigos. Muito diferente de Clarice, que só tinha a amizade da morena.

Clarice era tímida, se achava feia e desengonçada, não gostava de ter seu 1,54 de altura, e também era morena como a amiga. Ela tinha olhos castanhos escuros e cabelos ondulados da cor mel, o cabelo era nada definido, nunca sabia se ficava ondulado ou liso. Mas ela gostava disso, porque era como ela se definia, uma pessoa que não se definia por completo. Era tudo e ao mesmo tempo nada.

No mesmo instante em que Fernanda a abraçava no pátio da escola, passou na direção delas um garoto que Clarice nunca tinha visto na vida, muito menos naquele colégio, onde realizou o seu Ensino Fundamental e agora iniciava o Ensino Médio.

Ela ao olhar para ele ficou hipnotizada pelo o rosto, boca, cabelo, e até mesmo pelo o andar do jovem desconhecido. Ela não sabia o motivo de estar fazendo aquilo, ela não era dessas pessoas que ficava olhando para uma pessoa que não conhecia por muito tempo como ela estava fazendo naquele momento. Até que Fernanda entra em seu campo de visão, fazendo-a dar um pulo de susto pela presença repentina da amiga.

— Quer um babador, Clari? — diz Fernanda com ar de deboche.

— Do.. Do.. que você está dizendo? — diz Clarice gaguejando e sai andando em direção a sala de aula, tentando se esquivar do assunto.

— Eu a vi olhando toda concentrada no Guilherme — diz Fernanda a seguindo com a sobrancelha arqueada e um sorrisinho de lado.

— O nome dele é Guilherme? Você o conhece? — pergunta Clarice com uma voz demonstrando estar interessada, e logo se arrepende do que disse — Não é nada disso do que você está pensando, só perguntei por curiosidade — diz com uma semblante de indiferença.

— Sei.. — diz Fernanda com um sorrisinho malicioso, dando a entender que não tinha acreditado em nada — Mas enfim, eu o conheço sim. Ele é meu novo vizinho, se mudou já vai fazer uns 3 (três) meses. Às vezes vou na casa dele jogar, ou passar um tempinho. Sabe, se você fosse à minha casa com frequência já teria o visto há tempos.. Mas não é nada do que eu não possa concertar — diz Fernanda com um semblante pensativo.

— O quê? Concertar? O que você vai fazer? — questiona Clarice, mas logo percebe o que a amiga estava prestes a fazer — Por favor, não faça nada.. Eu não sei o que está passando nessa sua cabeça louca, mas por favor, não faça nada, por favor — fala em disparada de uma forma desesperadora e com os olhos cheios d'água pronta para começar a chorar de vergonha.

— Calma, amiga. Não precisa chorar eu não vou fazer nada, calma.. — Fernanda a abraçava, dando a entender que não faria nada, mas em sua mente já estava preparando todo um esquema para a amiga conhecer o Guilherme.

ClariceOnde histórias criam vida. Descubra agora