Clarice

Capítulo 7

MAIS TARDE

Clarice tinha acabado de levar Fernanda e Guilherme até a porta, para eles irem embora. E, não conseguia tirar o sorriso do rosto enquanto subia as escadas indo em direção ao seu quarto que ficava no final do corredor.

Foi a melhor tarde da vida dela, não podia negar. Para completar o pacote, ela entendia que estava completamente apaixonada por Guilherme. Era um fato, sido confirmado assim que ele e a sua amiga Fernanda foram embora.

Assim que chegou em seu quarto subiu em sua cama e ficou toda encolhida abraçando sua almofada e lembrando de cada detalhe que aconteceu à tarde. Quando Guilherme lhe respondia e até mesmo fazia questão de fazer várias perguntas a ela. Do sorriso dele, que simplesmente era a coisa mais linda do universo, sendo algo que ela achava.

Quando o seu celular começa a tocar, tirando ela dos seus devaneios, se dando conta que já tinha se passado muitos bons minutos desde que eles saíram da sua casa. Ela pega o celular no bolso do short que ela estava usando na parte de trás e vê que um número estranho estava ligando para ela, ela atende:

— Alô?

— Alô!

Ela conseguiu reconhecer aquela voz de imediato

— Oi, clarinha. Sou eu Guilherme — Ele diz pensando que talvez ela não saiba quem era que estava falando com ela. E ela o responde:

— Há, oi. Está tudo bem com você?

—Sim sim rs É que como você me passou o seu número, esqueceu de salvar o meu, por isso resolvi te ligar

Deixando ela totalmente surpresa por um detalhe tão pequeno para ela, mas que a deixou feliz

— Há sim.. Nossa, que cabeça a minha

— Não, imagina.. tudo bem, acontece

— Já chegou em casa? — ela pergunta, não querendo que aquela ligação terminasse tão rápido assim

— Sim, agorinha na verdade. A nanda me largou no meio do caminho, porque iria se encontrar com seila quem..

— Há, deve ser o Filipe — ela acaba dizendo no automático, pensando que poderia ser ele

— Hum.. o que ele é dela?

— Há rs nem eu sei muito bem.. Mas são meio como namorados, não sei definir muito bem a relação dos dois rs — ela responde facilmente para ele, depois daquela tarde juntos, era tão mais fácil conversarem

— Namorados? — ele fala com uma voz embargada

— Praticamente.. Está tudo bem? — ela percebeu que ele mudou o tom de falar

— Há.. Claro. — ele disfarça mudando de assunto. Não queria que ela soubesse que isso o afetou — Mas e aí, sua mãe já chegou?

— Ixi.. ela chega muito tarde da nossa loja. Fica no Centro da cidade, aí já viu. O trânsito também não colabora, mas ainda bem que ela já comprou um carro. Assim não precisa mais ficar esperando o ônibus

— A loja é de vocês?.

— Sim, é. Foi a realização de um sonho dela. Fiquei tão feliz quando ela finalmente conseguiu abrir a loja

— Que bacana! Imagino que sim. E seu pai, ele trabalha na loja com ela?

— Há.. — ela fala com uma voz meio estranha e ele percebeu

— Aconteceu alguma com você? Está tudo bem por aí? — fala com uma voz preocupada

— Não, não. Calma! Desculpa.. é que eu não conheço o meu pai. Ele sumiu assim que minha mãe contou para ele sobre a gravidez dela.. Nunca mais soube dele. Meu padrinho que me registrou com o nome dele. Foi muito bonito da parte dele. Mas ele já morreu faz uns anos.. - Nossa, meus pêsames.. Vocês eram muito próximos?

— Sim, éramos. Ele não teve filhos e nem se casou. Então sempre me tratou como uma filha de verdade, até me deixou como herdeira dos seus bens no testamento..

— Nossa. Sinceramente.. Ele foi um verdadeiro pai pra você..

— Muito mesmo.. Sinto muitas saudades dele — ela diz com uma voz meio embargada.

— Saiba que pode contar comigo sempre, viu —  Guilherme diz e ela sorri ao ouvir o que ele disse.

— Obrigada, Gui! — ela agradece.

— Imagina.. Meu pai morreu há muitos anos, então te entendo perfeitamente.

— Então saiba que pode contar comigo sempre também, ok? — ela diz com um sorriso no rosto por perceber que ganhou um novo amigo. E que era logo o Guilherme

— Pode deixar! Acho que ganhei uma nova amiga — diz Guilherme com um sorriso no rosto e Clarice sorri ao ouvir que, como ela, ele se deu conta também que acabara de criar um novo laço de amizade entre os dois.

— Bom, vou desligar. Tenho que fazer algumas coisas por aqui na minha casa, amanhã nos falamos. Beijos! — fala Guilherme já se despedindo de Clarice

— OK! Se cuida e beijos!

— Gostei bastante de passar um tempo com você hoje. — ele acaba falando, pegando ela de surpresa

— Eu também gostei muito — ela diz com um sorriso idiota no rosto

— Será que vai rolar uma próxima vez? — ele a questiona

— A minha casa está sempre disponível para você — Clarice acaba respondendo rápido demais, se arrependendo pela forma que disse e ficando apreensiva, acaba querendo completar com algo mais, mas ele já respondeu

— Ótimo! Já digo o mesmo sobre a minha casa, podemos jogar alguns jogos e tenho uma estante cheia de livros, quando quiser pegar algum emprestado, é só me avisar — ele diz, dando mais motivos para Clarice acabar gostando dele

— Sério?! Preciso verificar detalhadamente essa estante — o responde sorrindo com o celular no ouvido não ficando mais tensa como antes

— Só vir, viu!

— OK! Pode deixar!

— Bom, agora vou indo mesmo. Tchau! — ele disse

— Tchau! — e depois de alguns segundos ele desliga. Se antes ela já estava eufórica, agora estava mais ainda.

ENQUANTO ISSO NA CASA DE GUILHERME

Eu não consigo acreditar que estava tendo interesses pela Fernanda, e o pior, achando que era recíproco. O melhor que faço é focar na Clarice mesmo. Acho que tenho alguma chance com ela.

Guilherme meditava sobre muitas coisas, enquanto estava começando a ligar o computador em seu quarto, para jogar até a sua mãe chegar.

ENQUANTO ISSO, BEM DISTANTE DALI

Fernanda e Filipe estavam tendo uma conversa bastante tensa e complicada entre eles.

— Lipe, eu não estou podendo mais ficar com você. — diz Fernanda com um semblante muito triste

— Como assim? — questiona Filipe, não conseguindo entender nada daquela conversa - Eu pensei que você também gostava de mim..

Fernanda fica olhando diante dos seus olhos tentando pensar em uma forma melhor de dizer tudo aquilo, mas não vinha nada em mente, preferindo ser mais clara logo

— Eu também pensava que gostava de você ainda, mas.. as coisas mudaram.. eu estou gostando de outra pessoa.