Capítulo 17

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NA CASA DE CLARICE

Clarice repassava cada detalhe daquele dia, de como em menos de 24 (vinte e quatro) horas tudo tinha mudado gradativamente. De como em poucas horas, algo que ela sempre ansiou em sua vida de que queria que fosse real. Saindo dos livros de romance, e de sua imaginação, para algo que não fosse somente uma realidade verdadeira e nítida em sua vida, mas que ela iria sentir que era sincero, puro e verdadeiro.

Tudo o que ela sentia vindo de Guilherme era isso.

Acreditando plenamente que seus sentimentos eram recíprocos e que Guilherme sentia o mesmo.

Do pedido de namoro que ocorreu dentro da escola, assim que chegou. Ao ficarem juntos no intervalo das aulas. Sendo acompanhada por ele até a sua casa. E pedindo que ele ficasse com ela mais um pouco.

Das conversas que tiveram com tanta naturalidade. Aos beijos que trocavam um com o outro, em espontaneidade. No início de forma tímida, porque era tudo tão novo. Não em sentir o gosto dos lábios dele, isso ela já teve o prazer de sentir.

Mas dessa vez era diferente. Guilherme era o seu namorado agora. Nutrindo o mesmo sentimento por ela (que assim ele dizia e demonstrava sentir). Agora era um beijo como forma de pertencimento representativo, simbólico.

De saber que não iria precisar sentir vergonha se os vissem se olhando intensamente, de poder andar de mãos dadas, sem alguma dúvida surgir se poderia fazer tal coisa. Algo que naquele mesmo dia, no intervalo das aulas fez com ele.

Ao sair de sua sala de aula, deu de cara com ele a esperando, com aquele sorriso de canto que ela passou a amar discretamente desde a vez que o viu na escola. Os dois andando de mãos dadas, e foi ele que entrelaçou a mão dele com as dela. O carinho que ele fazia em suas bochechas volte e meia. Conseguia sentir o toque dele ainda.

Despertando das lembranças daquele dia, pegou o seu celular se lembrando de mandar alguma mensagem para a sua amiga Fernanda e descobrir como ela estaria. O que não adiantou nada, só caia na caixa postal. Assim decidindo que se mais tarde ela não atendesse iria ligar para a casa dela e falar com a mãe dela, só para saber se estaria tudo bem.

Com todas aquelas mudanças acontecendo rapidamente, não conseguiu ir na casa da amiga ver como ela estava, pois estava vivenciando algo muito diferente em sua vida. Estava finalmente conhecendo e sabendo como era namorar com alguém, e mesmo que tudo fosse tão recente, não perdia o seu valor como um fator importante em sua vida.

Olhando no celular a hora e sabendo que logo sua mãe iria chegar, decidiu ligar para Guilherme e saber se ele já iria voltar, ou iria demorar. Mesmo tendo ficado a tarde ali, agora seria diferente. Guilherme iria conversar com a sua mãe sobre isso. Se sentia ansiosa e feliz ao mesmo tempo.

— Oi Gui, você já está voltando? — Ela dizia, suspirando aliviada que ele finalmente tinha a atendido.

— Oi Clarinha, eu já estou terminando de me arrumar, e já volto para a sua casa — ele dizia isso para ela, quando na verdade estava acabando de entrar em casa, fator que ele não contou para Clarice — Sua mãe já chegou? Ela sempre chega tarde, tem certeza que hoje ela vai chegar cedo?

— Claro, nas sextas ela sempre chega mais cedo, para podermos aproveitar o início do fim de semana juntas — Antes dela continuar falando com Guilherme, ouviu um barulho da porta de entrada da casa, e ao sair do seu quarto foi verificar, era a sua mãe que estava já na sala tirando os sapatos dos pés, e se sentando em seu sofá — Aliás, ela acabou de chegar..

— Então já avisa a ela que eu estou indo aí te pedir em namoro oficialmente — ele dizia de forma muito segura do que estava dizendo.

— OK, Gui.. Só por favor, não demora, está bom? — ela dizia em sussurros para a mãe dela não a escutar.

ClariceOnde histórias criam vida. Descubra agora