Capítulo 18

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No dia seguinte em que mais um fim de semana se iniciava, esse fim de semana seria diferente para Clarice, Fernanda e Guilherme. Ambos acostumados com uma rotina, que a partir do dia anterior, iria influenciar para a mudança entre eles.

Na casa de Clarice, ela acordou com um sorriso no rosto por finalmente estar vivenciando o tão sonhado romance que lia em seus livros, agora não sendo mais em sua imaginação, e sim, sendo algo real. Decidindo ficar ainda nas cobertas por estar muito cedo ainda, mas pensando se o Guilherme iria vim ver ela, ou seria algo muito rápido e exagerado ainda passar os fins de semana juntos.

Na casa de Fernanda, ela acordou muito eufórica por se lembrar o que tinha ocorrido ontem com os seus pais. Temendo que talvez tenha sido tudo fruto de sua imaginação correu para o andar de baixo, se deparando com o seu pai e sua mãe conversando seriamente na sala de estar, sentados um de frente para o outro no sofá.

Decidindo ficar escondida para que eles não a vissem, ficou ouvindo o seu pai confessar sobre o relacionamento que ele mantinha com uma outra mulher. Nesse momento queria olhar para sua mãe, e encorajá-la a ouvir tudo o que ele tinha a dizer. Mas decidiu que era melhor não interferir nesse assunto, era o momento das verdades serem colocadas na mesa. Torcendo para que isso desse em um bom resultado, mas sabia que era arriscado, porque sua mãe estava ouvindo a verdade pelo o próprio marido, e talvez com a verdade tão escancarada ela não conseguisse suportar.

Por fim Fernanda decidiu ir para o seu quarto e tentar dormir mais um pouco, o que daria tempo suficiente para eles já terem terminado a conversa. Na casa de Guilherme, ele já estava de pé a horas, estudando como sempre fazia nos fins de semana. Ele iria realizar esse ano os exames para entrar na faculdade, especificamente no curso que ele sempre quis estar, no de Medicina.

Estudando com foco somente nos estudos, nenhuma outra coisa e nem ninguém, além dos estudos, passava em sua mente.

A manhã se passou rapidamente para os três. Cada um em seu mundinho e prioridade. A tarde se manifestando em um quente sol vibrante, e uma dose de calor.

Clarice acordou novamente, mas dessa vez, se levantando e não ficando mais deitada. Já tinha aproveitado a cama o suficiente, e também não queria acabar gastando o seu sábado inteiro apenas dormindo.

Como de costume ao levantar, foi procurar sua mãe, dona Hélba, que pelo horário estaria na sala assistindo alguma coisa na televisão. O que para surpresa de Clarice, não era isso que ela via, sua mãe não estava lá. Depois de procurar pela casa inteira, viu que ela não estava em nenhum canto da casa.

Pensando que talvez ela tenha ido ao mercado comprar alguma coisa, decidiu aproveitar esse tempinho, para tomar um banho.
E quando retornou ao seu quarto já de banho tomado, o seu celular começou a tocar, era a sua mãe ligando.

— Alô, mãe?

— Oi meu amor, acordou agora?

— Sim, até acabei de tomar banho

— Ótimo!

— Onde a senhora está?

— A menina que trabalha na nossa loja nos fins de semanas, ficou doente. Então eu tive que vir hoje, e provavelmente amanhã também terei que vir.

— Nossa, que péssimo tudo isso. Mas espero que ela se recupere e fique melhor logo!

— A filha, eu também espero que sim.

— Talvez seria uma boa, dar dois dias da semana quando ela puder voltar, assim ela não fica sem o salário do fim de semana.

— Gostei da ideia, filha. Depois irei falar com ela sobre isso

— OK, mãe

— Mas você já comeu alguma coisa?

— Ainda não, iria ver isso agora mãe

— Já que está de tarde vai almoçar logo, deixei comida pronta na geladeira.

— Obrigada, mãezinha

— Clarice?

— Oi mãe

— A Fernanda vai ir hoje aí em casa?

— Acho que não, por que?

— E o Guilherme?

— Ele eu não sei, por que?

— Se ele for, me avisa ok?!

— Claro que eu aviso a senhora, te ligo avisando.

— Tudo bem.. beijos, qualquer coisa me liga.

— Ligo sim, beijos mãe.

Ao terminar a ligação com a sua mãe, o primeiro pensamento que teve foi ligar para Fernanda, já que era o horário em que sempre a convidava para vir em sua casa nos finais de semana.

— Oi Nanda — Clarice sentia que finalmente iria conseguir uma conversa decente com a sua amiga.

— Oi Clarinha, tudo bem? — conseguia perceber que a voz da amiga soava bem e normal.

— Eu estou bem, e você? Ontem não conseguimos conversar muito bem, e eu acabei não indo na sua casa..

— Relaxa, Clarinha. Está tudo bem. — conseguia ouvir que a amiga estava dando um sorriso do outro lado da linha — Até foi bom que você não viesse..

— Por que?

— Bom.. porque o meu pai chegou mais cedo do trabalho para passar mais tempo com a gente, então eu não iria conseguir conversar com você sobre outras coisas..

— Entendo.. mas e como estão as coisas entre você e o Filipe?

— O Filipe?

— Sim.. sobre o término de vocês..

— Aaa.. sobre o nosso término..

— Você ainda não quer falar sobre isso?

— ... Clarinha.. eu tenho algumas coisas para conversar com você..

— Mesmo? Sobre o que?

— Bom.. é melhor conversarmos sobre isso na segunda, tudo bem?

— Por que só na segunda?

— É que esse fim de semana eu não vou sair de casa, os meus pais programaram algumas coisas.. desculpa, Clari.

— Já que ficaria complicado pra você, tudo bem..

— Assim você pode me contar na segunda o que você queria me contar, tudo bem?

Clarice sentia que Fernanda não queria continuar conversando com ela, por alguma razão, Fernanda queria finalizar a ligação rapidamente. E como ela não queria forçar a situação em que sentia estar forçando, decidiu apenas concordar com a amiga.

— Tudo bem, Nanda. Na segunda a gente conversa melhor.. – Clarice acabou falando de uma forma um pouco deprimida, porque não entendia a razão da sua amiga estar tão distante dela ultimamente.

— Obrigada, Clari. Eu vou desligar agora, OK? Beijoos – Fernanda dizia toda animada do outro lado da linha, sem notar que Clarice tinha a respondido um pouco chateada.

— OK, beijos Nanda — e assim que terminou de dizer ouvia que a ligação já tinha sido encerrada do outro lado da linha.

Nanda, o que está acontecendo com você.. era a única coisa que Clarice conseguia pensar naquele momento, deitando na sua cama novamente. O que fez com que ela pegasse no sono novamente.

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