Capítulo 3

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NO DIA SEGUINTE!

— Clerzinha, filha acorda você vai se atrasar — dizia a Mãe de Clarice; Dona Hélba, enquanto tentava acordar a filha entre sacudidas. Clarice tinha um sono muito pesado, e ficava altas horas da noite lendo, então era muito difícil ela acordar cedo por ela mesmo. — CLER!!! — berrava a mãe já perdendo a paciência, nesse momento Clarice acorda toda assustada com os berros da mãe.

— Opa, já acordei — diz Clarice se levantando da cama as pressas e se direcionando ao banheiro, para ir à escola. Todos os dias eram assim. Mesmo com os seus já 15 (quinze) anos, era sempre acordada pela Mãe aos berros e sacudidas. No fundo, mesmo que a Clarice demorasse pra acordar, e acabava perdendo a paciência com ela, Dona Hélba adorava fazer isso. Porque se sentia feliz ao perceber que a filha precisava dela ao menos nisso.

Clarice sempre foi uma boa filha, nunca dava trabalho, nem nos estudos ela pedia ajuda. A filha era muito inteligente desde pequena. E ela se orgulhava maravilhosamente disso. Ela sabia que a filha sairia bem na vida, mesmo não querendo admitir em voz alta.

HORAS DEPOIS, NO COLÉGIO..

— Hey, Clarinha — Fernanda chuta de leve os pés de Clarice chamando sua atenção, já que estava sentada na grama dos jardins do fundo da escola, encostada no muro e estava lendo um livro de cabeça baixa, com fones de ouvidos ouvindo músicas, assim não podendo ouvi-la e nem notar a sua chegada.

— Oii, Nanda! — responde Clarice com um sorriso no rosto, tirando os fones e fechando o livro o colocando na sua perna — Por que você não foi à aula do primeiro tempo?

— Acordei tarde, infelizmente não tenho a mesma sorte que você tem de ser acordada todos os dias pela a Mamãezinha — diz Fernanda com uma voz de deboche — Mimadinha! —Ela faz uma cara enfezada e se senta na grama ao lado da amiga. Elas adoravam se sentar ali.

Clarice começa a gargalhar alto e chega a tombar o corpo para grama se contorcendo de tanto rir da cara da amiga e de seu falso drama pela manhã

— Florzinha, sem dramas, por favor! — diz Clarice se endireitando e colocando a mão no ombro da amiga.

— Ok — diz Fernanda sorrindo de lado e percebendo o quanto foi dramática anteriormente —Hum, que livro é esse que você estava lendo?

— Na verdade, relendo.. — diz Clarice empolgada pegando o livro da grama, que tinha caído com ela. — O nome é "A probabilidade estatística do amor à primeira Vista" escrito por Jennifer E. Smith.

— Caramba, você não cansa de ler esse tipo de enredo não? — diz Fernanda impressionada e ao mesmo tempo com um leve toque de sarcasmo na voz.

— Aff, Nanda.. Claro que não, né. Você sabe que eu adoro esse tipo de enredo — diz Clarice um pouco magoada, pela pergunta sarcástica da amiga.

— Calma!! É brincadeira, Clarinha. Eu adoro esse seu lado romântico de ser. Não precisa ficar com essa cara triste — fala Fernanda tentando concertar o que tinha dito — Enfim, espera aqui que eu acabei de me lembrar que eu tenho que falar com uma pessoa. Já volto, ok? — se levanta e começa a limpar a calça.

— Ok. Vou continuar aqui lendo o livro, se por acaso eu não estiver aqui devo ter entrando para sala de aula — diz Clarice já colocando os fones de ouvido.

— Está bom. — diz Fernanda percebendo que sua amiga já tinha entrado naquele mundinho de contos de fadas e não tinha ouvido o que ela tinha dito. Fernanda não era uma pessoa desacreditada no amor, só que não gostava de ficar lendo ou assistindo romance, na verdade ela odiava tudo isso. E ver a amiga fazendo exatamente aquilo que ela mais odiava, profundamente a aborrecia.

ENQUANTO ISSO, NAS OUTRAS EXTREMIDADES DO COLÉGIO

O intervalo mal tinha começado e ele já queria que terminasse. Guilherme tinha acabado de mudar de escola, de casa e de cidade. Ele já estava acostumado com mudanças e conseguia se entrosar com as pessoas ao seu redor. Mas fazia uma semana que tinha começado as aulas e ainda não tinha feito amizade com ninguém de sua turma. Ele estava no Terceiro Ano do Ensino Médio e já estava contando os dias para que tudo aquilo terminasse e ele entrasse para alguma Universidade e cursasse o curso dos sonhos dele. Medicina.

Enquanto ele estava tomando um suco de laranja, que por sinal era seu favorito. Alguém pula em suas costas sem ele ao menos perceber e toma um susto. Mas logo percebe que era a nova amiga a Fernanda que tinha pulado em suas costas

— Nossa, cara. Você é pesada hein — diz Guilherme fazendo cara de dor

— Haha, engraçadinho — Fernanda diz sarcasticamente descendo das costas dele — É que eu vim aqui pra te buscar pra você ir lá falar com a Clarinha. Aproveitar que deu o intervalo.

— Bom, ok. — disse Guilherme enquanto terminava de beber seu suco — Vamos! — ele disse após jogar o copo plástico na lata de lixo.

Ele e Fernanda foram em direção ao jardim dos fundos da escola, onde ainda se encontrava Clarice sentada na grama lendo um livro que ele não conseguia enxergar de longe qual era o nome, e ela também estava com fones de ouvido.

— Ela parece ser bonita.. Acho que isso vai ser interessante — pensou Guilherme.

ClariceOnde histórias criam vida. Descubra agora