Capítulo 03: Behind the curtains

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Dylan Legrand
Los Angeles, Califórnia. 05/08/2017

Minhas mãos estão grudentas pelo sangue do desgraçado que tocou Alexa. Ele passou dos limites. Não que Mason tenha um cérebro, duvido muito disso. Mas tocar na minha garota mesmo quando eu disse para não chegarem perto, é pedir para ser morto.

 Se algo como a minha reputação não fosse um problema, com certeza já teria arrancado os braços desse puto. Ter um par de olhos em mim também não ajuda. Se meu pai prestasse mais atenção na piranha que ele está comendo, com certeza eu não precisaria me preocupar em manter minha pose de mocinho. 

— Eu vou acabar com a sua vida, Legrand — Mason murmura, minha mão apertando seu cabelo.

— Posso te garantir que não, bâtard — Sorrio. — Eu tenho dinheiro suficiente para subornar a diretora e acabar com a sua vidinha miserável.

Ele se surpreenderia com o que o dinheiro pode fazer. Subornei muita gente em Paris somente usando o meu nome. Mas um fracassado como ele nunca entenderia tal privilégio.

Observo seu rosto se contorcer de raiva. O sangue pingando no chão branco da escola é o sinal que devo parar.

— Mason, vou ser bonzinho e te dar esse último aviso — aproximo minha boca do seu ouvido e sussurro. — Pense duas vezes antes de tocar na Alexa de novo. Não. Melhor que nem pense nela. Eu tenho ciúmes.

Solto seu cabelo, fazendo sua cabeça bater no chão. O encaro uma última vez antes de me levantar.

— Não esqueça o que eu te disse, Mason. Não gosto de repetir coisas que já estão claras.

O loiro junta suas últimas forças e aponta o seu dedo do meio para mim. Que fofo, ele está bravinho.

Esses dias venho observando a Alexa justamente para esse tipo de traste não encostar nela. Meu erro foi ter me distraído com as merdas que o Ethan estava falando.

Mal cheguei de Paris e já fui marcado por ele.

O ruivo deve achar que eu quero roubar a atenção das garotas que ele fica. Estou pouco me fodendo para elas.

Não saí de Paris para ficar com uma menina que não seja a Alexa.

Caminho até o banheiro, na intenção de tirar essa sensação incômoda das minhas mãos. Embora eu tenha exagerado nos socos, duvido que Mason tenha aprendido a lição. Esse pau no cu só vai desistir quando estiver a sete palmos do chão.

Abro a porta e vou até a pia que deveria ser branca, mas está amarela. Prefiro nem saber o que raios aconteceu por aqui.

O banheiro parece estar sujo com todo tipo de coisa. Cerveja, cocaína, batom. 

A pergunta é, como a escola mais prestigiada da região pode ser tão nojenta?

A culpa de tudo isso é da diretora. Ela varre todos os podres para debaixo do tapete e mantém seus status lá em cima.

Sei disso porque a diretora é minha avó.

Abro a torneira e limpo minhas mãos. Saio o mais rápido possível do lugar para não sentir mais aquele cheiro de merda.

Dou alguns passos pelo corredor, sentindo o sol que entra pela janela de vidro esquentar o meu uniforme. O céu azul está recheado de nuvens brancas. Encaro minhas mãos, percebendo os arranhões que fiz depois de tanto afundar meus punhos na cara do Mason. Parte foi por causa dos anéis, deveria tê-los tirado do meus dedos.

— Dylan, você está aqui! — Ethan fala, com a mão apoiada no ombro da Arianna — Te procurei por todo lugar!

— Não procurou direito — digo, arrumando a gravata do meu uniforme.

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