Capítulo 09: The only

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Dylan Legrand
Los Angeles, Califórnia. 20/01/2014

Me levanto da cama às pressas quando vejo a luz do sol invadindo meu quarto pela manhã. Pego as roupas que separei ontem a noite e visto o mais rápido que posso. Coloco a camisa preta com o nome “Los Angeles”, uma calça cargo e as correntes e anéis da joalheria do meu pai que sou obrigado a usar.

Saio do quarto correndo e vou até o escritório, onde normalmente meu pai estaria, mas não o encontro. Caminho até a cozinha e vejo minha mãe sentada na mesa tomando seu café da manhã.

— Bom dia — digo, na intenção de chamar sua atenção.

— Bom dia — ela fala, parecendo nem um pouco interessada em mim, e sim no seu anel novo.

Papai deu esse anel de presente para minha mãe no jantar passado. Agora ela finge que não viu meu pai e a gerente da joalheria dele se comendo às escondidas. Ela não se cansa de ser corna contanto que tenha coisas caras.

— É só isso que tem a dizer para o seu filho? — pergunto, me aproximando da mesa. — Nada mais?

— Sim. O que mais eu diria? — ela fala, me olhando com desdém.

— Esquece — reviro os olhos. — Onde está o meu pai

— No trabalho.

— Como assim? Ele disse que passaria o dia comigo!

— Mudanças de planos, peste. Inclusive, ele disse para você arrumar suas malas ainda hoje. Vamos viajar amanhã.

— Como assim? Para onde?!

— Paris.

— Porra, por que?! Não vai me dizer que é por causa do David?

— Você sabe que seu pai tem coisas importantes para resolver, principalmente quando se trata do seu irmão. Futuramente ele vai herdar os negócios do seu pai em Paris.

Eu estou pouco me fodendo se ele vai herdar algum caralho. Eu não acredito que meu pai não vai voltar para casa e ainda vamos fazer uma viagem em cima da hora. Cadê a consideração nessa família, porra?

— Quanto tempo vamos passar lá?

— O tempo que seu pai quiser. Você não precisa saber de mais detalhes além de que vamos morar em Paris de agora em diante. Veja pelo lado bom, você vai ver seus amigos de infância

Nunca consegui ter amigos por causa do desgraçado do seu outro filho, mãe. Se fosse mais presente, saberia disso.

— Estou saindo — aviso, indo até a porta principal.

— Para onde você vai?

— Não é da sua conta.

Eu abro a porta e a fecho com força atrás de mim, andando sem rumo pela rua.

É incrível como tudo gira em torno do David. Se ele é tão perfeito era só ter tido apenas ele. Parece que eu nasci para passar raiva.

A rua está vazia, o sol não está muito forte e o clima é bem agradável. Pelo visto vou ter que comemorar meu aniversário sozinho hoje.

Escuto um barulho de passos ao meu lado, viro meu rosto para ver quem é mas uma folha de papel bate bem no meu rosto. Eu seguro o papel em mãos e olho para frente.

Há uma garota correndo bem na minha direção. Seu rosto está vermelho e seus cabelos estão desgrenhados, acredito que por ter corrido muito. Ela veste um pijama de patinhos e uma pantufa de cachorro.

Nem para combinar a pantufa com o pijama.

— Ufa! Obrigada… por… segurar… segurar o papel para mim! — a garota fala, ofegante.

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