Capítulo 08: Between flowers and memories

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Dylan Legrand
Los Angeles, Califórnia. 12/08/2017

Acho que fiquei mais impaciente depois que cresci. Essa é a única desculpa que eu posso dar para a Alexa. Não tenho outra justificativa para estar prendendo-a na porta da sua própria casa.

Ela me olha confusa e só de ter seus olhos em mim, e somente em mim, é o suficiente para me fazer questionar meu autocontrole.

Quando eu a vi abrindo a porta foi instantâneo… Eu a puxei para mim, seu rosto colidiu contra o meu peito e eu apertei ela em um abraço forte.

Eu estava com medo de que algo pudesse ter acontecido. O pensamento que eu podia perdê-la invadiu a minha mente com tanta força que nem pude diferenciar o certo do errado. Vim até aqui sem nem pensar nas consequências.

— Espera! Espera aí! — Alexa resmunga, e eu enfraqueço o meu aperto.

Minhas mãos descem para a sua cintura e eu examino desesperadamente cada parte do seu corpo, conferindo se ela está realmente bem.

Seus olhos se fixam nos meus, uma mistura de surpresa e medo era transmitida, mas foi se convertendo para um mais calma e cuidadosa.

— Aconteceu alguma coisa? — ela pergunta, mas não quero respondê-la agora. Ainda preciso ver se está tudo bem.

Sua pele ainda tem algumas manchinhas vermelhas, mas não parece tão grave quanto antes.

Não sei o que aconteceu ao certo, mas ouvi burburinhos sobre ser uma crise alérgica. Não podia simplesmente invadir o hospital e perguntar o que aconteceu, mas eu senti vontade, muita vontade. A festa voltou como se nada tivesse acontecido depois que eu a levei para a ambulância, mas eu fiquei puto por não poder fazer mais nada.

Depois de tudo, ainda tive que escutar a palestra de uma hora do meu pai, me explicando sobre responsabilidade e outras merdas que nem prestei atenção.

Minha cabeça não parava de gritar o nome da Alexa, nem mesmo por um segundo. Pensei que fosse ficar louco. Então, como uma pessoa super normal, decidi bater na porta da casa dela e fiquei quietinho esperando. Detalhe, esperei por dez minutos aqui fora. 

Será que fui muito impulsivo?

— Ei, com licença, querido. Vai ficar só me olhando mesmo? — ela balança as mãos na frente do meu rosto.

— Algum problema? — respondo, calmamente.

— Eu que te pergunto, seu esquisito! Bate na minha porta por um tempão, me puxa para fora e ainda me prende nos seus braços. Claramente você é o problema  — desabafa, e uma carranca se forma em seu lindo rosto.

Ela tem um ponto, mas tenho perguntas melhores no momento.

— Como está se sentindo? —  digo, acariciando o seu rosto com as costas da minha mão.

Seu rosto que antes parecia furioso, volta a ficar sereno e ela põe uma mecha de cabelo atrás da orelha.

Isso é bipolaridade? Parece tão instável.

— Estou bem… — responde, e eu suspiro, aliviado. — Desculpa, mas o que está fazendo na minha casa?

— Não posso vir aqui?

— Não é isso. Eu só quero saber o porquê de ter vindo até aqui.

— Porque eu quis.

Ela arqueia a sobrancelha e cruza os braços.

— Acha mesmo que isso é uma boa resposta?

— Não sei. É?

Abro um sorriso, me segurando o máximo para não rir das suas reações. Ela tira minhas mãos da sua cintura e suspira.

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