Capítulo 10: I can't keep you around

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Alexa Morgan
Los Angeles, Califórnia. 12/08/2017

Me sento no sofá, vendo minha mãe de braços cruzados e uma expressão que me causa calafrios.

Dou toda a razão para ela. Eu errei em ter ido na onda do Dylan, mas ele meio que não me deu opção, não é? Não posso ficar me culpando por algo que não me diz respeito.

Mas não posso negar que me diverti…

De qualquer forma, o que mais me irrita é o fato do Dylan estar com um sorriso de orelha a orelha, mesmo sabendo que eu estou prestes a ser dissolvida da família.

— Alexa Morgan — minha mãe fala, sua voz rígida feito pedra.

— Sim, mamãe? — respondo, com a cabeça baixa.

— Sabe como eu fiquei preocupada?!

— Eu imagino…

— Não, não imagina! Se imaginasse, teria me avisado antes de sair por aí. Fugir enquanto eu estava dormindo? Isso não é uma coisa que você faria, Alexa.

— Desculpa, mamãe…

— Você sabe que eu só tenho você, Alexa, e você foge para não sei onde com um menino que eu nem conheço!

— Não vai mais acontecer.

— Não mesmo. Agora vá para o seu quarto porque eu vou ter uma conversinha com o garoto.

— Mas, mãe…

— Sem mas!

Olho para o Dylan do meu lado e estranhamente ele não parece nervoso nem nada do tipo. Ele continua sorrindo como se achasse divertido.

Dou uma beliscada no seu braço e ele olha para mim com uma sobrancelha erguida.

— Não fale nenhuma besteira enquanto eu não estiver aqui, entendeu? — sussurro, e ele inclina a cabeça, se fazendo de sonso.

— Fica tranquila, eu nunca falo besteiras.

Eu estou ferrada se depender dele.

— Mãe, podemos conversar nós três?

— Você está me desobedecendo, Alexa Morgan?

Ela disse meu nome inteiro pela segunda vez… Já vou me preparar para o meu velório.

Levanto do sofá, ainda com a cabeça baixa, mas a ergo quando começo a subir as escadas e olho para o rosto presunçoso de Dylan.

Acho bom você se garantir com mães, ou nós dois estaremos a sete palmos do chão.

                  (...)

Encosto meu ouvido na porta, escutando as risadas do Dylan e da minha mãe.

Mas o que aconteceu? Pensei que minha mãe estaria massacrando o Dylan com as palavras, mas ela está toda de bem com a vida. E outra, quanto tempo eu não vejo a minha mãe rir assim?

Eu posso ganhar até um ano de castigo, mas não posso deixar de ir ver o que está acontecendo.

Abro a porta e desço as escadas devagar, como se eu estivesse em um filme de espiões. Pena que não sou muito habilidosa, já que quando chego na metade dos degraus, o Dylan acena para mim.

— Que bom que voltou, Alexa. A senhorita Beatriz é muito divertida! — ele diz, e minha mãe coloca a mão sobre o peito com um sorriso. Modéstia que fala?

— O que aconteceu para vocês dois ficarem amiguinhos em questão de segundos? — questiono, indo até o sofá e me sentando.

— O Dylan me contou que vocês são amigos na escola e que você o ajudou em seu momento mais difícil — a voz da minha mãe treme, como se estivesse prestes a chorar. — O pobrezinho sofreu tanto… Por que não trouxe ele aqui antes, hein, Alexa?

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