In the Moondust - Jack x Elsa

❆ Capítulo 4 ❆

Os pés de Jack estavam ligeiros. Mal ele pisara na neve e já corria para a entrada do Ahtohallan. Estava curioso, e nada o segurava quando ele queria respostas.

A primeira delas veio quando ele adentrou a caverna da geleira e viu Elsa parada ao centro, em pé e de costas para ele.

— Olha só, você veio mesmo!

Elsa se virou e arregalou os olhos ao ver o guardião, surpresa. Ela deu um sorriso simpático.

— Pois é, eu vim! — ela deu de ombros — E você parece impressionado, achou que eu não viria?

— Pra dizer a verdade..., achei sim. Mas aí pensei, "só vou ter certeza se eu for pra lá". — ele girou o cajado entre os dedos ágeis, parando de andar quando ficou há poucos metros de distância de Elsa.

— Que coincidência, eu pensei a mesma coisa.

Ele a fitou: — Bom, então seria injusto com, sei lá, o destino se não aproveitássemos esse tempo, não é?

— Tem razão, Jack Frost — o sorriso dela aumentou e seus ombros se encolheram, dando-lhe uma postura acanhada — Desculpe, é estranho pra mim chamar alguém por esse nome, ainda mais quando é pro verdadeiro dono desse nome!

— Você vai fazer a fama subir pra minha cabeça!

— Haha, achei que já lidava com esse tipo de coisa!

Jack riu. Ele estendeu a base de seu cajado para Elsa, o que fez o sorriso da outra diminuir enquanto seus gigantes olhos azuis se amostravam mais.

— Pega — ele disse.

— E-Eu não posso...

— Que foi? Ele é de verdade, não vai evaporar da sua mão.

— M-Mas..., é seu!

— E eu estou deixando você segurar!

Elsa baixou os olhos para o cajado. Seu coração acelerou, não podia acreditar que estava realmente fazendo o que ia fazer. Um objeto tão valioso, que estava dentro de uma lembrança ainda mais valiosa para ela.

Seus dedos seguraram a base fina de madeira, acima dos dedos de Jack. A caverna se iluminou em cores violeta e turquesa, como se despertasse de um sono profundo. O gelo do Ahtohallan começou a estalar em uma melodia aconchegante, as cores se misturavam nas paredes e dançavam para os olhos de Elsa e Jack, estupefatos.

E então, a parede congelada à esquerda de ambos formou uma imagem sobre as fissuras do gelo. Lentamente, a figura de Elsa criança voltou a aparecer; a menina estava deitada no que parecia ser um chão de madeira, adormecida; ela abraçava um livro aberto durante seu sono, à luz de diversos outros livros organizados em uma extensa estante atrás de si.

Elsa se aproximou, curiosa, da projeção. Jack a acompanhou, igualmente interessado ao ver que ela sorria conforme chegava mais perto.

— Esse livro — ela apontou para os braços da garota —, era nesse livro que eu lia a sua história!

— Sério? Deixaram ela tão grande assim? — brincou.

— Não! Esse livro tinha várias histórias, lendas, contos..., inclusive o seu — explicou — Eu gostava de pedir pra minha mãe ler pra mim. Mas, nessa noite aí, eu... acabei fugindo do meu quarto de madrugada e fui pra biblioteca do meu pai pegar o livro sozinha.

Elsa soltou um riso bobo com a memória.

— Aí eu peguei no sono depois de ler sobre você umas milhares de vezes! — ela continuou — Eu... precisava muito daquele livro...