❁ Capítulo 11 ❁

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Jack pousou seus pés na grama.

Viu-se no topo de um morro médio desconhecido, cuja paisagem se abria em um extenso campo aberto e verde, com pequenas flores rosadas e outros morros mais distantes. O azul vivo dominava o céu e ampliava a vista, como se esta não houvesse fim mais além.

Logo adiante, ele viu Elsa, sentada na grama com as pernas estendidas, as mãos para trás apoiando seu próprio tronco e de costas para ele.

O guardião abriu um sorriso no mesmo instante e caminhou em direção a ela. A expectativa preencheu seu coração.

— E aí?! — cumprimentou ele, alegre, ao se sentar ao lado de Elsa, esticando as pernas.

Elsa não o olhou, continuou com o rosto voltado para frente, neutra.

— O Gale estava me perturbando e me trouxe pra cá, você queria me ver? — perguntou ele.

Elsa apenas assentiu com a cabeça, sem olhá-lo nos olhos mais uma vez.

O sorriso de Jack começou a murchar.

— O que foi?

Elsa se manteve em silêncio. Ela piscou e respirou fundo, como se pensasse nas palavras que queria dizer.

Algo estava diferente nela. Não era sua quietude ou seu foco na paisagem verde. Nada em Elsa lhe transmitia uma tristeza aparente, ou uma felicidade.

— Sabe, Jack — ela começou a dizer —, eu pensei muito nos últimos três dias. Sobre a minha ida pra Arendelle. Acho até que ainda estou pensando nisso...

— Você... se arrependeu?

— Não. Esse é o problema.

Jack franziu o cenho de leve.

— Problema?

— Sim. Porque eu achei que nunca conseguiria fazer aquilo de novo, mas eu fiz — ela suspirou. — E depois de ter feito algo assim..., sinto que posso fazer outras coisas.

— E isso é ruim?

Elsa mordeu os lábios e seus olhos se iluminaram.

— Não. Mas é difícil — respondeu.

Elsa, enfim, virou o rosto para Jack.

O guardião notou que o brilho em seu olhar estava ali graças à cortina translúcida de lágrimas acumuladas na beira de seus olhos azuis. Porém, não via tristeza em sua face ou em sua postura; apenas via peso, um duro peso. Jack refletiu consigo que a mente e o coração de Elsa diziam coisas diferentes.

A mão direita de Elsa pousou sobre as costas da mão do guardião, que não tirava os olhos dela.

— Quero levar você em um lugar. Pro lugar onde a Anna está — disse ela.

— Tudo bem... — ele assentiu com a cabeça.

A frieza afetuosa da mão de Elsa sobre a sua e a resposta para uma curiosidade interna fez o peito de Jack acelerar.

Elsa se levantou do chão e o guardião fez o mesmo. Ela voltou o olhar para frente e começou a andar, Jack se pôs a segui-la mantendo certa distância.

A brisa acalorada da primavera ondulava os cabelos de Elsa para a direita, tal qual a capa repartida e transparente de seu vestido branco. Ela descia cada vez mais o morro e mantinha o caminho em linha reta.

Os pés de Jack afundavam pesados na grama. Ele não era muito bom em esperar, gostaria de ir voando ao tal lugar misterioso e nutrir de uma vez por todas a pergunta que o torturava: "onde estava Anna?". Mas ele não era mais o moleque invisível que congelava tudo o que via, ele era um guardião; e ás vezes isso significava conter seus impulsos em vez de confiar neles.

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⏰ Última atualização: Nov 01 ⏰

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In the Moondust - Jack x ElsaOnde histórias criam vida. Descubra agora