06 The Rain

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A delegacia, agora um reduto de desespero, vibrava com a tensão de um cabo de guerra prestes a romper. As celas, recheadas de zumbis, eram como jaulas de feras selvagens, e Zoe, a chefe de polícia, era a guardiã involuntária desse inferno. Com a arma em punho, ela confrontou Tatum, o olhar carregado de suspeitas e medo.

— Identifiquem-se agora! – A ordem de Zoe era um trovão em meio ao silêncio. — O que querem aqui?

— Não somos inimigos,–Jungkook tentou apaziguar, mas suas palavras pareciam se perder no vazio da desconfiança.

A paciência de Zoe  estava por um fio, e Tatum, impulsionado pela urgência, avançou. A luta que se seguiu foi brutal, um embate de forças desesperadas. Tatum era puro ímpeto, seus golpes carregados de uma necessidade primal de sobreviver. Zoe, treinada e ágil, respondia com a precisão de quem conhecia cada canto daquele lugar. Eles se chocaram contra o painel de controle, e um som sinistro anunciou a liberação dos zumbis.

— Corram! – Jungkook gritou, agarrando Soyeon pelo braço.

Eles correram pelo corredor, desviando dos zumbis que emergiam das celas como demônios de uma caixa de Pandora.

A fuga era um caos, um labirinto de morte onde cada esquina poderia ser a última. Tatum e Zoe, agora aliados forçados pela situação, lutavam para abrir caminho, enquanto Jungkook protegia Soyeon.
Mas o destino é cruel, e no momento mais crítico, Soyeon tropeçou, caindo entre os estilhaços de vidro, ela gritou mas sua voz era um sussurro diante do rugido dos mortos que se aproximavam.

— JUNGKOOK...

Jungkook se virou, a agonia estampada em seu rosto, mas Tatum o segurava, a realidade cruel em suas palavras:

— Não podemos salvá-la agora!

Tatum, com uma decisão que carregava o peso do mundo, arrastou Jungkook para fora, para a chuva que caía como lágrimas do céu.

Quando finalmente alcançaram a segurança, a verdade do que havia acontecido os atingiu como um soco. Soyeon estava presa, provavelmente perdida para sempre, e eles tinham que continuar sem ela.

— Não podemos voltar, — Tatum disse, sua voz um sussurro firme contra o vento. —  Por ela, temos que sobreviver.

Jungkook assentiu, as lágrimas se misturando à chuva, uma promessa silenciosa formada em seu coração. “Por Soyeon,” ele murmurou, e com essa promessa, eles seguiram em frente, deixando para trás a delegacia e a memória daquela que eles acreditavam ter se sacrificado para que pudessem viver.

A dor de Jungkook era um abismo sem fundo. Soyeon, sua luz em meio ao caos, agora era uma lembrança dilacerante. Ele se lembrava de cada sorriso, cada toque, cada palavra de esperança que ela havia compartilhado. E agora, tudo o que restava era o eco de seu grito de socorro, um som que ele carregaria para sempre em sua alma atormentada.

— Eu deveria ter salvado você,– ele sussurrava para o vazio, enquanto a chuva lavava seu rosto, mas não sua culpa. — Eu sempre vou te amar, Soyeon. E eu nunca vou esquecer.
A promessa de sobreviver era agora um juramento, um voto de honrar a memória de Soyeon, de viver por ela, por tudo que ela representava.

E assim, com o coração partido, Jungkook continuou, cada passo um tributo à mulher que ele amava, cada respiração um lembrete da vida que eles deveriam ter vivido juntos.

[...]



Seokjin e a pequena Suan permaneciam no carro, a inquietação crescendo enquanto aguardavam o retorno do grupo da delegacia. O silêncio era interrompido apenas pelo som abafado dos zumbis e pelo ocasional estalo do motor resfriando. A porta do carro se abriu com um rangido, e Jungkook entrou, o semblante carregado de uma tristeza profunda que parecia consumi-lo. Seokjin observou, através do espelho retrovisor, Tatum e uma mulher que ele não reconhecia, se aproximando do veículo.

Zoe, com os olhos fixos na delegacia que fora seu refúgio, agora infestada de mortos-vivos, parecia confrontar a realidade de sua perda.

— Vocês fizeram isso, – acusou Zoe, a voz trêmula de raiva e desespero. — Vocês trouxeram essa destruição!

Jungkook mal registrava as palavras, perdido em seu próprio mar de luto. Seokjin, percebendo a tensão, interveio.

— Venha conosco! – ao sair só carro, ele ofereceu a Zoe, — não parece que você tenha para onde ir.

Zoe hesitou, a dor e a teimosia travando uma batalha em seu interior.

— Não.– ela recusou, virando-se para fugir, mas a horda de zumbis que se aproximava não lhe dava escolha.

Seokjin, sem perder tempo, assumiu o volante, a urgência clara em seus movimentos. Jungkook, ainda abalado, no banco de trás, enquanto Tatum ocupava o assento do passageiro. Com um olhar final para Zoe, que corria em direção incerta.

Seokjin deu partida no carro. O veículo avançou, deixando para trás a delegacia e os zumbis que quase os haviam alcançado. A estrada à frente era incerta, mas a necessidade de sobreviver os unia. Jungkook, com o rosto pressionado contra a janela, observava a chuva cair, cada gota refletindo a promessa que fizera a Soyeon. Ele seguiria  em frente, por ela, pela esperança de um amanhã menos sombrio.

 Ele seguiria  em frente, por ela, pela esperança de um amanhã menos sombrio

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🧟‍♂️

Mais uma capítulo, esse eu gostei muitooooo, oque acham?

The Living Dead - Dias FinaisOnde histórias criam vida. Descubra agora