Em um mundo pós-apocalíptico, onde a desolação e o desespero reinam, Jimin é uma sombra entre as ruínas. Perseguido pelas perdas que sofreu, ele se fecha para o mundo, incapaz de confiar novamente. Mas a vida tem planos diferentes para ele.
Ao enco...
🚫Menção a abuso sexual, tortur a psicológica, e agressão física.🚫
🚫QUEM FOR SENSÍVEL A ESSES TEMAS, RECOMENDO PULAR ESSE CAPÍTULO.🚫
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Kim Taehyung puxava o lençol que cobria mais um cadáver, assim como os outros dez anteriores. Estava pesado e exalando um mau odor.
O pátio deserto daquele hospital psiquiátrico era o lugar onde, todas as manhãs, pelo resto de seus dias, ele teria que transportar e queimar os corpos dos mortos que cercavam o lado de fora.
A simples ideia de viver ali, rodeado daquelas pessoas sanguessugas, lhe causava dor de cabeça e náusea.
— Ei! Kim Taehyung.
Os olhos se fecharam e a dor de cabeça começou a incomodar. Taehyung odiava o dono da voz que o chamava.
Mas ele não interrompeu o que estava fazendo. Continuou transportando o corpo putrefato para a pilha, onde seria incinerado.
— Pretende me ignorar? Tem certeza?
Engoliu em seco, soltando o lençol no chão. Taehyung olhava para frente, a cerca e os mortos não eram as únicas coisas que o impediam de sair dali.
Ele voltou-se para trás e avistou Lee Jaewook, um dos antigos enfermeiros do hospital psiquiátrico, aquele que fornecia os remédios de que TaeHyung precisava... mas eles eram extremamente caros. Além de comida e roupas novas, a gangue exigia favores que TaeHyung odiava; quando não tinha o que eles queriam, ele pagava com o próprio corpo, sentindo nojo daquela gente.
— Você não fez o pagamento na data, está atrasado novamente.
O líder deles falava com um sorriso perverso nos lábios, as mãos repousando nos bolsos da calça. TaeHyung ainda tiraria aquele sorriso de sua cara.
— Amanhã sem falta eu levarei o pagamento, Lee. – o garoto terminou de falar, seu rosto completamente inexpressivo, as palavras saindo automaticamente.
— O prazo já acabou! Foi ontem, meu docinho. – Lee se aproximava de Kim com passos lentos, os fios de seu cabelo se movendo ao leve vento. —E os juros só aumentam, você sabe... eu não sou muito paciente.
Lee colocou sua mão direita no ombro de Kim, o contato fazia Taehyung se sentir atordoado, ele olhou para baixo, sem coragem de encarar o homem à sua frente.
A boca estava seca, parecia cheia de lâminas afiadas, Taehyung estava se segurando, sentindo formigamento nas mãos e os olhos pesados. Ele percebeu que o ambiente era ameaçador e só queria sair correndo dali, mas não podia.
— Estarei te esperando no meu quarto, querido - disse Lee, com o cheiro de alho estragado saindo de sua boca, revirando o estômago do jovem diante dele. — Não demore, tá?
