I let you treat me like that

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Pov. Maya Bishop


No sábado, minha vida estava perfeita: uma ótima carreira, um apartamento arrumado, várias mulheres disponíveis para brincar onde e quando eu quisesse. Domingo e segunda: uma completa merda.

Eu não conseguia me concentrar e ficava assistindo aquele vídeo compulsivamente, além de ter a calcinha de uma estranha queimando um buraco no chão do meu quarto. Ajeitando-me na cadeira, passei o polegar na tela, ligando o celular pela milésima vez no dia. O assunto na reunião do almoço tinha se desviado novamente, e tentei fingir interesse nas bobagens que surgiam, mas, assim que começaram a falar de futebol, eu simplesmente desisti.

De qualquer maneira, eu só conseguia pensar nela. Olhei para o celular e chequei o botão de volume. Hesitei por um momento antes de apertar o play. A tela estava escura, a imagem, tremida, mas eu não precisava ver todos os detalhes para saber o que viria a seguir. Mesmo sem som, eu conseguia lembrar da música pulsante e a maneira como seus quadris se moviam no ritmo enquanto a saia subia cada vez mais pelas coxas. As mulheres americanas não apreciam o valor de uma pele branca e macia, mas a minha estranha tinha a pele mais perfeita que eu já vi.

Droga, eu a lamberia desde o calcanhar até a cintura se ela me desse a chance.

E agora sei que estava dançando só para mim e sabia que eu estava observando. E ela adorou. Deus. Aquele vestidinho. Os cabelos caindo pelas costas tão castanhos e aqueles enormes e inocentes olhos castanhos. Olhos que me deixavam com vontade de fazer coisas muito malvadas enquanto ela me observava. E a bunda perfeita, e os seios também não eram nada mal.

– Você é uma péssima companheira de almoço, Bishop – Jack esticou o braço e pegou uma batata frita do meu prato.

– Hum? – murmurei, com os olhos ainda abaixados, tomando cuidado para manter uma expressão neutra. – Vocês estão discutindo futebol. E eu morrendo de tédio. Estou sentada aqui praticamente morta.

Se tem uma coisa que aprendi nesta profissão é que você nunca, nunca mostra suas cartas, mesmo quando está segurando a pior mão possível. Ou um vídeo de uma garota dançando minutos antes de você ter transado com ela.

– Seja lá o que estiver olhando nesse celular, obviamente é muito melhor do que os Jets vão fazer neste ano. E você não está compartilhando.

Se ele soubesse.

– Estou dando uma olhada no mercado – eu disse, balançando um pouco a cabeça. Quase soltei um grunhido quando fechei o vídeo e guardei o celular no bolso do meu casaco. – Só coisa chata.

Jack tomou o resto de sua bebida e riu.

– Eu te odeio por você mentir tão bem – se não fôssemos melhores amigos desde que abrimos uma das mais bem-sucedidas empresas de capital de risco há três anos, eu poderia até ter acreditado nele. – Acho que você está vendo pornografia no seu celular.

Eu o ignorei.

– Ei, Maya – James Marshall, nosso conselheiro sênior de tecnologia, se inclinou para o meu lado. – O que aconteceu com aquela mulher com quem você estava conversando no bar?

Normalmente, quando meus melhores amigos perguntam sobre alguma mulher que eu conheci, eu respondo, desinteressada, "Foi só uma rapidinha", ou apenas diria "Limusine". Mas, por alguma razão, desta vez eu balancei a cabeça e disse:

– Não aconteceu nada.

Outra rodada de bebidas chegou em nossa mesa e eu agradeci o garçom distraidamente, mesmo não tendo nem tocado no meu primeiro copo. Olhei ao redor do restaurante. Havia a típica multidão da hora do almoço: pessoas fazendo reuniões e senhoras almoçando.

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