All the things I did

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Pov. Carina Deluca


Eu sabia que não seria bom ter cada noite da semana preenchida com Maya, pois isso destruiria minha habilidade de pensar em qualquer outra coisa.

Durante a manhã, fiquei imaginando as fantasias mais malucas que já criei em minha mente: pensei em me arrastar debaixo da mesa de Maya e chupá-la enquanto ela falava ao telefone, ou transar com ela no elevador subindo até seu apartamento.

Foi divertido finalmente permitir a mim mesma desfrutar desses devaneios eróticos, e comecei a não me importar por ela ter desestabilizado tanta coisa na estrutura da minha vida.

E, depois do que fez comigo no clube, percebi que eu andaria em cima de brasas por aquela mulher.

Fiquei nervosa, é verdade. O clube exalava um clima de prazeres sombrios e era frequentado por clientes que já se esbaldavam nesse tipo de fantasia sexual provavelmente por mais tempo do que eu tenho de vida.

E eu não tinha certeza se havia regras implícitas que eu deveria seguir. Não falar em voz alta. Não cruzar as pernas. Não manter contato visual. Não beber o drinque rápido demais.

Meus pais pareciam tão ingênuos comparados a esse mundo. A ideia deles de uma noite selvagem era ir ao teatro assistir aos Monólogos da Vagina e depois jantar em algum restaurante asiático da moda.

Até hoje, meu pai considera comer sushi uma aventura um pouco radical demais para seu gosto. E lá estava eu entrando num clube secreto e, na minha primeira noite, deixei Maya me chupar num lugar onde todo mundo podia assistir.

No fim, nunca soube se alguém de fato assistiu.

Saímos pela porta dos fundos do quarto, onde o amigo de Maya, Johnny, nos encontrou e deixou que fôssemos embora por uma entrada de serviço. Maya ficou me estudando a noite inteira, como se estivesse avaliando se eu sairia correndo ou teria uma crise nervosa.

Mas, na verdade, eu estava tremendo tanto porque tudo ao meu redor parecia muito certo. Maya ficou de joelhos entre as minhas pernas e não permitiu que eu retribuísse. Em vez disso, ela apenas me beijou por longos minutos, ajudou a me vestir e jogou um olhar tão cheio de significado que um arrepio se espalhou em meu corpo.

Brincar numa biblioteca era uma coisa diferente, mas, comparando com o clube da noite anterior, aquilo pareceu inofensivo. E, no caminho de casa, com a mão de Maya em meu joelho e seus lábios em meu pescoço, orelha, boca e – finalmente – seu corpo por cima e dentro de mim, completamente selvagem no banco de trás da limusine, eu percebi o quanto minha vida estava louca.

Loucamente boa. Loucamente maravilhosa. Fazia tanto tempo que eu não me sentia enfeitiçada assim... que até tinha esquecido como era.

– Você está suspirando – Travis disse na quinta-feira de manhã enquanto eu caminhava para minha mesa. Ele mordeu a ponta de sua caneta e murmurou: – Você está pensando na sua Maya.

Como diabos ele sabia disso? Será que eu estava sorrindo como uma idiota?

– O quê?

– Você gosta dela.

Eu me rendi.

– Sim, eu gosto.

– Eu vi o jeito como ela olha para você quando esteve aqui na segunda-feira. Ela praticamente entregou uma coleira na sua mão.

Fiz uma careta e abri a porta da minha sala.

– Prefiro quando ela fica sem coleira, se é que você me entende.

– Ela veio aqui hoje de manhã – Travis acrescentou com um jeito casual. Congelei no meio do caminho para minha sala, esperando que ele continuasse. – Pareceu triste por não te encontrar, mas eu disse que você é uma troglodita pela manhã antes de tomar suas dezessete xícaras de café e raramente chega antes das oito horas.

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