Doe-eyed as you buried me

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Pov. Carina Deluca

Na segunda-feira de manhã, encontrei Jô em seu escritório, olhando pela janela. Os móveis e todas as suas coisas haviam finalmente chegado, e a inquietude dela me mostrou o quanto estava sobrecarregada com a tarefa de arrumar tudo.

Passei a maior parte do fim de semana alternando entre o horror e a celebração daquilo que fiz no baile, e fui para o trabalho tentando fazer minha mente parar de relembrar os detalhes e escrutinar minhas ações.

Fiquei até a meia-noite no sábado e, infelizmente, tratei de todos os contratos e arquivos que eu teria a semana inteira para resolver. Com exceção de alguns telefonemas, agora eu não tinha mais nada para fazer e, nos últimos dias, uma Carina ociosa não era uma coisa boa.

– Precisa de ajuda?

Jô riu, desabando no sofá.

– Eu nem sei por onde começar. Acabamos de arrumar nosso apartamento. Além disso, parece que empacotei tudo isso ontem mesmo.

– Comece com a estante de livros. Eu nunca sinto que tudo está organizado até ver linhas de livros arrumadinhos um do lado do outro.

Suspirando, ela deslizou do sofá e rastejou até uma pilha de caixas.

– Você se divertiu no baile?

Abri uma caixa e peguei um estilete.

– Definitivamente.

Pude sentir seu olhar em cima de mim, e aquela atenção estranha parecia queimar meu rosto. Eu provavelmente deveria ter explicado melhor, mas minha mente foi tomada por um completo branco.

O que mais tinha acontecido? Nós chegamos. Comemos alguns aperitivos. Maya e eu dançamos, e então pedi para ela tirar fotos enquanto transava comigo em cima da mesa.

Assim que me lembrei do resto – o jantar que perdemos, o leilão do qual ela foi participar, o lindo jardim para onde eu escapei depois do nosso... encontro; tempo demais tinha se passado para que eu respondesse com uma única palavra.

– Bom – ela disse, com um tom de voz insinuante. – Estou feliz que você tenha decidido ir. Maya e Jack aparentemente organizam esse baile todos os anos e arrecadam um monte de dinheiro para caridade. Acho isso incrível.

– Incrível – murmurei, lembrando de Maya vestida daquele jeito. Meu bom Deus, aquela mulher tinha nascido para usar terninhos bem alinhado e saltos tão enormes. E também não parecia nada mal pelada. Olhei pela janela, lembrando de sua respiração quente em meu pescoço.

– Não vou tirar – ela grunhiu, esticando sua mão enorme sobre meu seio. – Apenas quero enfiar cada vez mais fundo, sem parar.

Meus seios não eram pequenos, mas o tamanho de sua mão fez eu me sentir pequena, como se ela pudesse me erguer e me partir em duas. Mas, ao invés de ficar com medo, eu abri ainda mais as pernas, recebendo-a ainda mais fundo.

– Mais forte.

Ela se afastou um pouco para olhar em meus olhos.

– No seio ou aqui embaixo?

– Nos dois – admiti, e então ela voltou a mergulhar em meu pescoço, mordendo minha pele.

Comecei a pensar nas fotos que ela tirou e estremeci um pouco. Tentei não a imaginar olhando para elas. Talvez até se tocando...

Jô limpou a garganta e tirou alguns livros da caixa. Pisquei, com força, e olhei para os livros na minha frente. Deus, de onde vinham essas coisas?

– Eu vi você conversando com Maya – ela disse. – E vocês dançaram juntas por tipo, umas três músicas. Você já a conhecia antes?

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