Well, I hope I was your favorite crime.

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Pov. Carina Deluca


A segunda-feira chegou desabando com outra tempestade de verão e um céu tão azul-esverdeado que até parecia que o oceano tinha tomado o lugar das nuvens.

Corri, debaixo de um guarda-chuva, até a estação de metrô e quase perdi meu trem das 7h32. Por um milagre, havia um assento vazio, onde sentei, guardei meu guarda-chuva e fechei os olhos para pensar em tudo que precisava fazer hoje. Pesquisa de preços, algumas reuniões antes do almoço, depois uma reunião com minha equipe.

Quando olhei para cima e vi de relance o jornal que uma mulher ao lado estava lendo, todos esses planos foram por água abaixo.

Olhando para mim no meio da coluna social, havia uma foto de Maya ao lado da manchete:

"As várias amantes da Bad Bishop".

– Como é? – me levantei involuntariamente e me aproximei para ler o artigo, sem me importar se estava invadindo o espaço pessoal da mulher. – Posso ler isso? – perguntei, e a mulher me entregou o jornal, provavelmente pensando que eu era louca.

Li o mais rápido que pude.

"Maya Bishop é uma amante das artes e de mulheres bonitas. E não é surpresa para ninguém que seu "segredo" é sua inclinação por combinar esses hobbies: fotografar a si mesmo em suas aventuras semanais. Flagrado apenas há uma semana com uma linda loira num bar, novas fotos vazaram de Maya devorando uma igualmente deliciosa morena. Enquanto a maioria das fotos é, digamos, picante demais para publicação, uma foto do rosto da mulher a identifica claramente como sendo a atriz Maria de La Cruz. A foto da "parceira" do investidor foi tirada apenas dias atrás, como mostra a data do arquivo. Vamos lá, Maya. Apenas nos dê logo um vídeo de sexo para acabarmos com isso, certo?"

Depois de ler pela décima vez, o trem parou e eu saí correndo, tropeçando pelo caminho e andando transtornada pelas ruas. Depois de andar os últimos quarteirões até nosso prédio, não fiquei nem um pouco surpresa de encontrar Jô me esperando de pé dentro da minha sala.

Com as mãos trêmulas, eu levantei o jornal.

– Preciso que você me explique o que estou vendo aqui. Isso é apenas fofoca? Quem é essa mulher?

Ela deu um passo em direção a mim e me entregou seu celular. A tela mostrava o site Celebritini, que aparentemente foi quem deu o furo. No topo da página, havia uma foto que eu já tinha visto algumas semanas atrás, na cobertura do prédio de Maya.

Era uma foto dos meus quadris, com sua mão aberta sobre minha pele. Ao lado da foto do obviamente meu corpo nu havia outra foto do rosto de uma mulher. Ela tinha cabelos escuros e não dava para ver a cor de seus olhos, pois sua cabeça estava caída para trás e os olhos fechados.

Na parte de baixo, havia um pedaço do cabelo da mulher cujo rosto estava pressionado contra o pescoço dela. Ela estava muito provavelmente tendo um orgasmo.

– Esta foto estava no celular dela – li rapidamente o artigo que falava de quantas mulheres Maya tinha fotografado. – Aparentemente havia muitas fotos de outras mulheres.

Jô pegou uma tesoura em minha mesa.

– Volto daqui a pouco. Tenho que decapitar uma loira.

– Ela está fora da cidade.

Ela parou e respirou fundo.

– Bom, pelo menos isso vai impedir que eu seja presa.

– O que Alex disse?

Jô desabou no meu sofá.

– Ele disse que deveríamos tentar ser cautelosas. Disse que não sabemos a história inteira. Que a impressa publica muitas mentiras. E lembrou que eu pensava que ele estava transando com todo mundo no escritório antes de ficarmos juntos.

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