Pov. Carina Deluca
Uma estranha me filmou dançando. E depois, ela descobriu onde eu trabalho – pois aparentemente ela é amiga do meu chefe –, e eu pedi para ver o vídeo. Depois disso, eu a fiz colocar a mão dentro da minha calcinha – de novo, só que desta vez foi no meu escritório – e confirmei para nós duas o quanto a ideia de ela se tocando enquanto assistia o meu vídeo me deixava excitada.
– Ai, meu Deus.
– Essa é a décima vez que você disse isso nos últimos quinze minutos, Carina. Venha aqui e me conte tudo – meu assistente, Travis, apareceu na minha porta. – A não ser que seja tão escandaloso a ponto de eu precisar entrar e fechar a porta.
– Não é nada. É só que... – ajeitei as canetas na minha mesa e alinhei alguns papéis. – Não é nada.
Ele curvou os lábios num sorriso cético.
– Você é uma péssima mentirosa.
– É sério. Isso é um nada gigantesco e lamentável.
Travis entrou na minha sala e desabou na cadeira em frente à minha mesa.
– Por acaso esse Nada aconteceu na comemoração de noivado da Jô?
– Possivelmente.
– E foi um Nada do tipo Feminino?
– Potencialmente.
– Esse Nada Feminino por acaso é aquele pedaço de mau caminho da Maya Bishop que acabou de sair da sua sala?
– O quê? Não! – menti sem nem piscar.
Eu até me daria os parabéns por causa dessa reação quase perfeita. Travis estava certo: eu era uma péssima mentirosa. Mas aparentemente a minha vergonha da Situação do Sexo em Público foi suficiente para despertar habilidades desconhecidas.
– E como você sabe quem é o Maya Bishop?
Travis estudava cuidadosamente as bonitas loiras que circulavam por aí, mas, como tinha chegado a Nova York apenas uma semana antes de mim – ou seja, era um nova iorquino de treze dias –, eu não achava que ele conseguiria trabalhar tão rápido assim.
– Mudando de assunto, deixa eu perguntar – ele começou –, qual foi a primeira coisa que você fez quando chegou e se instalou no seu apartamento?
– Encontrei a fonte mais próxima de vinho e cupcakes, é claro – eu disse. Obviamente. Ele riu.
– Obviamente. Mas, como meu objetivo não é me tornar uma velha bêbada solteirona, o que eu faço é checar as baladas. Onde estão os lugares divertidos para sair, dançar, festejar.
– E conhecer todos os homens – acrescentei. Ele concordou com uma piscadela.
– Todos os homens. Eu tento descobrir tudo que posso, e, fazendo isso, também descubro o Quem é Quem na cidade – ele se inclinou para frente e me deu um grande sorriso aberto. – E, nesta cidade, Maya Bishop é A Quem.
– A quem? Como assim?
Ele riu.
– Ela é figurinha fácil das colunas sociais, minha querida. Veio da velha Seatle alguns anos atrás. Uma mestre brilhante do capital de risco, sempre comendo alguma celebridade ou princesinha da sociedade. Um sabor diferente de namorada-troféu a cada semana. E essa coisa toda.
Ótimo. Consegui selecionar o mesmo tipo de galinha que gosta de aparecer, igual meu último namorado. Mas aqui, não apenas Maya era uma cafajeste conhecida, como era também uma investidora de capital de alto risco, com quem eu certamente iria cruzar várias vezes no trabalho.
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Favorite Crime
RomanceUma Releitura de Beautiful Stranger de Christina Lauren Uma charmosa milionária. Uma garota determinada a finalmente viver. E uma ligação secreta revelada em cores quentes... Após ser traída, Carina Deluca se muda para Nova York em busca de agitaçã...