Pov. Maya Bishop
Na tarde de segunda-feira, meu humor estava péssimo. Fazia um calor de matar lá fora e minha irmã mais velha estava me enchendo a paciência para que eu tentasse convencer nossa mãe a se mudar de volta para Leeds e a sala de Jack tinha uma vista melhor.
– Você é um cretino – eu murmurei, espetando o frango no meu prato. Jack soltou uma risada e abocanhou um enorme pedaço de seu almoço.
– Você está falando da minha vista de novo?
– Que porcaria – apontei os pauzinhos na cara dele, mal conseguindo entender o que ele dizia enquanto mastigava. – Como foi mesmo que você acabou ficando com aquela sala?
– Você se atrasou no dia da mudança. Eu coloquei a placa com meu nome na porta. Simples assim.
Certo.
Foi a primeira vez que eu tinha transado com uma mulher na casa dela desde que havia me mudado para Nova York. E, como eu já esperava, acabei ficando preso com ela e me atrasei.
Normalmente, eu prefiro transar no meu apartamento, onde sempre posso dar uma desculpa para que ela não fique a noite inteira. Mas, na casa dela, a mulher acaba oferecendo chá, ou algo assim, e, no fim, pede para eu dormir lá. Eu não era uma completa babaca.
Sempre fui aberta a ter um relacionamento estável como qualquer pessoa normal. Mas ainda não tinha encontrado uma mulher que me fizesse querer dormir em outra cama que não fosse a minha.
As mulheres que eu encontrava sempre vinham até mim sabendo quem eu era, sabendo quem elas achavam que queriam. Para uma cidade grande, Nova York às vezes parecia minúscula.
Olhei pela janela, para a fantástica vista – maldito Jack – e pensei em Carina. Ela era minha distração permanente nas últimas semanas. Aquela garota era um mistério.
Se uma mulher quisesse que uma pessoa pensasse nela constantemente, ela deveria dizer que essa pessoa que só poderia se encontrar com ela uma vez por semana. Só isso. E diga adeus à sua concentração.
Então, ali estava eu me perguntando: se ela pedisse que eu dormisse na casa dela numa noite dessas, o que eu diria? Você sabe a resposta disso, sua tonta. Você diria sim.
Transei com algumas dezenas de mulheres desde que me mudei para a América, mas, ultimamente, estava com dificuldades para lembrar dos detalhes. Cada memória sobre sexo me fazia pensar em Carina.
Ela era ao mesmo tempo doce e selvagem. Ela se escondia tanto, mas, mesmo assim, deixava que eu fizesse qualquer coisa. Nunca encontrei uma mulher tão paradoxal: ela se mantinha em segredo, mas, de certa forma, também se abria totalmente.
– Cara, eu conheci uma garota.
Jack enfiou os pauzinhos de volta na comida chinesa e deslizou para mais perto.
– Então você resolveu falar?
– É. Talvez.
– Você tem se encontrado com ela já faz um tempo, não é?
– Pois é, faz algumas semanas.
– Apenas ela?
Assenti.
– Ela é uma transa incrível e pediu para eu não dormir com mais ninguém. - Jack fez uma expressão de surpresa. Eu ignorei. – Mas ela é diferente. Existe algo nela... – esfreguei minha boca, olhei pela janela. Que merda está acontecendo comigo hoje? – Não consigo tirá-la da minha mente.
– Eu a conheço?
– Acho que não – tentei lembrar se Jack tinha sido apresentado à Carina no baile.
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Favorite Crime
RomanceUma Releitura de Beautiful Stranger de Christina Lauren Uma charmosa milionária. Uma garota determinada a finalmente viver. E uma ligação secreta revelada em cores quentes... Após ser traída, Carina Deluca se muda para Nova York em busca de agitaçã...