capítulo 22

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Lilith Scarlett

Angel é meu pai? Ele é a porra do meu pai?!

— não, não, não! - falei alterada — nem ferrando que ele é meu pai!

Eu não acreditava, eu não queria acreditar.

— aqui o papel comprovando, eu sinto muito Lilith... - Damon disse me entregando um envelope aberto.

Peguei ele, e abri vendo "positivo".

Porra.

Olhei para Angel, que mantinha seu rosto sério.

Ele não parecia pensar em nada.

— nem eu queria ter uma filha igual você - ele disse, olhando fixamente para meus olhos.

Olhei para ele, que sorria agora.

Me aproximei e dei um tapa em seu rosto, eu não suportaria ser filha dele.

— eu vou embora - avisei saindo dali.

Damon não disse nada, apenas me olhou triste.

Por que? Por que isso?

Entrei na Lamborghini e dei partida no carro.

Logo chegando em casa.

A casa estava escura, o frio da noite me deixava arrepiada e com mas raiva ainda.

Eles não estavam em casa.

Estavam?

Abri a porta de casa, e respirei fundo vendo meus pais sentados no sofá assistindo filme.

— oi filha - minha mãe disse.

— por quanto tempo vocês iriam esconder isso de mim? - perguntei cruzando os braços — Angel é meu pai porra!

— da onde você tirou isso garota? Eu sou seu pai!

— isso monstra? - falei entrando o papel para ele, que logo começou a ler com minha mãe.

— positivo? Como?

Suas reações pareciam estranhas, eles não pareciam surpresos nem nada.

— vocês já sabiam não é??

— Lilith...

— ok.

Olhei para seus olhos mentirosos, logo saí dali e fui para meu quarto.

Isso não importava, mas viver em uma mentira por anos é horrível.

E saber que eu fui fruto de um estrupo.

A porra de um estrupo.

Entrei no meu quarto e me joguei na cama, só queria dormir, e esquecer tudo isso.

Queria poder ter minha própria vida, sem mentiras, sem ficar presa.

Eu quero minha liberdade.

Quero viver coisas perigosas e aventuras, eu quero sentir medo, e sentir a adrenalina em todo meu corpo, meu corpo grita por isso, assim como eu.

(...)

Era de manhã, e eu sentia o mesmo pensamento de sempre, o vazio.

Não falei com Damon desde aquela hora.

Eu me sentia cansada, e sem vontade de ir para aquela escola.

Ficar em casa também não seria a melhor escolha, nem na casa de Damon.

E Mavis, ela está bem com Jordan.

Está tudo bem.

Talvez eu precise ficar sozinha, talvez eu seja o problema.

Terminei de passar corretivo em minhas pernas e olheiras, logo peguei minha mochila.

Desci as escadas, meus pais estavam conversando sobre algo.

Não falei nada, apenas passei direto sem falar um "bom dia".

Não era um bom dia.

(...)

— bom dia turma! - o professor de português disse.

Todos falaram bom dia, então ele começou sua aula.

— alguém sabe me dizer o que são orações?

— é a que faz na igreja? - Brian disse, logo ambos riram.

— não Brian, alguém pode me dar um exemplo de uma oração?

— pega no minhocão! - um garoto do fundão disse, ambos riram mas ainda, até eu.

— engraçadinhos!

Não liguei muito para aula, senti meu celular vibrar.

Damon estava me ligando.

Atendi a chamada, logo pedi para ele esperar.

— professor, posso ir ao banheiro? - perguntei educada.

— claro.

Sai da sala, e ouvi a voz ofegante de Damon.

eles estão me procurando porra!

que? Eles quem?

acho que Angel faz parte de uma gangue, agora eles estão aqui, com armas!

Merda!

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Lá lá lá lá lá lá....

Obsessão (parte 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora