Lilith Scarlett
Angel é meu pai? Ele é a porra do meu pai?!
— não, não, não! - falei alterada — nem ferrando que ele é meu pai!
Eu não acreditava, eu não queria acreditar.
— aqui o papel comprovando, eu sinto muito Lilith... - Damon disse me entregando um envelope aberto.
Peguei ele, e abri vendo "positivo".
Porra.
Olhei para Angel, que mantinha seu rosto sério.
Ele não parecia pensar em nada.
— nem eu queria ter uma filha igual você - ele disse, olhando fixamente para meus olhos.
Olhei para ele, que sorria agora.
Me aproximei e dei um tapa em seu rosto, eu não suportaria ser filha dele.
— eu vou embora - avisei saindo dali.
Damon não disse nada, apenas me olhou triste.
Por que? Por que isso?
Entrei na Lamborghini e dei partida no carro.
Logo chegando em casa.
A casa estava escura, o frio da noite me deixava arrepiada e com mas raiva ainda.
Eles não estavam em casa.
Estavam?
Abri a porta de casa, e respirei fundo vendo meus pais sentados no sofá assistindo filme.
— oi filha - minha mãe disse.
— por quanto tempo vocês iriam esconder isso de mim? - perguntei cruzando os braços — Angel é meu pai porra!
— da onde você tirou isso garota? Eu sou seu pai!
— isso monstra? - falei entrando o papel para ele, que logo começou a ler com minha mãe.
— positivo? Como?
Suas reações pareciam estranhas, eles não pareciam surpresos nem nada.
— vocês já sabiam não é??
— Lilith...
— ok.
Olhei para seus olhos mentirosos, logo saí dali e fui para meu quarto.
Isso não importava, mas viver em uma mentira por anos é horrível.
E saber que eu fui fruto de um estrupo.
A porra de um estrupo.
Entrei no meu quarto e me joguei na cama, só queria dormir, e esquecer tudo isso.
Queria poder ter minha própria vida, sem mentiras, sem ficar presa.
Eu quero minha liberdade.
Quero viver coisas perigosas e aventuras, eu quero sentir medo, e sentir a adrenalina em todo meu corpo, meu corpo grita por isso, assim como eu.
(...)
Era de manhã, e eu sentia o mesmo pensamento de sempre, o vazio.
Não falei com Damon desde aquela hora.
Eu me sentia cansada, e sem vontade de ir para aquela escola.
Ficar em casa também não seria a melhor escolha, nem na casa de Damon.
E Mavis, ela está bem com Jordan.
Está tudo bem.
Talvez eu precise ficar sozinha, talvez eu seja o problema.
Terminei de passar corretivo em minhas pernas e olheiras, logo peguei minha mochila.
Desci as escadas, meus pais estavam conversando sobre algo.
Não falei nada, apenas passei direto sem falar um "bom dia".
Não era um bom dia.
(...)
— bom dia turma! - o professor de português disse.
Todos falaram bom dia, então ele começou sua aula.
— alguém sabe me dizer o que são orações?
— é a que faz na igreja? - Brian disse, logo ambos riram.
— não Brian, alguém pode me dar um exemplo de uma oração?
— pega no minhocão! - um garoto do fundão disse, ambos riram mas ainda, até eu.
— engraçadinhos!
Não liguei muito para aula, senti meu celular vibrar.
Damon estava me ligando.
Atendi a chamada, logo pedi para ele esperar.
— professor, posso ir ao banheiro? - perguntei educada.
— claro.
Sai da sala, e ouvi a voz ofegante de Damon.
— eles estão me procurando porra!
— que? Eles quem?
— acho que Angel faz parte de uma gangue, agora eles estão aqui, com armas!
Merda!
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Lá lá lá lá lá lá....