°• - CAPÍTULO XXIV
Luanne point of viewA tensão no ar era palpável, como se o próprio parque segurasse a respiração. Eu olhei para Breno, meu coração apertando. As palavras que disse cortaram fundo, ele parecia ter se sentido um idiota.
- Luanne, eu... - sua voz falhou.
- Breno, o que eu fiz? O que eu fiz de errado contigo para merecer isso? - perguntei, olhando seriamente para o mesmo.
- O que você fez, Luanne? Porra, você tem outra pessoa, eu tenho certeza disso, trocavam mensagens, marcaram de se encontrar no dia do meu aniversário. - ele disse em um tom irritado, olhando para meus olhos fixamente.
- Tu ta bravo por causa disso? Tu ta estranho por causa disso? Era só me perguntar o que era, porque não é nada disso que tu ta pensando.
- Não é o que eu to pensando? Eu sei muito bem o que é alguém chamando alguém de amor e falando que está com saudades.
- Breno, eu não sou igual você, eu não fiquei com outras pessoas, e outra, se eu estivesse na sua situação, teria ao menos questionado o que tava acontecendo. - digo em um tom sério, olhando para o mesmo. - Minha prima é confeiteira, eu havia perdido o contato dela então não estava salvo, nós sempre fomos muito próximas e sempre nos demos apelidos carinhosos. Estava com saudades dela, ela se mudou para São Paulo por anos, nunca mais vi ela. Estava conversando com ela para preparar os doces do seu aniversário.
Breno me olhou, parecia não saber o que dizer, estava intrigado e nervoso.
- Lua...
- Não, não fala nada, Breno. Eu já me justifiquei, mas qual a sua justificativa? Ela te obrigou a beijar ela? Era divida de jogo? Que porra é essa? - digo em um tom nervoso, olhando para o mesmo fixamente.
Breno parecia atordoado, seus olhos buscando respostas no chão de paralelepípedos. O vento soprava suavemente, carregando consigo as palavras não ditas e os sentimentos emaranhados entre nós.
- Lua, eu... - ele começou, mas a voz falhou novamente. Seus dedos nervosos brincavam com a borda de sua camiseta, como se buscasse coragem ali.
Eu o encarei, meu coração dividido entre a raiva e a tristeza. Aquele momento era um ponto de não retorno, e eu sabia que qualquer decisão tomada ali moldaria o futuro de nossa relação.
- Breno, você precisa entender - murmurei, lutando contra as lágrimas que ameaçavam escapar. - Eu nunca quis te magoar. Essa situação toda é um mal-entendido. Eu não tenho outra pessoa, e aquelas mensagens eram apenas entre mim e minha prima. Nós somos próximas desde a infância, e os apelidos carinhosos são uma parte de nossa relação.
Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos bagunçados. Seus olhos escuros encontraram os meus, e por um instante, vi a dor refletida ali.
- Luanne, eu estava tão certo de que você estava com outra pessoa, acreditei que nossa relação iria por água a baixo - confessou, a voz rouca. - Eu não queria acreditar, mas as evidências pareciam tão claras. Eu me senti um idiota por não ter confiado em você.
- Breno, confiança é a base de qualquer relacionamento - disse, minha voz firme. - Eu nunca te dei motivos para desconfiar de mim. E agora, aqui estamos, com nossos corações em pedaços.
Ele se aproximou, segurando meu rosto entre as mãos. Seus olhos buscaram os meus, desesperados.
- Lua, eu te amo, eu nunca cheguei a confessar isso e não quero só conseguir dizer isso depois do fim. - sussurrou. - Eu não quero perder você.
Eu o encarei, as palavras presas na garganta. O amor que sentíamos era real, mas as feridas eram profundas demais. O parque continuava a testemunhar nossa história, como se fosse o guardião silencioso de nossas emoções.
- Breno, amor não é apenas sentir, é também confiar - respondi, minha voz trêmula. - Eu preciso de tempo para processar tudo isso. Não sei se conseguiremos superar essa mágoa.
Ele me beijou, um beijo desesperado e cheio de promessas. Mas não conseguir dar continuidade, apenas afastando-nos, naquele momento, eu soube que o destino de nosso amor estava nas mãos do tempo e da nossa capacidade de perdoar.
- Eu esperarei o tempo que for preciso, Lua.
E assim, naquele parque, sob o céu cinzento, nossos corações se debatiam entre a dor e a esperança, enquanto o mundo continuava a girar, indiferente ao nosso dilema.
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𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖̧𝗔̃𝗢 | Brennuz
Fanfic𝗟𝘂𝗮𝗻𝗻𝗲 𝗥𝗶𝗯𝗲𝗶𝗿𝗼, uma garota carioca que começou a rimar aos 11 anos de idade, suas rimas cortantes fez ela ter um grande reconhecimento na cena de rap. Após um tempo, foi reconhecida como "rainha da métrica", ganhou diversos títulos, mas...