Capítulo 12

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Percebo que abrir a porta foi uma péssima ideia antes mesmo dela estar totalmente aberta. Parado em minha frente está Lorde David, que não está sozinho, com ele tem pelo menos 30 guardas reais e todos armados, quando eu abro toda a porta Lorde David se aproxima e me entrega um papel.

— Aqui está uma requisição para vasculharem o seu quarto, Vossa majestade — o sorrisinho de escárnio não passa despercebido. Enquanto os guardas reais vão entrando em meu quarto sem se importar se eu deixei ou não, eu leio o papel em minha mão. Filhos da puta! Lorde David se aliou a Oliver e ambos foram ao conselho para pedir uma ordem de busca em meu quarto. Aqui diz que estão procurando provas sobre o assassinato da Cristin

Antes de terminar de ler e ver todas as assinaturas, escuto um barulho de coisas caindo e vou correndo olhar o que esses brutamontes estão fazendo. Ao chegar próxima deles, vejo que simplesmente derrubaram tudo da minha penteadeira, perfeito.

— Será que é pedir muito, caso eu não queira que quebrem o meu quarto inteiro? Ah! E podem parar de vasculhar, a requisição não está correta — Lorde David que já iria me refutar, cala a boca quando vê que não terminei — Falta a assinatura de pelo menos uma das mulheres que são conselheiras, ou esqueceu das leis? Aqui, fora a assinatura do meu marido e a sua, só um outro conselheiro assinou, o que significa que precisa de uma das conselheiras para assinar. Quando tiver isso, poderá vasculhar o meu quarto, até lá, você está proibido de chegar próximo dele e de todo o lado Leste do palácio — o lado Leste é onde ficam o aposento da Rainha e também onde nos reunimos para as reuniões do conselho.

— Nissa! Você só pode estar fazend— Majestade! É majestade, que deve usar a se referir a mim Lorde David — digo e vou até a porta e abro-a para saírem de dentro do meu quarto. Todos os guardas exitam um pouco, mas logo todos vão saindo, ficando só eu e o Lorde David — O que está fazendo aí parado? Precisa que eu mesma lhe ponha para fora? — vou me aproximando enquanto lhe pergunto

— Esse reino ainda vai ser meu, saiba disso — e então, enfim, o demônio se retira do meu quarto. Ella que estava assustada com toda a situação, se aproxima e começa a arrumar toda a bagunça que fizeram. Mesmo eu lhe pedindo, ela ainda arruma tudo e liga uma vela aromática, dizendo que irá me ajudar a dormir. Senti falta disso.

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Mori... Mori... Venha me ver Mori, você sabe o quanto eu estou lhe esperando não sabe?? Sinto a sua falta. Venha me ver logo, não sei mais quanto tempo eu vou aguentar sem você, sem você pra iluminar os meus dias, sem você pra encantar e dramatizar a vida. Sem você ao meu lado... Venha, ou eu mesmo vou ter que lhe resgatar?

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Ella me traz o café da manhã na cama, mas ainda estou pensando na noite anterior, ou ao menos tentando, já que o sono está quase me vencendo novamente. Desde que eu voltei há 10 anos, não tinha tido uma noite de sono tão boa quanto essa. Estava mesmo precisando disso. Mas agora não é hora de pensar nessas bobagens, tem doces na minha frente e isso é mais importante que qualquer coisa. Agora, como a Ella dessa vida sabe que eu gosto de doces?

— Ella! — quando a chamo a vejo dar um pequeno pulinho de susto, estava desprevenida e talvez eu tenha falado um pouco alto — Como você sabia que eu gosto de doces? — unww está uma delícia, mal termino de mastigar o pedaço de um bolo e provo uma torta com frutas vermelhas, que gostoso.
— Logo que eu fui contratada, a Cris... Minha antecessora no cargo, tinha escrito como um diário com suas coisas favoritas, uma forma de eu me adaptar mais fácil e não errar tanto com a senhora. Ela disse também sobre o seu problema para dormir, então ontem a noite coloquei uma vela com camomila para te ajudar a dormir — ela fica vermelha ao falar isso, é uma graça, mas a situação toda quase perde o sentido por conta da Cristin, sua morte ainda não faz sentido nenhum, principalmente por ser em um anexo do meu quarto. Algo desse tipo jamais deveria acontecer nos aposentos reais. Acho que fui muito boazinha até agora. Talvez esteja na hora de começar a me interessar mais pelo meu reino. Já deixei anos demais ele nas mãos incompetentes de meu marido e filho.
Vou começar com algo leve, sabe? Que tal dar uma recompensa a quem trouxer informações sobre o paradeiro do assassino? Acho que pode ser útil, já sei até como e quando divulgar isso.

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Duas semanas longas e exaustivas se passaram e agora está quase tudo pronto para um baile real. Apesar de fazer anos que não tínhamos um baile, teríamos uma festa quase na mesma data, mas achei melhor remarcar, sabem? O baile hoje vai ter um tema, digamos que inovador. Pelo menos para o nosso reino sim. Meu vestido, que já está pronto, está lindíssimo, fiz ele combinando com Elliot, que irá no baile também, mas eu devo entrar com Oliver, já que ainda somos casados. Ah e isso me lembra de uma coisa que eu ainda não resolvi:
— Como assim eu vou ter que entrar com esse cara? — essa é a segunda vez que Alexander me pergunta isso, o que já está me irritando
— Alexander, já falei, você vai ser acompanhante só no nome, você vai fazer o papel de guarda costas do Elliot, não é difícil assim não — o showzinho deles continua por mais algum tempo até que eu me irrito de vez.
— Olha só duas crianças, se não quiserem entrar como amigos, vão entrar como um casal oficial ou eu não me respondo por mim — assim que termino o discurso saio da sala de estar batendo a porta o mais alto o possível, como podem parecer tanto duas crianças de 10 anos?

Enquanto caminho até o meu quarto para começar a me arrumar, Ella aparece e começa a me chamar para eu me apressar a me arrumar, dizendo que SÓ quatro horas não vão ser o suficiente e que quanto mais tempo melhor, acho que eu já estou me arrependendo. Ao menos, se tudo der certo, vou pegar Oliver hoje e prender ele, já que o tema da festa é “meu maior amor”

Vim Lhe ResgatarOnde histórias criam vida. Descubra agora