Capítulo 2

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Sabe boas sensações? Ouvir uma música que gosta, palavras românticas sussuradas no ouvido, um doce gostoso, vencer um debate, dançar e inúmeras outras coisas? Nenhuma me vêm a cabeça quando olho ao Lorde David. Nada.
Não sei se da para entender, mas o esteriótipo de nobre. Ele é. Todo e completo. O rosto sem emoção, mas ainda sim a cara de prepotente, postura perfeita, tudo. Olhar para ele consegue me enjoar. E não é qualquer um que faz isso, me enjoa ainda mais por eu saber o tipo de coisa que ele faz.
Antes que digam, "nossa mas você é a rainha, não pode fazer nada?" Não. Me tornei rainha daqui a anos atrás, mas tem uns 200 anos, quando me casei, que meu marido se tornou o primeiro ministro. Eu fui obrigada a casar, não por meu pai ou então revoltas no reino, mas sim os nobres. Em uma festa me drogaram (o homem que mandou e a mulher que deu a mim a bebida estão mortos) usaram um momento desse para falar que não poderiam confiar só em mim. Precisávamos de uma segunda pessoa no comando, um primeiro ministro. Uma babaquice isso sim. Daí eu disse "tudo bem, teremos um primeiro ministro" e vieram com mais chatice, e eu me casei. Não foi super obrigação, no começo. Depois do começo? Virou uma. Nunca me separei por um único motivo, era INCRÍVEL estragar a vida dele. Só isso bastava, até ele me trair, hoje meus planos são acabar com ele. Pra todo sempre. Ah desculpa, vocês devem estar achando que é o meu atual marido? Não, meu primeiro marido foi o Lord David.

- Olá a todos, pelo que vejo a criança nasceu bem não é? - pergunto olhando para o meu filho
- Mãe - fala Johansen me puxando para o lado e ficando na frente de Josephine - Você sabe que minha mulher não gosta de vermelho, por que está usando? - pergunta com uma voz doce e suave, mas sei que quer me matar.
- Meu querido filho, você sabe que se eu quiser usar amarelo em um funeral eu uso. Ninguém decidi o que eu ou qualquer pessoa do reino usa, em questão de cores, é claro - digo com a mesma doçura, arrumando a roupa dele que estava bagunçada. Claramente não estava aqui no parto. Ele morre de medo.
- Meu bem, não se preocupe, estou muito cansada, não brigue com sua mãe por minha causa. Octávio dormiu. - fala Josephine, com uma carranca na cara. É tão gostoso irritar ela.
- Sabe, eu fui acordada hoje - todos me olharam como se eu estivesse enlouquecendo - Não me olhem com essa cara, vamos escutem. Hoje pela manhã, eu fui acordada, eu imaginando que teria sido por uma emergência, já que não me acordaram da forma normal. Mas não. Me acordaram porque meu sexto neto nasceu. Calma estamos chegando lá. Perguntei ao mordomo e adivinhem o que ele me disse? - David me olhava estranho, quase a cara normal dele, mas com as sombrancelhas um pouco juntas. Johansen estava me olhando surpreso, agora Josephine. Ela me olhava espantada e assustada. Já vou explicar sem pressa - " Vossa Majestade, seu filho está chamando a senhora "
- Mã - interromper o Johansen nunca foi tão legal.
- Me deixe terminar - digo ao meu filhinho - Como eu sei que o meu filho jamais me chamaria por isso, era meio óbvio que me chamou. Josephine, você por acaso faltou as aulas de etiqueta? Não sabe que não é para me acordar?
- Majestade me desculpe eu achei
- CHEGA! - Até eu fiquei surpresa, quem interrompe agora é o lorde David - Josephine que vergonha, eu te eduquei você com os melhores!
- Lorde David, não se meta, obrigada. - Quero deixar desde já que, apesar de ter vindo ao encontro de vocês, vim para dar essa notícia. A partir de hoje não quero NINGUÉM se sobressaindo das regras! O reino é MEU! Estou cansada de vocês, nobres que se acham de mais para pouca coisa, pensando que são iguais a mim. Não são vocês que governam esse reino a SEISCENTOS anos. Obrigada e estou indo.
- Johansen, não fale nada.

Assim que as portas atrás de mim se fecham me sinto melhor, muito melhor. Na minha vida passada, será que dá pra chamar assim? Enfim, da outra vez, eu só estava cansada. De tudo. O mundo parecia tão... Chato. Mas sabe? Nada motiva mais que amor e vingança, vingança eu achei, agora só falta o amor. Não que eu esteja interessada em algo profundo, mas uma distração. Inclusive, até o final desse ano eu tenho que fazer uma coisa. Tirar meu marido de primeiro ministro.

Até dois anos antes de eu morrer, eu ainda gostava dele, não era mais apaixonada, mas gostava, era uma boa companhia. Só que descobri que ele me traia. Daí eu estava fazendo aos poucos ele perder tudo, mas o desgraçado me matou antes.

Assim que vou caminhando pelo corredor vejo o guarda de antes, qual o nome mesmo?

Quando eu passo por ele consigo escutar:
- Majestade! - me chama já fazendo a reverência.
- Sim?
- Eu gostaria de me desculpar pelo meu jeito antes. Se tiver algo que eu possa fazer pela senhora.
- Ah tem sim algo que você pode fazer por mim. Às 22:00 venha até o meu quarto, tenho tarefas para o senhor.
- Claro senhora - faz mais uma reverência.

~~~~~•~~~~~

Passei o resto do dia pensando nos meus planos. Já tenho metas, agora é pensar em como atingir elas. Consegui definir as seguintes coisas:
• Matar o Lorde David;
• Fazer Johansen ser preso (ser morto pra ele ia ser pouco);
• Fazer Josephine perder títulos e ser exilada;
• Matar o Oliver (meu marido) ele vai ser o último;
• Colocar alguém pra reinar aqui e sair desse reino.

Não são tantas coisas, e a primeira delas vai começar agora.
- Cheguei Vossa Majestade, com o que eu posso lhe ajudar? - fala Alexander

Vim Lhe ResgatarOnde histórias criam vida. Descubra agora