capítulo 14

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Oliver não parece ter a idade que tem, isso é um fato que todos do reino sabem. Quem se casa com a rainha imortal faz um acordo e vive mais devagar, não eternamente, mas devagar. Meu marido deve parecer ter um pouco mais que 40 anos, sendo que na verdade ele tem 85 anos, o que não é tanta diferença, mas é mais do que a maioria poderia imaginar. Olhando ele daqui consigo perceber como me deixei enganar por tanto tempo, como me fiz cega por tanto tempo. Ele é um dos homens mais bonitos que já vi, sabe aquela beleza clássica? É ele. Claro, os anos passam, hoje ele tem um ou outro cabelo branco, mas ainda é lindo, apesar de ser um filho da puta em questão de caráter.

Quando Oliver sai de trás das portas o vejo olhando diretamente para mim, o que quase me faz relembrar os bons tempos do nosso casamento. Sei que parece estranho, mas eram bons tempos, que não voltam mais. Assim que o anunciam e ele desce reparo melhor na sua roupa. Definitivamente alguém também pensou em algo para demonstrar poder. Enquanto os símbolos do reino são a flor-de-estrela e o vermelho, os símbolos das casas reais e do exército são o amarelo e uma taça de vinho, eu sei que parece estranho mas o amarelo representa as casas reais, em que todas tem algo amarelo para mostrar ouros e riquezas. Já a taça de vinho, originou-se de uma piada, a alguns anos atrás, tivemos uma guerra muito séria com um reino vizinho, e dentro do nosso reino criou-se um ditado mais ou menos assim, Se Celestia ganhar, vinho terá. Isso surgiu pois depois das batalhas vencidas os generais abriram suas garrafas de vinho mais antigas e caras. Desde então virou um símbolo do exército, apesar de já ter ouvido ser uma alusão ao sangue derramado e que os soldados bebiam o sangue dos oponentes para se vangloriar (o que é mentira). Oliver está com um conjunto de roupas que fica no meio termo de um vestido e calças. A parte de cima é muito comprida e lembra um kimono, uma roupa comum em um antigo país que já não existe mais. Sua parte cima chega até os tornozelos, e ela tem botões que a adornam até a cintura, já a parte de baixo mal se dá para ver, mas conforme ele caminha da para ver um vislumbre dela, é do mesmo tom de amarelo ouro que a parte de cima, mas está com alguns brilhos, deve ter fios de ouro a enfeitando. Em suas costas vejo o contorno de uma taça de vinho em pedras vermelhas e seus acessórios estão seguindo a mesma cor. Definitivamente ele está lindo, mas percebi a sua ideia. Se ele mostrar que a coisa que ele mais ama são as casas reais e o exército que imagem ele passa? Que vai apoiar e defender eles sempre, mas essa jogada já foi prevista e até já sei o que fazer quanto a isso.

Oliver vem caminhando até a mim com um sorriso lindo, vejo todos ao redor prestando muita atenção em nós dois, então trato de colocar um belo sorriso em meu rosto e começo a me aproximar dele e então começo a falar:
— Olá marido, quanta elegância a sua — engancho o meu braço no seu e então o faço caminhar comigo em direção ao Elliot e Alexander.
— Parece que hoje eu não sou o único, não é? Você também está deslumbrante — a maioria das pessoas não ia perceber, mas todos os elogios que ele me fez ele também fez a si mesmo, além de insinuar que eu não sou sempre elegante. Uma graça.
— Mas querido, seus elogios já foram melhores, não é porque temos tantos anos assim de casamento que você deve parar de elogiar de maneira esplendorosa. Vamos você pode melhorar um pouco — digo fazendo um “carinho” em seu braço e sutilmente dou uma cotovelada em suas costelas, que consegue disfarçar perfeitamente o que é admirável.

Antes de Oliver ter a chance de me elogiar, um casal passa por nós e nos comprimentam. Reconheço a esposa, a lady Plinia Lovertik, ela quase se casou com o Johansen, mas a Josephine engravidou e por ser da nobreza, os dois tiveram que se casar. No caso eu preferia que os dois jamais se casassem, mas na hora pareceu aceitável o que não foi, mas isso tudo é passado agora o que me importa é o que a Plinia quer. Pelo o que eu consigo me lembrar do relatório, ela é uma das amantes de Oliver, talvez ela me ajude a desmascarar ele. Só que antes vamos ver o que ela quer.
— Majestades — o casal faz uma simples reverência, o que é normal para a ocasião e então a Sra. Lovertik começa a falar — Minha senhora, é uma honra lhe ver, já tinha muito tempo desde que a senhora apareceu a nós. Mais ainda desde que a senhora fez um baile, ainda mais um deslumbrante como esse. Se a senhora não se incomodar, posso lhe perguntar qual foi a inspiração? — ela se aproximou mais de mim quase encostando seus ombros nos meus e usando um leque para cobrir o rosto e ninguém ler os seus lábios, como se nós duas dividíssemos um segredo vergonhoso.
— Oh, não me incomoda em nada, sabe vou lhe dizer, venha mais perto — assim ela chegou mais próxima a mim e cheguei bem próxima a sua orelha e sussurrei — Queria ver o que a amante de meu marido mais ama, então o que é Lovertik? — disse me afastando e rindo de leve. Vendo a sua cara de choque decidi continuar a minha caminhada com Oliver e o arrastei comigo. Vi que ele ficou confuso então ele se aproximou de meu rosto sorrindo e disse “o que você falou para aquela mulher?” de forma baixa para que só eu escutasse, então dei o meu mais lindo sorriso falso e dei de ombro como se dissesse, nada demais. Ele disfarçou uma careta, mas ainda tive um relance dela, o que me fez soltar uma risada.

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⏰ Última atualização: Aug 26 ⏰

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