Vim Lhe Resgatar

Capítulo 3

— Com o que posso lhe ajudar, Majestade? — se eu sorrir vou parecer uma psicopata? Que se dane, estou radiante.
— Senhor Alexander, a quanto tempo você é guarda?
— A bastante tempo senhora — hum interessante... Nunca vi ele por aqui.
— Onde trabalhou antes daqui? Nunca vi você por aqui, geralmente os guardas começam por aqui — por que essa criatura está sorrindo?
— Minha senhora, porque você está tão interessada em mim? — pergunta Alexander
— Por que se você não tiver ninguém que vai sentir a sua falta, ou então um ex patrão que vá lhe reconhecer, tenho uma missão para você — acho que vai ficar interessante isso.
— A senhora vai me mandar para uma missão que eu posso morrer? — questiona ele — A senhora não sente nenhum pesar nisso?
— Não, se eu sentisse não estaria aqui — será que ele se achou importante? — A não ser que você seja estrangeiro, e que não saiba que eu vivi muitos mais anos de vida do que o sobrenome da sua família, se é que você tem, saberá que não. Eu não me sinto culpada por isso, será escolha sua. Você pode morrer saindo dessa porta, engasgado, infarta, mal súbito ou até assassinado. Nada nem ninguém lhe garante a imortalidade. Já que você está fadado a morrer, que tal fazer algo útil com isso?  — será que ele vai aceitar? Se ele não aceitar vou ter que mandar ele para longe por enquanto
— Aceito, Vossa Majestade — ao terminar de dizer ele se curva. De fato, já foi guarda antes e de nobres. Nunca vi ninguém que não fosse da realeza com essa postura.
— Ótimo, lhe chamerei para a sua primeira tarefa oficial em breve. Antes disso, quero que faça um favor, venha até mim soldado — assim que eu termino de falar consigo ver um mini sorrisinho no rosto dele. Acho que alguém aqui gosta de aventura.

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Estar aqui, no passado, eu acho, me faz sentir estranha. É como se eu fosse uma farsa, mas ao mesmo tempo é gratificante. Posso me livrar de algumas pessoas que me incomodaram antes. Só que antes, como eu vim pra cá? Johansen me matou, todos deveriam morrer, então eu deveria ir pro corpo do Octávio não? A pessoa mais nova da família. Será que ele não é filho do Johansen? Não, acho difícil. Josephine não é tão inteligente. Ela só é rica e mimada.
Será que não tinha ninguém vivo? Faria sentido. Mas será que eu não poderia morrer em fim?
Falando nisso, quem foi Morisia? Esse nome me remete a alguém, mas tirando ser a deusa da vingança, não lembro de mais nada. Que estranho.

— Ellisio, chame o bibliotecário chefe para mim! — as vezes é útil seu mordomo ser colado em você, inclusive, preciso me livrar dele, mas precisa de um motivo. A pena que ele é eficiente, se fosse leal...

— Vossa Majestade, me chamou — Ah ainda era o Tomaz! Sinto minis arrepios só de ver você, meu melhor amigo, digamos assim.
— Já lhe disse, não precisamos dessas formalidades Tomaz — acho que estou sorrindo, faz tempo que não solto um sorriso verdadeiro desde a morte dele. Ele é sobrinho do meu marido. E um fofo.
— Se a senhora insiste — diz isso, mas só basta eu olhar pra ele perceber — Ah, me desculpa Nissa, você sabe que vira costume, não sabe? — diz um pouco envergonhado, o que é um charme. Ele parece uma criança, mesmo já estando na casa dos 50 anos. Sempre gostei dele, criei ele com o Oliver, meu marido. O pai dele, morreu a muitos anos, ele era uma criança. Oliver, e Delivard, seu irmão, tem 40 anos de diferença, mas o querido sobrinho dele, tem ainda mais. Me sentia quase que uma avó para ele. Apesar dos meus apelos, Tomaz e Johansen nunca foram próximos. Johansen é mais novo e morria de ciúmes de Tomaz. O que pra mim sempre foi birra.
— Venha aqui, me conte as novidades! — estava com saudades dele

— Nissa, nos vemos ontem. Lembra na reunião sobre o reino Zixad. Eu pedi a você para podermos ir lá investigar. Lhe contei sobre escritos com mais de 6 mil anos e você não tinha me dito que não éramos para ir? — pergunta ele claramente confuso, merda nem lembrava dessa reunião.
— Tomaz, não me diga que você não estava pensando em ir lá sozinho? Não pode uma coisa dessas meu querido — só de ver o rosto meio envergonhado já sei a resposta e que bom que consegui sair dessa. Vou precisar de uma atualização das últimas reuniões que tivemos — Falando nisso, eu mudei de ideia sobre o assunto, quero sim mandar uma expedição pra lá, quero inclusive que você lidere — consigo ver pontinhas de empolgação nos seus olhos. Que fofo.
— Claro, eu te passo mais ou menos quanto tempo vai durar... Ah e eu preciso falar com o ministro da economia e — não deixo ele terminar, quanto menos pessoas souberem melhor.
— Tomaz, não quero ninguém além do seu pessoal de máxima confiança nisso. Vai ser completamente secreto.
— Mas Nissa, por quê? — ele claramente está confuso, consigo ver isso nele. Geralmente eu não fazia esse tipo de coisa.
— Tenho um interesse nos escritos que você pode encontrar, mas isso vai ser segredo real. Não vou entrar em detalhes com você sobre isso agora, mas saiba que são importantes e preciso do máximo deles o quanto antes — mas quanto tempo será que ele vai ficar lá? Não posso deixar demorar de mais. Quanto antes eu saber de algo melhor. Vai que dessa vez eu me lembre quem é a tal de Morisia.
— Tomaz, quero que me encaminhe o seu bibliotecário mais competente. Quero fazer umas pesquisas — talvez ele ache algo.
— Minha senhora eu cuido disso, não se preocupe.
— Nada disso, até o fim dessa semana você está indo para Zixad. Não quero te ocupar com assuntos desnecessários, me passe tudo que precisar, você vai levar o John com você. Não o quero cometendo riscos desnecessários. Me avise os materiais que você vai precisar levar consigo e, quero saber se vai precisar de mais alguém. Vai levar consigo um pombo mensageiro, quero avisos e atualizações semanais! — não preciso nem terminar pra ver a cara de que "não quero isso" — Não me olhe assim! Se não me enviar avisos semanais, vou mandar pessoas atrás de você. Reviro aquele reino todo se precisar, fui clara? — o reino de Zixad é imenso, no passado disse não porque aquele reino era um labirinto, só as pessoas de lá sabem andar por lá. O reino é em uma montanha, que dizendo as lendas, era a toca de um dragão antigo e poderoso. Inclusive, preciso saber como o reino acabou, tem mais ou menos uns 6 meses que o reino simplesmente parou de existir. Ele é o reino mais próximo daqui, preciso saber se tem algum inimigo ou então um problema grave nas mãos.
— Tomaz você está dispensado por enquanto, em três dias consegue me passar tudo que vai precisar? — ele assente com a cabeça e vai embora.

Tive assuntos entediantes o resto do dia, mas só conseguia pensar em uma coisa na pequena tarefa que dei a Alexander. Espero que tenha comprido ela. Falando nele, aqui está
— Vossa Majestade, um soldado pede para falar com a senhora — diz Cristin, pela cara dela, ela não gosta dele... Quero saber disso mais tarde.
— Mande-o entrar — assim que ele passa pelas portas do meu quarto tenho a resposta — Fez o que eu lhe pedi? — digo me ajeitando na cama.
— Sim senhora, aqui está o mordomo do Lorde David — olho pro corpo que está aos meus pés amarrado. Interessante, gostei dele, foi rápido.