Um Lorde pra Mim

CAPÍTULO IV

Notas: Em comemoração ao alcance de 1k de visualizações, atualização especial! Muito obrigada, gente! Às meninas que fizeram campanha no Twitter mais cedo, meu coração é todinho de vocês! Muito, muito obrigada! ❤️

Sobre esse capítulo: ele já estava pronto, mas o final não tava me agradando. Como eu só ia postar na semana que vem, pensei em dar uma revisada quando fosse postar pra melhorar, mas tava focando nas notas do capítulo cinco, organizando em tópicos antes de desenvolver. Mas com o 1k, resolvi revisar e soltar hoje. Qual não foi minha surpresa quando o Google Docs simplesmente parou e depois meu PC travou, não consegui salvar nada. Eu tinha copiado a parte que não salvou automaticamente e colei no bloco de notas, mas não consegui salvar nem mexer no navegador pra salvar no e-mail, nada. Aceitei a derrota e reescrevi. E está melhor que estava, if I say so myself. 😼

Espero que gostem e boa leitura! ❤️

🌼🛡️⚜️

Jonatas sentou pesadamente a uma das mesas na cozinha, a que ficava mais afastada do longo balcão onde os ajudantes de Zeza descascavam e picavam legumes e cortavam carnes. Nunca se curara completamente de ter um cavalo caindo por cima dele e sofria com crises de dor, tão fortes às vezes que mal conseguia andar. Felizmente aquele não era um dos piores dias. Mas também não ajudava que tivesse passado horas de pé ou em seu cavalo seguindo Kelvin e Ramiro enquanto eles ouviam um milhão de problemas e reclamações dos aldeões.

Mas o pior mesmo era ter que ter assistido aos próprios Kelvin e Ramiro interagindo entre si. Ou melhor, não interagindo. Quando não estavam ocupados agindo como lordes, fazendo perguntas sobre as propriedades, sobre as oficinas fechadas, sobre as fazendas vazias, estavam ou se evitando ou encarando o outro intensamente até que este lhe olhasse de volta e o primeiro desviasse o olhar.

Entendia, teoricamente, que demoraria um tempo para que se habituassem à presença um do outro. Conheciam-se há poucos dias, afinal. Mas a maldita tensão! Jonatas tinha certeza que poderia cortá-la com sua espada. Tinha ouvido os rumores da consumação, todos no castelo tinham, não era nenhuma surpresa afinal. Mas vendo os dois lado a lado, o soldado poderia jurar que não tinham feito nada! Talvez tivessem feito só o suficiente para cumprir a obrigação, mas a maneira que os olhos de Ramiro seguiam todo e qualquer movimento de Kelvin dizia que talvez tivesse sido melhor se tivessem aproveitado a noite para descontar um pouco daquela atração. Contou pelo menos umas três vezes apenas durante o caminho de volta pro castelo em que eles simplesmente deixaram a conversa morrer para se perderem no olhar um do outro. Um pouco antes disso, quando saíram do vilarejo, pareciam ter tido um intenso momento quando Ramiro se aproximou de Kelvin para ajudá-lo a montar. Aproximou-se demais. Enquanto desamarrava o próprio cavalo de uma árvore um pouco mais afastada, viu os dois se encarando, as mãos de Ramiro próximas à cintura de Kelvin, como se ele estivesse se controlando para não tocá-lo, o rosto de Kelvin erguido como se ele fosse beijar o marido. Mas de repente, Ramiro deu um passo para trás e Kelvin deu-lhe as costas e tratou de montar sozinho no cavalo. Jonatas rezou silenciosamente por paciência durante todo o caminho de volta.

Achava tudo aquilo estranho, mas não era de sua conta. Talvez eles estivessem agora mesmo, em seu quarto, descontando todos aqueles olhares e silêncios carregados na cama. Rolou os olhos e serviu-se da cerveja que estava sobre a mesa e Sidney e Flor juntaram-se a ele. Cumprimentou-os com um aceno de cabeça.

— Momento de descanso? — brincou, enquanto eles se serviam.

— Eles não precisam de nós agora, então sim. — respondeu Flor, puxando uma bandeja com pão e frutas para perto.

— Tomara que saiam do quarto mais calmos, então. — sorriu e piscou para os dois, acreditando que ririam com ele da piada, mas os dois apenas franziram os cenhos.