CAPÍTULO XI

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Notas iniciais: Esse capítulo se inicia no dia do ataque, mostrando pelo ponto de vista do Jonatas, o que aconteceu com ele e com o Ramiro. No início do quarto bloco (a quarta vez que os emojis 🌼🛡️⚜️ aparecem), tem uma repetição da cena do Kelvin, da Cândida e da Flor do capítulo anterior para situar vocês que voltamos ao presente ali. 😉

Espero que gostem desses 6k de palavras e boa leitura.

🌼🛡️⚜️

Quando viu Ramiro ser jogado ladeira abaixo, Jonatas chamou seu nome. Lutou com uma ferocidade ainda maior para se livrar logo do Guarda Real que enfrentava e poder ir atrás dele. Os outros soldados a serviço do Príncipe ou estavam mortos pela estrada ou corriam para acudí-lo, já que estava ferido.

Desceu para ajudar o amigo, ignorando o latejar da perna que só piorava, e o viu inconsciente e sangrando por uma perfuração nas costas. Sem perder tempo, usou uma faca que levava na bota para rasgar as mangas da camisa dele, para usá-las como bandagem, e as amarrou em volta da ferida. Não foi o suficiente para estancar o sangramento mas por hora, ia ter que servir.

Colocou a própria espada de volta na bainha e achou a de Ramiro caída no barranco. Guardou a arma dele também e tratou de arrastá-lo para longe da vista da estrada.

Quando julgou que estavam a uma distância segura, parou para pensar no que fazer. O mais importante era manter Ramiro vivo e para isso precisaria limpar o ferimento para evitar que infeccionasse e arrumar um abrigo. Ouviu boatos de que havia lobos naquelas matas e sobreviver a um ataque ordenado pelo príncipe para virar comida de um cachorro gigante selvagem não estava em seus planos.

Respirou fundo para se acalmar e colocar a cabeça em ordem. Lembrou de seus dias no exército e principalmente das batalhas que lutara ali, nas Terras Fluviais. Havia plantas medicinais naturais daquelas florestas e por sorte sabia reconhecê-las. Um emplastro ajudaria a evitar que a ferida piorasse.

Examinou a cabeça de Ramiro e não viu cortes, mas sentiu um galo. Talvez por isso ele tivesse desmaiado. Entrou mais na floresta à procura das plantas que precisava e ouviu um som suave de água correndo. Encontrou uma nascente e voltou até o amigo para trazê-lo até ali.

Com uma faca, cortou as roupas de Ramiro, liberando a área perfurada para ser lavada. Encontrou o que precisava: um arbusto com flores azuis com espinhos vermelhos crescendo alguns metros da água e tratou de esmagar as folhas e cobrir o buraco com elas. Amarrou a tira de pano novamente e deixou o amigo descansar enquanto pensava no que fazer a seguir. Precisariam de abrigo e poderia construir uma cobertura com galhos, cipós e folhas, mas não queria ter que passar a noite ali. A ferida de Ramiro precisaria ser costurada para fechar. Além disso, precisava achar uma maneira de levá-lo de volta para Ponteamarga. Decidiu avançar pela floresta e procurar alguma estrada ou alguém que pudesse ajudá-los.

Por precaução, arrastou Ramiro para longe da nascente e o deixou atrás de algumas rochas, caso alguém mal intencionado aparecesse por ali, antes de seguir a corrente. Onde havia água, haveria pessoas, era quase uma regra.

Respirou aliviado quando, metros à frente, quando as árvores começaram a rarear, conseguiu ver uma construção de pedra e uma estrada mais além. Aproximou-se com cautela para se certificar que era seguro. Ouviu muitas vozes femininas vindas de dentro do lugar.

Chegou mais perto e espiou das janelas, não vendo soldados com capas douradas. O local estava tranquilo, apenas mulheres limpando um salão com mesas, um homem num palco improvisado parecendo afinar um alaúde e uns poucos clientes que pareciam dormir agarrados a canecas de cerveja e hidromel. Viu uma placa com um desenho de um pêssego atrás do balcão do bar.

Um Lorde pra MimOnde histórias criam vida. Descubra agora