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Mitsuya levou [Nome] ao templo, lá eles encontraram Chifuyu, Mikey, Draken, Smiley e Angry. O ambiente estava com um clima triste, nem [Nome] seria capaz de reverter isso. Ela se sentou ao lado de Chifuyu, que estava encostado em uma pilastra, estava olhando para baixo. E então ela encostou a cabeça em seu ombro e ambos dormiram ali mesmo. Mitsuya estava muito preocupado e não sabia onde estava Takemichi.

- Não dá pra acreditar no que aconteceu - Mikey dizia se aproximando de [Nome] e Chifuyu e jogando sua blusa por cima deles. - Espero que fique tudo bem.

- Como vou fazer? O que vou dizer pra mãe do Baji? Não queria deixar tudo para eles resolverem... - Se sentou ao lado de [Nome] e colocou a mão na cabeça.

- Não esquenta, Mitsuya. Vou bolar em algo. Só arruma um lugar para eles ficarem essa noite.

- Eu não sei nem se eu vou voltar pra casa, sinceramente. Tô esperando um milagre acontecer, ou sei lá. - Suspirou respondendo o Draken.

- Oi... - Takemichi apareceu. - Sei que não é hora pra isso, mas essa é a Hina, minha namorada. Eu trouxe ela pra levar [Nome] pra casa. No caso a casa dela. Acho que [Nome] não vai querer voltar pra casa agora.

- O milagre apareceu. - Brincou Smiley, sem a intenção de magoar ninguém.

- [Nome]? Acorda. - Takemichi a balançava delicadamente.

[Nome] ergueu a cabeça olhando pra ele, sua cara estava inchada de tanto chorar. Não se lembrava o porquê estava chorando, mas olhou para o Chifuyu dormindo encostado na pilastra e se lembrou. Ele acordou vendo [Nome] o encarar, viu a silhueta de Baji nela por um instante, mas depois a viu como [Nome]. Ela Olhou para o Takemichi parado em sua frente e se levantou de uma vez e o abraçou. O abraçou como nunca tinha feito na vida. Abraçou lamentando por não ser Baji. Abraçou por ele estar vivo, ali, e se preocupando com ela.

- Ei, calma. Tá tudo bem. Você vai dormir na casa da Hina, tá bom?

- Ah, oi Hina. - Disse se soltando de Takemichi. - Desculpa a situação. Desculpa, não quero te dar trabalho.

- Tá tudo bem - sorriu. - Vamos pra casa e eu lavo suas roupas. Te empresto algo também.

- Ok. Deixa só eu - olhou para onde estaria Chifuyu - me despedir do Chi...fuyu. Onde ele foi?

- Acho que ninguém viu ele saindo... - Afirmou Angry.

- Então, eu vou indo. Tchau Mit. - O abraçou.

- Tchau, meu bem. - Mitsuya selou um beijo em sua testa.

- Tchau meninos, até algum dia.

Chifuyu não sabia para onde ir, não queria ir pra casa do Mitsuya, ele sabia que o mesmo havia pensado nisso. Mitsuya mal tem um quarto só dele, a casa não era pequena, porém as coisas das irmãs ocupava grande parte. Não queria voltar para seu condomínio. Era umas oito da noite quando saiu do templo. Então passou a madrugada inteira andando pelos bairros mais próximos. Draken o encontrou e o levou para um lugar para comer e conversou com ele. Ficaram umas duas horas conversando até que ele tivesse coragem suficiente para voltar pra casa para dormir.

[Nome] foi para casa de Hina, lá ela tomou um banho, não conseguiu comer nada. Deitou em um lugar que Hina havia arrumado para ela e chorou. Chorou muito, depois caiu no sono de tanto chorar. Quando acordou, estava sonolenta e não sabia onde estava. Olhou ao seu redor e se lembrou que estava na casa de Hina.

----01/11/2005----
Terça, 08:20 A.M

- Que bom que acordou, bom dia! - Disse entrando no quarto com uma bandeja. - Imaginei que você não fosse querer ir lá pra cozinha procurar algo pra comer, então preparei isso aqui. É simples porque eu não sabia o que você come de manha.

- Obrigada. Tá ótimo. Eu não como muito. Não quero te dar trabalho, então não vou passar o dia aqui. Pode... ligar pro meu irmão e ver se ele pode me buscar? - Dizia pegando uma uva.

- Claro.

Takemichi chegou, então seguiram para o condomínio sem trocar nenhuma palavra se quer. Quando chegaram, [Nome] disse ao seu irmão para agradecer o favor que Hina fez para ela. Havia um caminhão na portaria, mas não atrapalhava a passagem. [Nome] estava com um olhar frio, o que assustou um pouco Takemichi. Seguiram em direção ao elevador ignorando aquele monte de caixas na entrada do prédio. Apertaram o botão e subiram. Quando [Nome] abriu a porta, sua mãe a abraçou, ela sabia o motivo, mas tinha que parecer que não.

- Oi, mãe. Pra que isso?

- Que bom que você está bem.

- Por que eu não estaria? - Sorriu fraco tentando segurar suas lágrimas. Sentiu uma presença, alguém estava atrás dela. Ela olhou para sua mãe, ela percebeu e confirmou que realmente havia alguém atrás dela, então [Nome] olhou pra trás. Era Keisuke, mas não Keisuke Baji, era Ryoko Baji.

Sabiam que a mãe de Baji não se chamava Keisuke, mas gostavam de chamar ela assim porque os dois se pareciam muito. Decidiram isso um dia em que estava na casa do Keisuke. Era 1999, estavam sentados, brincando e Ryoko apareceu com três copos de suco. [Nome] a olhou e disse:

- Baji vai ser igual a você quando crescer.

Ela riu e disse que ele seria mais bonito. Keisuke ficou vermelho e então Chifuyu se pronunciou.

- Tia Keisuke, posso te chamar assim?

- Claro.

- Que não, né mãe? É meu nome...

- Seria meu, se eu não tivesse nascido menina. - Então depositou um beijo em sua cabeça.

Foi essa lembrança que [Nome] teve ao olhar a figura da mulher, então ela não conseguiu segurar suas lágrimas.

- Oi, tia Keisuke.

A mulher, que estava parada olhando para [Nome] chorando, não conseguiu se segurar. Então a abraçou e disse:

- Meu amor, Keisuke se foi. - Takemichi as levaram pra dentro.

- Ele... ele morreu?

- Sim... Ainda não consegui descobrir como. Pelo que me dissera, ele entrou em m lugar onde estava acontecendo uma briga. Atiraram nele pensando que ele fazia parte de tudo. Estou indo à delegacia para ouvir o suspeito.

- Eu não consigo acreditar... Diz que é brincadeira? Fala que ele tá no quarto dele escondido debaixo da cama? Por favor?

- Não, meu bem. Queria falar com você e o Chifuyu, mas não o encontro. Pode avisar a ele que... Que... - Mais lágrimas escorreram pelo seu rosto.

- Acho que mais tarde ele aparece, eu vou com você até lá e...

- Eu vou me mudar, [Nome]. Eu soube da morte dele ontem por volta das onze da noite. Uma parte da minha família veio aqui e me aconselharam a fazer isso.

- Aquela mudança é... sua? As coisas do Baji, tudo está lá fora? - Disse se levantando. - Eu não pude me despedir dele... - Abriu a porta e desceu todos aqueles lances de escadas, na esperança de ter sido um delírio e que ela estava brincando.

Quando chegou no primeiro andar, não conseguia se mexer. Ela estava cerca de 15 metros de distância, mas era suficiente pra ter a afetado da pior forma. Ela viu os homens retirando as últimas caixas de dentro do apartamento. Quando o último homem saiu, ela viu as luzes dos cômodos acesas, mas não havia nada. Todas memórias pareciam terem sido arrancadas de um lugar onde nunca deveria ter saído. Ryoko saiu do elevador, colocou as mãos no ombro de [Nome] e disse:

- Eu amo você. Não queria me desfazer das coisas do Keisuki, então separei uma caixa. Logo vou entregá-la a você. Até mais.

Por fim, ela fechou a porta de seu novo antigo apartamento e foi em direção a entrada. Entrou dentro de um carro, chorado e foi embora. [Nome] não conseguiu segurar mais suas lágrimas, elas saiam involuntariamente, sem parar. Takemichi a levou pra dentro do apartamento novamente, lá ela tomou um banho e foi dormir. Mais tarde, naquele dia, recebeu várias ligações do Mitsuya, mas não atendeu nenhuma. Não estava brava, não estava evitando. Apenas queria raciocinar tudo que acabou de acontecer, pareceu tão rápido. Chifuyu aparecia em sua mente, mas nada a fez ir atrás dele.

𝓞𝓷𝓵𝔂 𝓨𝓸𝓾 - 𝓣𝓪𝓴𝓪𝓼𝓱𝓲 𝓜𝓲𝓽𝓼𝓾𝔂𝓪Onde histórias criam vida. Descubra agora