Capítulo 4

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There's snow falling over the city
You thought that it would wash away
The bitter taste of my fury
And all of the messes you made
Yeah, you think that you got away
Can't Catch Me Now - Olivia Rodrigo

Ana Lívia Godoy Bueno

Ver o Apollo despertou sentimentos que eu não esperava, ver ele interagir com a minha filha fez eu sentir uma raiva sobre humana, ele se acha no direito de aparecer aqui e questionar sobre qualquer coisa, desde que ele viu a marca de nascença da Sophia ele parece lutar contra ele mesmo perdido nos próprios pensamentos.

Sentimentos que eu ainda não entendo dançam no meu peito, os olhos do homem que um dia amei parecem nublados de um sentimento que eu não consigo decifrar.

Estamos em uma batalha silenciosa de olhares e não sei como ele se acha no direito de sequer estar no mesmo ambiente que eu e minha filha.

Ouço alguém entrar no quarto e quebro o contato visual que tinha com o Apollo quando minha mãe se aproxima.

 — Tudo bem por aqui? — Ela indaga e me limito a um acenar de cabeça.

— A Sophia teve uma reação forte, mas por sorte a Ana fez tudo que precisava e ela está bem. – Apollo finalmente fala e seu tom de voz não é mais brincalhão como alguns minutos atrás.

— Minha netinha aqui é muito forte... – Minha mãe bagunça os cabelos da neta que dá uma risadinha.

— Sou igual ao papai, quer dizer, eu acho. — Minha filha fala e fecho os olhos por um momento.

A partir de certa idade as crianças tendem a ser muito curiosas, um estudo até fala que dos dois aos cinco anos elas fazem cerca de 40 mil perguntas, agora como eu poderia falar a verdade para minha filha?

Eu inventei a pior desculpa do mundo, disse que o pai dela estava trabalhando nas estrelas, o que ela automaticamente deduziu que ele era astronauta.

— Que legal princesa, como é o nome do seu papai? — Apollo parece genuinamente curioso, seu olhar encontra o meu por um milésimo de segundo.

Eu só quero sair daqui logo, pelo amor de Deus, juro que se tivesse só eu e ele nessa sala eu iria apertar o pescoço dele.

— Hummm... – Sophia pensa e seus olhinhos encontram os meus. — Mamãe como é mesmo o nome do papai?

Minha mãe arregala os olhos com a pergunta da minha filha e juro que se tivesse um buraco bem aqui no chão para me enfiar eu faria, eu pensei que tinha mais alguns meses antes da pergunta de ouro, vamos lá Ana, existem vários nomes, fala qualquer um.

— Mamãe? — Sophia insiste.

— Doutor Apollo, podemos conversar lá fora? — Encaro o rosto do grego e ele parece tão sério quando acena de forma positiva — Filha, depois falamos disso, fica aqui com a vovó que eu vou conversar com o médico para irmos para casa, ok? – Me aproximo dela e deposito um beijo no topo da sua cabeça.

— Tudo bem... — Sophia fala com um tom de voz baixinho.

— Até mais, pequena antes de você ir, venho falar com você. — Apollo pisca para minha filha que sorri.

Tadinha da minha filha, caiu nos encantos do grego igual a mãe, parece que as mulheres dessa família fazem bastante isso.

Apollo me direciona para uma sala que tem o nome dele na porta, ele fala com alguém sobre se ausentar por alguns minutos e quando entramos na sala eu finalmente explodo.

Destinos EntrelaçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora