Can't Take My Eyes Of You

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Ter algo romântico com uma autora deve ser paia. Cheguei na bunita e disse que ela estava linda. E ela disse que não tava porque tava suada e descabelada. E eu apenas disse isso... Há a beleza da mulher suada e descabelada que transcende todas as belezas.... Imagina só ouvir esses papos de véio. Até brinquei que estava sendo a Emily Dickinson. Viadagem em que o eu lírico está em 1800.

A novela Reputation TV

    Acorda, menina... O Louro José é corinthiano, mas o corinthiano anda querendo se matar... Não se mate, Louro José! O time não vai pra série B! Como a Namaria vai ficar sem você? Venha ouvir mais esse capítulo porque o Depay está chegando e tudo vai melhorar. Esqueça o futebol por hoje! Dê o play e volte a sorrir. Venha e sorria com a Globoplay!
    Estamos começando mais um capítulo de Reputation TV. A nossa novela mais comercial de margarina que existe. Só que não!
    Por falar nisso... Nada como comer seu pãozinho quente saindo do forno. Abrir o forno e ver o pão macio saindo com aquela fumacinha gostosa e passar uma margarina Qualy nele. Nada como ver derreter e ficar aquele gostinho delicioso. Experimente também a margarina derretida em cima do quentinho do pão. O gostinho é humm... Passou no pão, é só comer. Hummm... Chega a manteiga derrete!
    Dito isso... Essa é uma novela com Freen Sarocha como Pil, Rebecca Armstrong como Anin e um elenco tão doce quanto jabuticaba panhada do pé.
    Quem aí quer recordar? Lembrando que recordar é viver!
    Eu!
    (Barulho de plateia.)
    Qual é a história da novela? A novela conta a história de Pil que está querendo ter as jóias de titia e de Anin, uma inglesa que está querendo comprar uma casa. Só isso, narradora? Hum... O que mais posso dizer?
     Bom, Pil precisa do dinheiro da venda da casa que Anin quer comprar na corretora de imóveis de Pil para que possa usá-lo para pagar titia. Pil precisa comprar as jóias de titia para que possa ter direito às jóias de família a qual tem direito, mas a senhora idosa não quer dá-las, quer apenas vendê-las, pois Pil a decepcionou, por ser lésbica.
    No capítulo anterior, Anin pensou sobre como Pil havia descoberto que ela gostava de mulheres e gostaria de saber quem havia contado sobre seu sentimento por mulheres.
    Anin sempre foi uma mulher discreta ao qual não era capaz de fazer alardes sobre sua vida pessoal. Gostava de viver o sentimento de forma reclusa e contar apenas para pessoas de sua confiança sobre seus sentimentos mais íntimos. Portanto, estava desconfiada de quem havia entregue seu segredo.
    Consegui explicar de forma entendível?
    Sim!
    (Barulho de plateia.)
   Pois bem... O que será que acontecerá agora? Pil irá conseguir levar a inglesa a comprar a casa? Anin irá descobrir que há uma tentativa de golpe na venda da casa?
    Descubra isso agora em Reputation TV.
    Pil adentrou o recinto com muita frieza. O rosto belo estava com uma expressão pensativa, parecendo o gelo das geleiras que são encontradas na Antártida.
    (Barulho de passos.)
    Quando viu o marido sentado na poltrona fumando um charuto, sentiu mais frieza ainda. Sentia tanto asco do homem que estava em sua frente que nem sabia como conseguia conviver com ele todos os dias por todo aquele tempo de casados.
    — Anantawut Albuquerque Vilela Bulhões Sampaio Correia de Macedo! Eu nem me lembro mais qual seu sobrenome... Está faltando meu chocolate suíço! Disse-me que comprarias duas caixas nesta semana. Onde estão? Onde estão as minhas caixas, Anantawut?
    — Querido bombom da minha caixa, não fique brava comigo. Eu tive de pegar o dinheiro e fazer uma aposta no cavalo de número quinze. Ele estava com sorte.
    O homem falava com um tom de pedido de desculpas. Olhava a mulher com tal adoração que até fazia uma expressão idêntica à do Professor Girafales quando via a Dona Florinda, segurando da mesma forma o charuto.
    Pil respirou fundo, fechou os olhos e colocou as mãos nas têmporas para que pudesse ter paciência.
    — Apostando outra vez? Estava com tanta sorte que perdeu, seu palerma!
    — Não, querida. Ele venceu!
    O homem sorria com tanta felicidade que parecia a melhor notícia que ele poderia contar à esposa. Ela, porém, o olhou sem acreditar no que ouvia.
    — Venceu? E onde está o dinheiro?
    — Roubaram-me a maleta quando saía do jóquei clube.
    O homem falou com tanta naturalidade que a mulher ficou olhando-o como se fosse capaz de explodí-lo por não acreditar no que estava vendo e nem ouvindo.
    — E não foi à polícia? Não gritou? Por que está aqui fumando um charuto, homem? O que te deu?
    A frieza na voz de Pil denotava sua insatisfação para com o marido. Sentia que deveria matá-lo, pois um assassinato nesses casos era digno de justa causa.
    — Foram os homens do Botelhos. Estavam cobrando o dinheiro que pedi emprestado para pagar a sua viagem até o Egito, minha deusa egípcia. A dívida está paga, agora.
   Anantawut deu de ombros e Pil fechou os olhos. Sem forças para xingar o cônjuge, passou a pensar...
    — Meu Deus! Meu Jesus amado! Me traga a paciência para que eu não cometa um assassinato! Esse homem é um imprestável! Parece mais que vende a galinha para comprar o pato e vende o pato para comprar o cachorro. Preciso agir logo e conquistar o dinheiro da gringa para que possa sair dessa vida de patifaria. Preciso sair disso! Logo! O quanto antes! Que negócio de merda fui me meter! Eu deveria ter ficado com a francesa. Deveria ter ido à Paris e ficado por lá. O que fui fazer da minha vida? Minha única chance agora é a gringa! Oh, meça! Terei de agir! Agir logo! Maldita hora em que me casei com esse pato depenado e moribundo!
    Pil pensava consigo mesma formas de dar o golpe em Anin, quando Anantawut se levantou. O homem parou de frente para a esposa e a encarou com doçura no olhar.
    — O que quer?
    Pil era fria como um freezer ligado no grau mais frio bem no mês de julho, em pleno inverno na Serra Catarinense.
    — Não ganharei nenhum bom dia, meu quindim?
    — Quando você gozou, na noite passada, com a sua amante, aquela drogada, naquele muquifo de quinta categoria ao qual você a leva, ao menos pensou que gostaria de receber o meu bom dia, por um acaso? Ou pensas que não sei que anda usando essa sua boca em outra mulher? Que destes meus bombons para ela? Não me dirijas a palavra, Anantawut! Você me causa dores terríveis!
   — De onde tirou isso, Pil? Que amante?
   O homem estava consternado. A mulher o olhava com tanta frieza que parecia, de fato, que acreditava em tal informação. Porém, Pil sabia que o marido era paspalho demais até para manter uma amante. Tal ato da mulher em saber do fato, denotava tamanha inteligência ao qual faltava no cérebro daquele homem.
    — Tenho minhas informações, Anantawut. Se me der licença, irei atrás de formas de angariar dinheiro. Alguém aqui tem de fazer isso. Fazem dias que a inglesa não entra em contato. Preciso me movimentar ou a perderei de vez!
    Pil saiu do recinto com firmeza sem ao menos esperar por uma resposta vinda do marido.
    (Barulho de passos.)
    — Não sei de onde a minha esposa querida tirou a ideia de que eu tenho outra. Faço tudo para dar o melhor para ela. Preciso comprar os chocolates que ela tanto quer. Penso, talvez, que pedirei mais dinheiro para Botelhos. Ela ficará mais mansa. Ela sempre fica feliz com o chocolate suíço.
   Após duas horas, Pil caminhava pelo centro de São Paulo. Vestia um vestido elegante de cor azul marinho e saltos bonitos, além de um chapéu na cabeça. Os lábios estavam com um batom simples. Nos dedos, o anel de casamento e um anel com uma pedra preciosa.
    (Barulho de cidade com carros passando e pessoas conversando.)
    Parou em frente a um café simples com mesinhas dentro. Dentro dele também havia uma mulher sentada com seu vestido azul bebê. A mulher bebericava uma xícara delicada de chá.
    O sorriso iluminou o rosto de Pil. Ela sabia que ali estava a sua única chance de reaproximação com a inglesa. Sabia que era a única forma de ter mais uma chance de conquistar as joias, as joias de titia, e a liberdade ao qual tanto almejava.
    Adentrou, andando de forma elegante, pelo pequeno lugar. Olhou para a atendente e passou direto. Não pediria nada, pois não havia tanto dinheiro na carteira. Não estava ali para gastar um dinheiro ao qual nem possuía.
    — Sabia que lhe encontraria por aqui, meu bem.
    Puxou a cadeira e sentou-se de frente para a mulher.
    (Barulho de cadeira sendo puxada.)
    — Claro que saberia, querida. O que quer?
    Voz de Nam Poolsak, diretora e atriz.
    — Prik, querida. Você disse que Anin era fácil de se levar. Disse-me que ela era uma mulher reclusa e com poucos contatos. Ela pareceu-me um tanto fria e distante. Também, muito esperta. Alguém que teve contato com muitas pessoas.
    — Disse-lhe, também, para ir com calma, Pil. Anin é desconfiada. Ela sabe se proteger muito bem. Mas você me disse que saberia como tratar uma mulher como ela e não quis ouvir mais. Aposto que foi com muita sede ao pote. Ela não me disse nada sobre a casa. Tampouco perguntei. O que aconteceu?
    — Imaginei que não diria. Fui um desastre completo.
    Pil sentia raiva de si mesma. Havia saído com tantas mulheres de todas as culturas possíveis, incluindo inglesas. Não imaginava que seria uma paspalha, ao ponto de afugentar a pobre menina.
    — Apenas posso lhe garantir uma coisa, Pil. Que ela não resiste aos encantos de mulheres. Se resistiu aos seus, certamente deve ter sido por algum motivo.
    A mulher bebia o chá tranquilamente, enquanto a outra a encarava com um semblante muito sério.
    — Não, Prik... Anin é esperta. Ela não cairá facilmente como me disse.
    — Então, não a está seduzindo da forma correta, Pil. Conheço Anin desde a adolescência. Estudamos juntas no colégio interno. Sou sua melhor amiga. Sei tudo sobre a vida de Anin. Garanto que, se lhe falar as palavras corretas, ela cairá.
    — E quais seriam essas palavras? Já que pensas que sou tão horrível, digam-me o que devo dizer.
    — Não me peça para fazer seu trabalho, Pilanthita! Não seja uma encostada! Se quisesse, eu mesma a teria seduzido! Tanto dinheiro para uma única mulher! É algo que mexe com qualquer um! Porém, o meu negócio são os braços e o cheiro de um homem. Mulheres não são o meu negócio perfeito. Eu dou golpes em homens, minha querida, apenas para a minha eterna diversão. Retiro as carteiras enquanto as roupas ficam caídas no chão.
    Prik, que Anin costumava chamar de Jim, ria e Pil a olhava com certa impaciência. Não se importava com aqueles assuntos. Estava preocupada com outras coisas que não envolviam sexo com homens. Afinal, estava fugindo do sexo com o homem dela. Não precisava saber sobre o sexo de outras mulheres com seus homens, mesmo que em golpes.
    — Titia deve saber que te ensinou bem. Você puxou à ela.
    — Todos nós sabemos que você é a melhor de nós, meu bem.
    — Você deu sorte da família Fujiwara a ter adotado, meu bem. Eles nunca souberam que passava as férias na nossa casa aprendendo nossas coisas. Se soubessem, certamente que a deserdariam. Adotaram uma pequena japonesa órfã e a menina se tornou a maior trambiqueira de São Paulo!
   Pil riu pela primeira vez à lembrança da adolescência e das férias em grupo em que a tia ensinava para algumas meninas como conquistar homens, também como dar golpes infalíveis nesses mesmos homens.
    — E você deu sorte de ter se casado com aquele homem gostoso. Eu não me casei... Nem pretendo! Seguirei os passos de titia. Ser uma velha cheia de dinheiro e vivendo bem.
    — Não fale asneiras! O homem está falido!
    — Falido ou não, é um pato que rende um bom caldo. E fará tudo o que mandar. Está em suas mãos!
    — Certamente... Eu soube deixá-lo na palma da minha mão. Mas sobre Anin... Vim aqui por causa dela. Ela é arredia, minha querida. Preciso de ajuda.
    — Já disse... Vá com calma e seduza-a. Vou ajudar... Farei com que vocês se encontrem hoje à noite no salão do MASP. Esteja lá. Terá uma mostra belíssima. Ela não irá resistir a ver. Entenda, Anin gosta da cultura do Brasil. Você é brasileira, Pil. Aja como tal. Agora, preciso ir embora para ver titia. Ela está uma rabugice porque não a vejo há um ano. Mandou-me um recado mais cedo. Irei almoçar com ela.
    Prik pousou a xícara na mesa e Pil a olhou com frieza.
    — Nunca entenderei como minha tia gosta mais de quem não é de sangue.
    — Ela te ama da forma dela, Pil.
    — Ama tanto que terei de pagar pelas jóias que são minhas por direito.
    — E eu estou a ajudando quanto a isso. Não estou? Fique tranquila, minha querida. Tudo dará certo. Nos vemos mais tarde. Não se atrase. Seja pontual. Darei o sinal de quando poderá se aproximar. E faça certo. Você gosta da fruta, meu amor! Deveria ser fácil! Anin é um pitel! Você deveria ver como um prêmio e não como um desafio angustiante. Você terá uma pata que rende caldos, minha querida! Deveria se alimentar! Será um banquete do que você mais ama!
    Prik se levantou com elegância, saindo do café e deixando Pil sozinha para pensar com atenção.
    Pil suspirou e olhou para a atendente que a encarava do outro lado do balcão como se dissesse sobre que ela deveria pedir algo.
    — Traga-me um bolinho de chocolate, por favor.
    O que irá acontecer agora? Pil dará o golpe em Anin? Sim, perguntei isso outra vez! É a pauta! Sei que pergunto por isso todos os capítulos. Mas, de qualquer forma, Prik ou Jim ajudará Pil a dobrar Anin? Anantawut se endividará mais ainda? O que será que acontecerá?
   Descubra isso no próximo capítulo de Reputation TV. Será sempre às dez da noite, toda quinta-feira... Aqui, na Globoplay!


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⏰ Última atualização: Nov 19 ⏰

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