𝖢𝗈𝗇𝖼𝗅𝗎𝗂𝖽𝖺 › 𝖺𝖻𝗈
❝𝐋ee Félix é um ômega solitário que luta para sobreviver a cada inverno em sua alcatéia, trabalhando arduamente na confeitaria de Seo Changbin para poder bancar a família e sobreviver. Ansiosamente, ele espera para co...
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JEONGIN ANDAVA silenciosamente, de cabeça baixa e um pouco à frente do amigo. Sua mente fervilhava em busca de alguma solução e às vezes olhava rapidamente para ômega para saber se estava tudo bem e se ele estava o seguindo. Já Félix, se sentia acuado toda vez que o amigo checava-o, fazendo-o se sentir doente. E na verdade estava com uma doença espiritual e mortal, e a única coisa que o mantinha ali era uma planta. Em sua mente, as palavras da Vovó Im ecoavam como um lembrete de que tudo estava por um fio, prestes a romper a qualquer momento.
— Você pode morrer a qualquer hora nesse estado... — avisou a velha, direta. Jeongin que o segurava, intensificou o choro, enquanto ele ficava estático, se desligando da verdade. — Mas eu tenho um pouco dessa Murta-de-cheiro e você, talvez, conseguirá sobreviver até o fim do inverno, nada além disso. — continuou sem demonstrar seus sentimentos. A senhora se entristecia ao ver um jovem ômega com a vida fadada a morte tão cedo, mesmo com todos os seus anos de experiência. — Ela manterá seu ômega em um coma induzido e ele não sentirá nada, mas quando o efeito da flor passar, seu ômega acordará e você terá, talvez, um pouco mais de 12 horas antes de desaparecer para sempre.
— Eu posso viver da planta? — perguntou ele, se agarrando ao último fio de esperança.
— Claro, mas como eu disse, meu estoque só da até o fim do inverno e não se pode encontrá-la até à primavera... — respondeu ela. — Ela não floresce em estações frias...
— Então, quando o inverno acabar, eu já não estarei mais aqui? — questionou retoricamente e começou a chorar baixinho, sentindo as lágrimas queimarem-no e deixarem um rastro salgado pelas suas bochechas. A mulher negou, num aceno pequeno com a cabeça. — Eu não verei a primavera chegar...
— Sinto muito, pequeno... — se desculpou a mulher se levantando, mas ainda o encarando. — A vida não foi boa contigo, espero que na próxima reencarnação, você viva tempo mais que suficiente... — isso não era o suficiente para ele, ele não queria outra vida, ele não queria morrer assim, sem escolhas, ele não queria esperar pela próxima reencarnação. Mas a vida não é um mar de rosas...
Ambos agora voltavam para casa, com o sol se pondo no horizonte e Félix reparou o quão lindo o céu era. E naquele momento, ele viu as misturas de cor com outros olhos.
Rindo com amargor, ele parou olhando para o céu, e pensou em como era ingrato. Só estava dando valor para as coisas agora que estava às perdendo, como a sua vida e como o céu era uma das coisas mais lindas que já viu. Félix odiava se sentir daquele jeito. Acuado, com medo do amanhã, da escuridão que tomaria sua vida dali algum tempo e da sua falta de escolha.
