𝖢𝗈𝗇𝖼𝗅𝗎𝗂𝖽𝖺 › 𝖺𝖻𝗈
❝𝐋ee Félix é um ômega solitário que luta para sobreviver a cada inverno em sua alcatéia, trabalhando arduamente na confeitaria de Seo Changbin para poder bancar a família e sobreviver. Ansiosamente, ele espera para co...
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O ÔMEGA voltava para casa muito antes do expediente acabar. Quer dizer, ele havia sido liberado antes, bem antes, pelo próprio Seokjin, que iria resolver uns negócios do casamento. Era quase a hora do almoço e sua barriga reclamava de fome, enquanto levava dois pedaços de torta de maçã para seus irmãos, que adoravam. Depois da noite anterior, eles mereciam algo.
Ao passar por um casal, Félix, abaixou mais o boné, tentando esconder o rosto, mas pode ouvir os burburinhos trocados entre eles. O pior é que ainda nem estava passando pela parte movimentada da alcateia, então teve a brilhante de cortar caminho pela floresta, para evitar todos os comentários. Será que teria que fazer isso todos os dias? Talvez seja melhor.
Changbin havia ficado muito preocupado com o estado que o garoto chegou. Embora as feridas estivessem um pouco feias, não era o que parecia. A dor que vinha dali não era o suficiente para incomodar ou ultrapassar as outras, então era como se ele não notasse ela ali na maior parte do tempo. O ômega mais velho fez várias perguntas, preocupado pelo que tinha realmente acontecido, mas como o outro disse, foi a primeira vez que ela machucou-o assim e a mãe estava bêbada. Era doloroso ter que explicar o porquê dele sempre ser o atingido na história, mas na verdade, não tinha explicações. Félix não entendia o que tinha de errado para ser tão contrariado pela vida. Com certeza, foi algo da sua outra reencarnação, ou estava pagando pelo pecados de seus pais, o que também era provável.
Andava, sem pressa, afundando seus pés na pequena camada de neve, a caminho de sua casa, com os fones bem postos nos ouvidos e cantarolando alguma música. Pensava em várias coisas ao mesmo tempo, desde como encararia a mãe à como Jeongin não deu as caras hoje, fazendo o garoto sentir sua falta. Félix adorava contato, mas como nunca teve muitos, não sabia lidar, ficando sempre na sua e falando quando necessário, era horrível tê-lo como companhia. Seu braço foi puxado a tempo, trazendo seu corpo para trás, antes que um galho podre e congelado o atingisse. Seus olhos se arregalaram e tirou os fones de ouvidos, virando-se para trás e encarando o seu salvador. Antes que pudesse raciocinar, o cheiro do alfa já havia entrado em suas narinas e mexido com seu ômega.
— H-Hyunjin... — resfolegou o garoto encarando o alfa que franziu o cenho preocupado.
— Você está bem? — perguntou Hyunjin, com sua voz tipicamente rouca, que sempre fazia o garoto se arrepiar.
— E-eu acho que s-sim... — tentou dizer Félix, mas estava atordoado demais para notar. — Obrigado.
— O que são esses machucados em seu rosto? — questionou o alfa, deixando a preocupação transparecer na voz, o que fez o ômega derreter um pouquinho, antes de tentar cobrir o rosto envergonhado.
