𝖢𝗈𝗇𝖼𝗅𝗎𝗂𝖽𝖺 › 𝖺𝖻𝗈
❝𝐋ee Félix é um ômega solitário que luta para sobreviver a cada inverno em sua alcatéia, trabalhando arduamente na confeitaria de Seo Changbin para poder bancar a família e sobreviver. Ansiosamente, ele espera para co...
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ELE ESTAVA cansado. Se sentia exausto e incompleto, entretanto sabia bem o porquê. Esse sentimento tinha nome, sobrenome e um cheiro maravilhoso. Fora os lábios macios e convidativos. Jisung estava perdido e Minho era o único que podia encontrá-lo. O único que Jisung queria que o encontrasse, mas havia pisado na bola e agora o alfa estava saindo com uma ômega. Tentou não se chatear, afinal foi ele quem o rejeitou, mas queria, por mais egoísta que fosse, ver o rapaz atrás de si.
O garoto saiu de seu quarto, ciente de que se permanecesse mais tempo lá, morreria depressivo e foi andar pela alcateia até sua aula de dança começar. Caminhou chutando pedrinhas, organizando seus milhares de pensamentos e notando seus outros milhares de erros. Ele assumia a si próprio que era egoísta, mas não sabia como evitar, quando menos esperava já estava pensando e agindo desse mesmo modo. Talvez foi por isso que Hyunjin não conseguiu escolhê-lo em vez de Lee Félix. Igual seus pais haviam feito. Escolheram o trabalho ao invés do filho e como os diplomatas que eram, viviam longe, viajando em busca de acordos de paz e de livre comércio. Ah, como sentia falta deles. Em cada parte do seu dia. Sempre quando se sentava na mesa para comer e via as cadeiras vazias, ou quando precisava contar algo e não tinha ninguém para conversar. Talvez — só talvez —, sua possessão com as pessoas seja resultado disso. Uma enorme consequência que quase destruiu pessoas. Nos últimos dias sentia uma falta absurda de seus pais, de Seungmin, de Hyunjin, de Minho... sentia-se tão sozinho que não conseguia suportar a ideia de voltar para a casa e encontrar o silêncio.
Por isso que ao passar pela confeitaria de Changbin e ver seu melhor amigo com seu cunhado conversarem animadamente com Félix, sentiu uma tristeza afundar seu peito. Ninguém queria ficar mais perto de si, por um egoísmo que ele não conseguia evitar.
Se remoendo de culpa entrou na loja, caminhando com medo até a mesa onde os três ômegas se reuniam e viu o que esperava conversar se encolher, abaixando o olhar. Não era ele quem devia fazer isso, implorando por perdão? Engolindo em seco, se aproximou do loiro, parando em sua frente.
— Podemos conversar? — perguntou Jisung com o pouco de força e coragem que ainda restava. Félix assentiu receoso e Changbin tratou de se levantar para dar privacidade, cutucando o cunhado que parecia assustado e curioso ao mesmo tempo.
— Venha, Seungmin! — chamou Changbin inconformado com a atitude do mais novo e sentindo o ímpeto de arrastá-lo.
— O que você vai fazer, Jisung? — perguntou o melhor amigo de forma acusatória, magoando o ômega, mas como havia tido aulas de expressões no curso de dança, aprendeu a mascarar qualquer reação.
— Conversar, Seung... — respondeu de modo seco e áspero, o que não passou despercebido pelo Lee, que entendeu tudo de primeira.
