Minhas bucetudas... aqui está o começo do final feliz
PEÇO QUE INTERAJAM... UNICA FORMA DE EU SABER SE DEVO CONTINUAR...
Ele espera por mim. Ao menos prometeu. Mas o que realmente espera por mim... Um policial honrado que quebrou as leis sagradas do matrimonio... Um homem carente de afeto que foi seduzido por uma mulher possuída... Um homem nefasto que busca o prazer no promiscuo... Um homem que me vê como uma mulher, além da puta que me tornei... Qual destes me espera?
Pouco importa qual Jorge me quer. Ou como ele me quer. Nem ele ou qualquer outro homem me terá. Voltarei para a fazenda, o lugar que nunca deveria ter saído. O lugar que aprisiona esta parte podre do meu ser. O trabalho lavará a minha alma. Alma esta que se afundou mais ainda depois do que fiz com o padre.
Saio as escondidas da igreja pela porta lateral que dá na praça. Será uma caminhada longa até a minha casa. A minha verdadeira casa. Não levarei nada desta vida mundana comigo.
Por ser uma cidade pequena, pouco demora até que eu chegue a estrada que leva a fazenda. Da última vez, levou algumas horas. Mas desta vez, demorarei mais. Não sou a Larissa com medo de se unir em matrimonio com um desconhecido. Sou a Larissa que provou do errado e gostou, mas tem que voltar ao certo. Não é fácil voltar ao certo.
Encaro a estrada de barro iluminada apenas pela lua. Ninguém passa por aqui após a seis, apenas caminhoneiros. Eles são um risco para a minha remissão. Polvorosos por sexo, traçam qualquer uma que lhes deem atenção. Mais à frente está o ponto de descanso deles, ou como a cidade chama: esquina das putas...
Passo por eles sem nem mesmo um olhar de esguelha. Nenhum parece notar a minha presença. Continuo a caminhar sem olhar para trás. Não posso correr o risco de desistir. A cada passo que dou, relembro um toque. De Jonas, imaturo e inexperiente. De Henrique, que me via como uma diversão. Pelo padre, que encerrou meus pecados. Por meu pai, o ato mais nojento cometido por mim. Por Jorge, protetor... O tipo de homem com quem me casaria. Mas não sou respeitada o suficiente para isto. Eu não mereço ser a mulher de ninguém. As cinco horas seguintes, caminhei com meu corpo sedento pelo prazer passado, mas o cansaço fez o meu corpo desistir de tentar buscar prazer.
A primeira luz é avistada. Lá está a fazenda. Suntuosa. Um casarão enorme, com uma única luz acesa na varanda de entrada. O resto passa pela escuridão todas as noites. Caminho pelo rastro de carro recorrente que leva a entrada da casa, torcendo para não levar um tiro dos funcionários.
Adentro a varanda, um único peão a guarda. Ele me reconhece. E sorri gentilmente para mim. Devolvo-lhe o sorriso, me lembrando em cumprimento.
O sorriso de João entristece lentamente antes dele dizer:
— Está de volta, Larissa...
— Precisei voltar — Respondo, mas vejo em seu olhar que não entende.
Ele provavelmente me viu fugir. Ele provavelmente escondeu este segredo. Ele provavelmente sofreu as consequências por não impedir a minha fuga. Ele provavelmente torceu para ser ele no meu lugar. Mas é difícil fugir às escondidas com três filhos e esposa, ainda mais quando a esposa é forçada a dormir na casa principal. E sua dívida na fazenda, a cada dia se torna impossível de quitar.
— Será difícil pra você voltar — Ele me avisa.
Caminho em direção a porta, preparada para finalmente voltar a ser a velha Larissa. Com duas batidas na porta, uma criança desconhecida me atende. Ela me encara como se eu fosse um espécime nunca vista antes, talvez pelas roupas e cabelos amassados. O padre não é um homem tão recatado.
A menina não parece entusiasmada em me deixar entrar e minha avó ou avô estão dormindo há horas. Me resta apenas as moças da cozinha.
— Avise aos funcionários que a neta do patrão chegou — Lhe dou o recado.
A garota não dá nem mesmo um passo antes que a voz de minha vó ressoe pela sala:
—Pode ter meu sangue, mas não é minha neta!
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Ninfeta do Interior - UM RECOMEÇO - 2
Short StorySequencia do livro "A NINFET DO INTERIOR", disponível na amazon. Larissa deseja voltar ao passado e resgatar a sua antiga versão que não sentia prazer pelas impurezas carnais. A única maneira de resgatar sua antiga eu, será voltando a fazenda que fo...