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QUE PREGUIÇA

CANSADA DESSA MERDA

AGUARDO ANSIOSA PELO DIA DA MINHA MORTE



PORNÔ NO PROXIMO CAP... 

Na casa principal, sou avisada para ir diretamente para o quarto de visita, que fica ao lado do meu. Sempre me magoou o fato d meu quarto ser menos da metade do de visita, que o quarto que sempre estava vazio tinha moveis melhores que os meus, que tinha banheiro privativo... o meu parecia um pequeno corredor. Ao entrar no cômodo pintado em azul claro, percebo que não me esperam trabalhos insalubres ou limpeza de alma à base de açoites. Algo inimaginável me espera. Um médico. O homem alto, não usa jaleco. Suas vestes são normais... na medida do possível. Nunca vi um homem tão bem vestido.

Ele me analisa como se eu fosse um animal. Sua cara de nojo observando cada detalhe da minha recente violência.

— Doutor Augusto veio para uma consulta rápida — Avisa minha avó, sem ao menos um cumprimento.

A encaro, procurando algo que indique preocupação, mas nada se expressa em seu rosto. Nem mesmo arrependimento.

Tão logo ela se despede, avisando diretamente ao médico que irá até o padre.

De porta fechada, sozinha entre quatro paredes com o estranho médico, ouço sua voz pela primeira vez ao perguntar:

— Quando foi a última vez que tomou banho?

Sinto minha bochecha esquentar com a pergunta indelicada. A vergonha deve estar tingindo cada parte do meu corpo. Admito que desde os meus ferimentos, venho sendo banhada por Fernanda. Um banho de gato. Minhas feridas devem cheirar melhores que eu. Mas a dor que eu sentia em minimamente me mexer... me impedia de se quer pensar entrar num banho frio.

O médico responde a sua própria pergunta ao dizer:

— Primeiro um banho.

Ele aponta para a porta entreaberta que acoberta um banheiro. Já imagino a dor que sentirei ao sentir a agua tocando minhas feridas.

Gaguejo um não.

O médico sorri descrente.

— Pelo visto, vai durar tanto quanto as outras — Fala, sem desmanchar o sorriso.

— Outras? — Pergunto confusa.

— Meu irmão não aceita esse tipo de comportamento. Aposto a minha vida que antes mesmo do padre os declarar casados, essa sua pele encardida ficará rocha.

— Casados? — O encaro, sentindo minha alma desculpar meu corpo. — Quem se casará?

Eu sei a resposta. Já entendi que de alguma forma irei me casar sem o meu consentimento. Mas mesmo assim, repito a minha pergunta ao médico:

— Quem irá se casar?

Ele me olha novamente como uma espécie de animal.

— Você. Não acho que você valha a dívida que seus avós têm com meu irmão.

Inúmeras perguntas perpassam por minha cabeça. Quem é seu irmão: Que divida? Porque eu sou o pagamento? Mas não tenho a chance de anuncia-las antes do médico voltar a falar:

— Quando foi a sua última menstruação?

— Não me lembro... — Respondo sincera e confusa.

— Quando foi a sua última relação? — Pergunta, e então entendo do que se trata a minha consulta.

— Sou virgem — Gaguejo uma mentira.

— Se você diz... Por mim, tudo bem — Elegargalha com sinceridade e dá de ombros se encaminhando para a porta de saída doquarto. Ele me olha uma última vez antes de sair do quarto: — Por mais que eu duvidemuito que consiga sobreviver até conceber meu sobrinho.


Desculpa por sumir e voltar com essa merda, mas estou cansada. A vida está uma merda, nem sei pq continuo tentando viver.  Sou tão inútil que nem pra me matar eu sirvo.

A Ninfeta do Interior - UM RECOMEÇO - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora