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O sol bateu sobre os olhos de Lavínia assim que ela se aproximou da janela, olhou além das ruas e viu o oceano .

Ela sorriu abertamente, o cheiro de água salgada com areia, era como sua mãe contava para ela.

— Chim? — Ela vira para trás  e o sorriso que carregava diminuiu, só queria poder mostrar tudo para seu irmão, mas ele não estava ali - Você iria adorar ver o oceano — Ela comenta e após fechar as cortinas com raiva em suas mãos.

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Lavínia caminhou pelo jardim e se ajoelhou entre as flores, haviam muitas borboletas e libélulas sobrevoando o local, ela sorriu. Ela sentiu o sol bater em seu rosto, era quente a sensação de calor, bateu em sua pele como um abraço. Mas durou pouco tempo, sentiu necessidade de tirar a jaqueta e levantar a barra de seu vestido, porém estava a usar calças de couro. Ela franziu o rosto em uma careta e se levantou rapidamente e caminhou para dentro da casa, brava batia os pés enquanto caminhava.

— Olá...La…—  Beatriz a encontrou no corredor mas não se lembrava de seu nome

— Lavínia! —  Ela confirma para a mais nova

— Isso! Você está bem? Parece desconfortável — Beatriz diz preocupada

— Você consegue ler meus pensamentos? — Lavínia perguntou confusa

— Nah, você está franzindo a testa, isso é normal quando estamos chateados com algo ou alguém — Beatriz explica e Lavínia compreende

— Eu estou me sentindo desconfortável com o clima, eu prefiro usar meus vestidos, do que usar isso — Ela diz e aponta para suas calças

— Ah, entendo bem, posso te emprestar umas roupas minhas se quiser? Que tal? — Beatriz diz animada

— Tem certeza?

— Sim, eu não uso meus vestidos, sou mais de usar shorts — Ela explica puxando Lavínia pelo braço e a arrastando pelos corredores longos da casa

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— Não repare na bagunça, trouxe pouca coisa devido a urgência — Bia diz assim que as duas entram no quarto, que Beatriz se hospedava sempre que visitava a Madame.

Lavínia não reparou muito, evitava observar sem o consentimento das pessoas. Ela poderia saber quase tudo sobre a vida das pessoas, só de olhar ou encostar em qualquer item. Era como se pudesse ter visões do que aconteceu, mas não do que vai acontecer.

Somente com algum esforço que envolva magia, ela pode ver além do que se imagina. Como aconteceu com a visão de Jimin, se tornando Hanna. Eram apenas resquícios, como dicas para saber o próximo passo. Mas ela não gostava de saber o que iria acontecer, muita das vezes em que tentou, sua cabeça doeu fortemente.

Lavínia sentou-se, enquanto Bia procurava uma roupa.

— Me diga, é verdade que você é uma feiticeira? — Bia perguntou, mesmo sabendo a resposta, queria conhecer mais o grupo que acompanha o soberano a séculos. Lavínia se atentou, não era fácil conversar sobre.

— Sim, como posso explicar para que entenda — Lavínia pensou — Eu possuo poderes mágicos, é como uma luz dentro de meu peito, que escorrem por minhas veias — Lavínia explica com gestos — mas de acordo com a sociedade, nós que temos esses poderes somos nomeadas de bruxas, magos, esquisitos — Ela ri ao mencionar — Mas para meu povo é feiticeiros, sabemos que o novo traz confusão e medo aos seres mortais.

— Sim, o ser humano tem medo do desconhecido, tem medo de ser algo que prejudica a vida deles em terra — Beatriz diz olhando para Lavínia

— Eu sou metade humana, então sei que alguns atos meus são desse meu lado sendo racional — Lavínia explica

  BLOOD  Sombras de um reinadoOnde histórias criam vida. Descubra agora