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Pov Taehyung

Dentre vários ditados populares que já ouvi nos meus quatrocentos e poucos anos nesta terra, um deles é: "que os opostos se atraem" Mas se os opostos se atraem, também se repelem só pode ser isso.

Confesso que, apesar de não suportar a arrogância da jovem à minha frente, não posso deixar de admirar a coragem dela. Uma simples humana que tem pouco amor pela própria vida, quando digo pouco é pouquíssimo, quase nada. E não estou falando sobre o médico, e sim sobre ter ido me enfrentar nas escadas do hospital e em meus aposentos na mansão. A forma como ela enfrenta a madame é admirável. 

Ela sabe exatamente o perigo que enfrenta e mesmo assim não o teme. Neste exato momento, vejo-a em uma discussão frenética com a Shu mais velha e Lavínia. É divertido ver o rosto vermelho de raiva, os olhos expressando toda a raiva que ela sente. É fascinante como os humanos podem ser lidos pelas expressões.

— Tá, olha só, chega vocês! Hoseok, que até agora estava quieto, se manifesta: eu realmente estou começando a concordar que os séculos não foram o suficiente para vocês aprenderem.

— Lá vem sermão, vovô — Yoongi debocha olhando para Taehyung.

Este se levanta com as duas mãos em sinal de rendição.

—  Eu não estou fazendo nada, nem sequer abri a boca — o ex-monarca diz.

— Tudo bem, Trix. Se você não quer que o Taehyung acesse suas memórias, eu entendo. Todos nós aqui podemos fazer isso, mas é preciso que você entenda que ele é o único que possui uma conexão mais forte com a Hanna, e pelo que parece, você também tem. Pelo bem dela, que está perdida em sua própria mente deitada em sua cama, você arriscou sua vida por ela, o que não deve ser algo trivial. Por favor, permita que possamos ajudá-la. Se não quiser que seja ele, eu posso fazer, só deixe. —Hoseok é firme.

— Vou pensar — foram as únicas palavras ditas por Beatriz antes de levantar e sair.

— Volte aqui, menina, eu permiti que você saísse? — grita Shu para Bia, que nem sequer se dá ao trabalho de olhar para trás.

— Continuemos a reunião — Taehyung propõe, afim de acalmar os ânimos.

— Ok, tudo bem - madame diz, massageando as têmporas — conseguiram apagar os rastros dela no assassinato e no hospital?

— Sim, eu cuidei pessoalmente disso — responde Jungkook — mas o Richard ainda pode surpreender, como sabemos, ele não precisa de câmeras para farejar e deve estar com um ódio mortal da Beatriz. Isso é péssimo, o nome, sobrenome, local de trabalho; tudo isso ele acessou lá do hospital.

— Beatriz nunca usou meu sobrenome e quanto ao nome, ela usa um sobrenome composto. Quando ela começou a trabalhar para nós, deixamos o passado dela completamente original e criamos algumas histórias para justificar a passagem do tempo. Depois da morte dos pais, fizemos com que ela tivesse uma tia que faleceu há alguns anos, dessa forma parecia que a tia tinha terminado de criá-la.

Isso é bom, mas ainda aconselho a ter cautela, enfatiza Jungkook.

— Acho que ele está certo, se nada escapa do Tae, pode ser que não escape dele também. Estamos deixando passar detalhes importantes, as emoções estão à flor da pele de todos nós. Beatriz me mostrou algo que eu não havia percebido: Richard também anda na luz do sol, ele só pode ser protegido por um feiticeiro. Como vocês não param de brigar como crianças, não consegui mais conversar com ela. Talvez ela saiba de algo, afinal ficou um bom tempo na consulta com a Hanna. — O Jung coloca em pauta.

— Realmente é impossível andar no sol, até para um da segunda geração — Taehyung parece pensar — Eu preciso conversar com ela.

— Como pensa em conseguir se ela não consegue nem olhar para você, vovô? A pirralha te botou no chinelo — Yoongi debocha — está perdendo uma boa oportunidade de ficar quieto menino — a Shu adverte

  BLOOD  Sombras de um reinadoOnde histórias criam vida. Descubra agora