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O reino estava calmo demais para todos os que ali habitavam, desde os acontecimentos passados, ninguém mais se sentia confortável em passear pelas ruas, com medo de serem atacados.

— Taehon? Onde ele está ? — Jimin procurava pelo palácio o menino motivo de seus cabelos brancos. Jimin estava mais velho, com os cabelos ruivos longos presos em um pequeno rabo de cavalo e alguns fios soltos. Sua beleza ainda se fazia presente em seus traços, mas os olhos estavam opacos devido ao cansaço. Ele vivia procurando um jeito de saber o que havia acontecido e de manter o reino sob sua proteção. Prometeu cuidar de Taehon e faz isso desde então, além de ajudar o reino.

Jimin descia as escadas do palácio e ia atrás do adolescente.

— Sabe, hoje eu estava pensando em dar uma cavalgada até a aldeia, mas não encontrei Taehon, então terei que ir desacompanhado — Jimin finge decepção e ouve passos ligeiros vindo atrás de si

— Tio...eu estou aqui, me leve com você — Kim Taehon, Adolescente alto dos cabelos compridos até seu ombro em um rabo de cavalo e o restante abraçando seu rosto tão delicado, seus penteados eram sempre inspirados no do seu tio. Os olhos castanhos claros. Já estava crescendo e logo seria um homem feito, Jimin precisava encontrar um jeito de trazer sua família de volta

— Você se esconde de mim e pensa que eu não sei te encontrar, quando quero? Espertinho — Jimin diz meigo e sorrateiro para o outro

— Você joga sujo — Taehon diz rindo

—  Não, eu jogo com as cartas que tenho em mãos —  Jimin diz sorrindo e caminhando em direção aos estábulos — Vamos, tenho que ir até polo — Jimin diz montando em um dos cavalos

— Tio? Enquanto cavalgamos até lá, pode me contar novamente sobre o meu pai ? — Taehon pedia esperançoso, adorava ouvir as histórias de seus tios e pais juntos em um passado antigo

— Claro, é sempre bom lembrar deles — Jimin diz calmo e com um pouco de esperança em seu peito, sentia falta deles. Mas sentia falta ainda mais de sua irmã gêmea.

(...) 👑

Eles desceram de seus cavalos e caminharam sobre a feira, tão pouco movimentada. Jimin sentia saudades dos reinos cheios de vida e alegria.

Eles compraram o que era devido e voltaram para o castelo, era perigoso estar pelas ruas sem os guardas ou o que sobrou deles. Os ataques haviam cessado já fazia alguns meses.

Jimin caminhava pela feira debatendo assuntos aleatórios que o jovem comenta. Até que no meio da multidão ele avista duas pessoas muito conhecidas. Seu rosto ficou pálido e seus olhos surpresos. Taehon percebeu a quietude de seu tio e olhou para onde ele estava olhando. Mas não encontrou nada de incomum

— Tio? —  Ele o cutucou — tio? O que foi? — Taehon chamava atônito

— Eu vi algo...que...é impossível! — Jimin dizia com a voz trêmula. — Vamos para casa Taehon, algo me diz que precisamos voltar — Jimin puxou o menino pelo braço e juntos correram até onde haviam deixado os cavalos. Montaram neles e voltaram para Adamos. — Fique dentro do palácio e não saia de jeito nenhum, para nada. — Jimin ordena ao garoto que se espanta e se preocupa

— Tio? Mas o que foi, eu quero ir com você! Onde você vai? — Ele diz em resmungos

— Guardas! Levem-no, não deixe ele sair dos seus aposentos, e vocês dois venham comigo — Jimin deixa suas ordens e ao ver fecharem os portões do palácio. Ele cavalgou para longe. 

🐎 🐎

A poucos metros da feira de polo, diante de um vilarejo em Norton, haviam duas mulheres um pouco peculiares: o povo estranhou. Elas se abrigaram em uma casa antiga, na qual não havia um sinal de vida desde os ataques ao reino.

— A vela apagou de novo! — A mulher de aparência abatida e insegura dizia para a mais velha, enquanto estava sentada sobre uma poltrona antiga em frente a uma lareira.

— O que eu posso fazer? Você poderia pegar um pouco do fogo que está na lareira e acender a vela. — Ao contrário da mulher, sua amiga aparentava cansada, mas sua aura lhe mostrava poder. Ela resmunga, enquanto espiava na janela o povo perambulando pela rua.

— Por que logo em um século no qual não há energia e internet, por que?! — Ela reclama.

— Vamos relembrar que você deveria saber como se acende um lampião, pois aqui, você era uma rainha — a que estava em pé, diz ao sentir uma leve dor na cabeça com as lembranças que chegavam à tona em seus pensamentos.

Uma comoção de repente aconteceu no bairro, as pessoas estavam agitadas e se trancavam em suas casas. Porém, após perceberem quem estará a chegar. Eles celebraram, mas perceberam a preocupação do homem que se aproximou a cavalo.

— Puta merda! vem cá ver — a vigilante chama

— Até aqui nós temos essa mania de ficar bisbilhotando? — Ela correu para perto da outra mulher. — Garota, é impressão minha ou aquela pessoa é a Lavínia versão masculina? — Sua amiga diz surpresa e ela ri — E se for uma versão da Lavínia, só que homem? Tipo em outra dimensão?

— Isso é possível!...Será? E se for algum parente? — Pergunta confusa, sua cabeça latejava.

— Por que vocês não perguntam a ele? — alguém sussurra nos ouvidos delas e elas levam um susto.

— Meu Deus, como você entrou? — a mais velha diz protegendo sua amiga.

— Do mesmo jeito que vocês — O jovem diz e sorri, seu sorriso transparece o quadrado exatamente igual ao pai — Pela porta dos fundos. Quem são vocês ?

— Ninguém, só estamos perdidas — rebate a moça astuta

— São forasteiras? Saqueadores? Indígenas? Ou pior? — O menino perguntava curioso.

— Não lhe devemos justificativa — Novamente ela rebate

— Você está escondendo ela por que? - O garoto desconfia — oh...já sei, vocês são amantes? — Ele perguntou surpreso, fazendo ambas as mulheres encararem e rir

— Você está louco, garoto? — ela pergunta ao olhar o garoto dos pés à cabeça e ver que não aparenta ser uma ameaça.

— Vocês não são daqui, não sabem quem eu sou, está escrito no rosto de vocês — Ele diz e caminha em volta do cômodo — Eu sou…— Ele iria falar, mas alguém rapidamente tapou sua boca e o calou, ele revirou as orbes ao perceber quem seria.

— Sabe que não pode sair contando quem você é para pessoas desconhecidas — O ruivo sussurrou no ouvido do garoto — O que faz aqui majestade?

Ele resmunga algo, mas Park não estava realmente querendo saber a resposta, pois de fato ele sabia.

— Eu pedi para ficar no palácio — O ruivo diz e o solta, fique lá com os guardas, eu lido com essas duas.

Após o garoto sair resmungando como uma criança. O homem fecha seu semblante e olha para as duas mulheres.

— Me digam, de onde vieram? Vocês estão muito longe de casa e se estão por aqui, significa uma coisa apenas. — Ele comenta encarando o rosto de ambas, tão idênticas porém de um mundo totalmente diferente — Eles a encontraram a tempo.

Continua…

Taay Bittencourt

  BLOOD  Sombras de um reinadoOnde histórias criam vida. Descubra agora