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🚨 Este capítulo pode conter cenas de morte, violência explícita, sexo e gatilhos. 🚨

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Calmo...

Era assim que tudo estava. A angústia que outrora Harry sentia agora não parecia existir, embora tudo ao redor emitisse paz. Sua mente parecia não aceitar. A porta do cômodo é aberta e, atrás dela, está Beatriz, com um largo sorriso.

— Você vai morrer? Se for, saiba que não permito. — Sua voz sai quebrada.

— Te disse uma vez e vou repetir: não vai ser fácil assim se livrar de mim. Bora dar uma volta — Beatriz diz, envolta em seu melhor sorriso.

— E você pode sair? Me disseram que você estava mal — Harry se mostrou cuidadosa.

— Aqui eu posso tudo. Venha, vamos — Beatriz diz, estendendo a mão.

— Aqui, onde estamos? No quarto onde me colocaram — a mais jovem diz.

— Olhe ao redor. Não estamos no seu quarto. Vem, vamos! — diz Beatriz. — Só uma coisa: não importa o que aconteça, não acorde.

— Como assim...?

Harry não tem tempo para terminar sua fala, pois neste instante Beatriz abre a porta pela qual entrou. No primeiro passo, o cenário inteiro à sua frente se transformou; o que antes era um corredor cheio de portas e guardas agora se transformou em uma floresta. Não era densa; havia uma trilha que, ao seguir, levou-os a um rio onde desaguava uma cachoeira cristalina. À disposição das rochas, peixes nadavam ali. Havia um lençol de areia ao redor e, ao longe, um pano branco estendido no chão anunciava um encontro.

— Em hipótese alguma faça contato visual com nenhuma das pessoas aqui. Só podemos ser vistas quando olham nos nossos olhos, ok? — Beatriz dá a orientação.

— Como você sabe disso e como viemos parar aqui? — Harry indaga.

— Eu recebi uma visita que me deu algumas orientações específicas. Estamos aqui por uma quebra da ordem natural, mas, segundo o meu visitante, é muito necessário para nós duas. Só não faça contato visual e não tente interferir, ok? — Beatriz responde.

As duas se aproximam do casal presente ali.

— Como você se sente hoje? — o homem pergunta à mulher que está sentada à sua frente.

A saliência em seu ventre diz que, em breve, seu bebê irá nascer.

— Estou bem, majestade, apenas está sendo difícil dormir; nossa pequena é um tanto agitada — a mulher responde.

— Sinto muito por isso. A propósito, perdoe-me por não poder estar com você. Temos vivido dias difíceis; a tempestade causou muitos estragos, e os plebeus foram os que mais sofreram. Adamos tem ajudado com metal para as construções; conseguimos até um empréstimo em ouro para ajudar na reconstrução — o homem fala enquanto acaricia a mão da jovem mulher.

— Não se preocupe, majestade. Eu estou bem. Nossa menina é agitada, mas eu gosto disso; não me importo com a dificuldade — responde.

— Tens tanta certeza de que é uma menina? Se realmente for, como vamos chamá-la? — ele pergunta.

— Será Hanna. Assim como o número, ela será a primeira, não só em nossas vidas, mas para o mundo — a mulher diz emocionada.

  BLOOD  Sombras de um reinadoOnde histórias criam vida. Descubra agora