Como Uma Rainha

Kapitel VI

Ricochetes podem ser ouvidos ao fundo, a decisão de não haver mais paradas pareceu ser bem aceita depois que começamos a ser perseguidos. A carroça sacode, jogando nossos corpos um contra os outros, nos tornando uma bagunça de pernas, braços e tecidos.

Atrás de nós o grupo de cinco homens fazem uma escolta improvisada enquanto Peter tenta fazer com que o glorioso Gypsy continue no ritmo frenético. E algum momento deixei de sentir dó ou pular a cada vez que o chicote gritava no lombo do animal, a ideia de ser pega e morrer me distraiu a este ponto. Mas a dor que vinha com os solavancos continuava em todo seu esplendor, me arrancando arquejos e xingamentos murmurados.

Em algumas curvas, cestos foram derrubados e deixados para trás, o que tem atrapalhado de certa forma os cavaleiros de avançarem ainda mais em nossa direção. Entramos em uma trilha onde as altas árvores, com copas cheias deixavam-na escura, a lama formada com a última chuva que se deu torna o caminho tortuoso ainda mais difícil de se vencer, mas Peter tem um experiência surpreendente em conduzir mesmo nessa situação.

Abraço Wanda contra meu peito e me mantenho abaixada com ela em meus braços, evitando os galhos baixos que a floresta oferece.

- Estou com medo. - Hase comenta agarrado a sua mãe.

Uma luz pode ser vista mais a frente, junto com o som de pessoas andando em várias direções.

O porto!

Nos mantemos abaixados e colocamos uma lona sobre nossos corpos, tentamos ao máximo controlar a respiração, economizando ar e fazendo o mínimo de barulho. A carroça diminui a velocidade e o homem guia o cavalo a galopes graciosos.

O plano consiste em nos separarmos assim que chegássemos ao porto, seria Peter com as outras dez pessoas como bagagens e os outros cinco homens em seus respectivos cavalos. Com o grupo dispersado, teoricamente é para ser mais fácil chegar ao nau que nos espera. O veículo de madeira sacoleja, porém de maneira mais "branda" que alguns minutos atrás, um incômodo sobe minhas costelas conforme sinto Wania apertar os braços em mim e pressiona sem querer minha ferida metade cicatrizada metade recosturada. Mordo os lábios contendo qualquer ruído, mordo forte e demoradamente, até sentir o gosto metálico do sangue na ponta da minha língua, mas isso não me impede de continuar segurando a parte inferior de minha boca.

Depois de algumas manobras suaves que constratavam fortemente com as feitas anteriormente o movimento diminuiu até parar. Esperamos imóveis o sinal de que era segura sair.

- Vamos depressa.

A lona que, antes nos escondia, é puxada com certa violência. Sobressalto com a pressa empregada no ato, mas relaxo ao perceber que é Peter quem o fez. Ele ajuda a Sr. Foller a carregar suas duas crianças mais a cesta com seus pertences, Wanda pega as filhas pelos braços e as arrasta para fora do veículo de madeira, rasteja até a ponta da carroça, com dificuldade pego uma ou outra coisa que caia na pressa dos outros passageiros, uma rajada de vento passa por mim, trazendo o cheiro salgado do mar, fazendo eu perceber o sol se pondo com um espetáculo particular de cores.

Os cinco homens que vinham separados chegam e pegam as coisas restantes enquanto todos nós nos envolvemos em um tropé. Caminho lentamente devido a minha condição, e não me atrevo a atrapalhar quem já estava no ritmo de vai e vem, meus passos são arrastados, assim como a barra de meu vestido no chão de terra sob meus pés.

Fico em alerta ao ouvir um estalo e então um vento passa por meus cabelos, ocasionando em uma flecha cravada no chão a alguns metros de mim, olho para trás surpresa, ponho a mão na orelha, contatando o líquido que escorre pela ponta dela. A monotonia de ir e vir cessa, e todos correm na direção do barco que está a nossa espera, ainda arrastando os pés, tento correr, mas sei que é uma tentativa falha, já que eles tem armamento e cavalaria. Agarro o que carrego contra o peito com um braço é com o outro ergo o vestido para não ter risco de eu me estabanar no chão igual fruta podre caindo de árvore. Gustav, que vinha logo atrás de mim pega as coisas de mim e torna a correr rapidamente em direção a embarcação, começo começo me desesperar, vendo o grupo se afastar cada vez mais, me deixando para trás, machucada e fraca.