Como Uma Rainha

Kapitel XVII

Venho começado o dia mais cedo do que o costume, tenho andado por toda área que conheço da embarcação, isso tem me ajudado não só fisicamente falando, eu tenho obtido algumas informações extras, por exemplo, pelo o que ouvi dizer faltam apenas uma semana para finalmente atracarmos em terra firme e nunca pensei em um dia dizer que não aguentava mais ver o mar. 

— Senhorita Loren. — Me viro para trás encontrando senhor Jackman vindo em minha direção. — Está bem cedo para uma caminhada não?

Ergo a sobrancelha.

— Não sei, o senhor está caminhando agora certo?

Ele ri, de um jeito forçado.

— Não é isso, é só... nunca a vi fazendo isso.

Outro ponto que tenho notado a alguns dias é que as pessoas neste naus tem cada vez mais me tratado de um jeito esquisito, cada dia, cada hora, cada minuto que se passa parecem estar sendo falsas, forçadas. Quase manipuladoras.

— Comecei a treinar com Gilbert, tem dois dias que faço isso já.

— Sempre por esse caminho?

Franzo o cenho confusa com a pergunta, que foi feita em um tom quase desesperado.

— Não, hoje decidi vir um pouco mais longe.

— Hum, entendi. Aliás — Valter me vira e me empurra para frente, aos tropeços sigo o caminho para qual ele está me levando — seu vestido está pronto.

Meu cérebro se ilumina e por segundos deixo de lado a situação esquisita que se desenrolou agora.

— Sério? — Pergunto animada — que bom! É meu vestido favorito.

— Sim, sim. Vanelope destacou isso muito bem, retirei todos os botões com toda delicadeza possível, os bordados foram um pouco difíceis, mas tirei cada fio com sucesso.

Valter sorri orgulhoso de seu trabalho e eu sorrio em expectativa. Ela não mencionou nada deles não serem feitos de ouro.

— O que eu posso fazer com essas coisas? — Pergunto tentando colher mais detalhes.

— São pedras muito bem esculpidas e talhadas, pode fazer bastante joias com elas, a qualidade é surpreendente. Os fios de ouro são um pouco difíceis de se ter utilidade, mas pode guarda-los para depois mandar derreter e forjar novamente em algum apetrecho que desejar.

Meu sorriso se alarga, bingo! O vestido era caríssimo, não entendo muito de tecido, mas baseado em meus conhecimentos sobre caimento e o tanto de vezes que minha mãe ia ao ateliê encontrar a modista, talvez fosse linho kohlebeckenensse, um tecido tão caro que chega a ser raro de se achar. Boatos dizem que somente o mais alto escalão da sociedade tinha não só acesso, como estoque desse tipo tecido, talvez arquiduques, grão-duques, mas com toda certeza...

A Família Real!

— Posso pegá-lo?

— Claro, vamos até minha cabine.

Valter tira as mãos do meu ombro e vai na frente guiando o caminho até seu cômodo, olho para trás com a sobrancelha franzida. Semicerro os olhos tentando enxergar além.

O que tem ali?

Seja o que for, terei que voltar em um outro horário. De tarde ajudarei nos preparos do almoço e durante a noite... posso inventar um mal-estar, talvez. É quase comum eu jantar em minha cabine, ninguém suspeitaria, e nesse horário todos estão no salão comendo juntos, é uma tradição sagrada para eles ter ao menos uma das refeições todos juntos.