Kapitel XI

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Subo cada degrau como se eu estivesse caminhando para meu fim em uma guilhotina, a cada passo dado eu sinto que morro um pouquinho mais. Meu coração já está na entrada de minha garganta e nunca o senti tão acelerado com a possibilidade de ver uma sala cheia de outros seres humanos como nesse momento e espero nunca mais senti-lo.

Viro a esquina e o som de conversas já chega em mim, risadas e tons de vozes alegres tomam conta do corredor, Wania toma como missão me puxar até o salão, coloco um sorriso no rosto antes de entrar no largo espaço reservado para refeições. Vanelope irrompe pela porta tentando fazer uma entrada triunfal, mas a velocidade de Wania atrás dela não diminui a tempo e como estou agarrada a garota acabamos nos três amontoadas no chão, numa bagunça deselegante de saias, fico com vergonha, é a primeira vez que encontro com todos reunidos e já chego da pior forma possível, memorável devo dizer, porém um tanto vergonhoso.

O salão fica em silêncio, e é ensurdecedor não ouvir nada enquanto nós três nos embaralhamos ainda mais para nós levantar. Como estava sendo puxada, no instinto — espero que tenho sido isso no caso — Wania me jogou em sua frente, então no momento me encontro esmagada entre as duas garotas, e a perna de uma delas está perigosamente sobre meu pescoço, o que provavelmente indica que as saias de alguém subiu de modo desinibido durante a queda, e considerando que elas são adolescentes fico preocupada de me mexer e piorar a situação que já seria ruim se fosse com uma adulta, quem dirá para uma jovem da idade delas. Por causa disso permaneço imóvel sobre elas, que disputam entre si para descobrir de quem é a culpa da queda, a mais nova desprovida de freios ou a mais velha que não avisou que deveríamos ir mais devagar, também uma pequena discussão que visava saber a quem pertence qual braço e se por acaso minha mão não seria de uma delas.

Um braço estendido aparece em meu campo de visão e incrivelmente quem o estende é Gustav, ele não olha para a bagunça amontoadas, apenas tem a mão estendida para me ajudar a levantar com a cabeça virada para direita e uma taça de vinho na outra. Olho ao redor, captando a imagem de vários barris pela sala, arregalo os olhos surpresa, tem vinho para séculos armazenado aqui.

— Agradeço a bondade de ajudar, mas é um pouco complicado de levantar daqui sem sem cometer o erro de expor alguém sem querer.

Ele agacha e colocando a taça no chão nos ajuda, respirando fundo e violentamente ele faz o possível para acalmar as irmãs e rolar Wania de cima de mim sem mais constrangimentos, assim que a garota se levanta num pulo o homem toma minha mão e apoiando a outra em meu cotovelo me põe de pé, balanço um pouco com a tontura do movimento abrupto, sou agarrada pela cintura por um aperto forte que me põe no lugar.

— Obrigada — pigarreio enquanto dou um passo para sair da frente dele, sou puxada de volta ao lugar onde estava, fico estática, sem saber o que fazer depois da atitude do homem em me puxar de volta.

— Não agradeça — ele me responde abaixando, acho que para ajudar as meninas — se cambaleasse ou fosse para o lado provavelmente iria acabar chutando meu vinho.

Ele se levanta com a mão com a taça, a deixando alto, seu irmão responde com o gesto de cabeça, dando as costas, sem ajudar mais ninguém ele se vai, todo animado e rindo, o que incentiva os outros no salão a também rir de nós três. Bufo com sua atitude indecorosa, arrumo o vestido, batendo a mão para tirar qualquer partícula que restasse nele e me viro de costas para ajudar as duas jovens ainda no chão.

— Não era essa minha ideia de entrada triunfal. — Vanelope diz com tom pesaroso

— Não será facilmente esquecida pelo menos.

— Não por nós — completo puxando Vanelope do assoalho.

— Desculpe, você ainda não parece bem e passou por essa vergonha agora a pouco.

Como Uma RainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora