XXVII

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Já se passaram alguns meses e o Real Madrid está na final da Champions e ganhamos a La liga. Estou esperando ganhar essa Champions. Esperei por muito tempo, e fiz esse time chegar aqui, não vou aceitar perder. Porém, antes iremos ver os meninos jogarem a final.

Vai ser em Wembley, e sei que ele irão ganhar, talvez com um pouco de dificuldade já que o Dortmund está jogando muito bem. Batalhou para chegar na final.

[...]

Estou indo para Londres com os meninos, o barulheira, não que não seja igual com o time feminino, mas eles são mais alegres, gritam mais e cantam muito mais. A viagem toda ficou tocando funk, a não ser por duas horinhas que todo mundo foi dormir. Menos eu, fiquei acordada e também o Jude que ficou duas horas inteiras vagando pelo avião.

Quando cheguei no hotel só queria dormir e descansar para dois dias de treino deles e um grande jogo.

1 de junho...

Acordo bem cedo, apesar que o jogo vai ser de tarde, gosto de ver a cidade onde estou, conhecer um pouco do lugar e sair para correr, espairecer.

Sair para correr as oito e meia da manhã e voltei as duas horas da tarde. Sabe quando você está no automático? Parece que tudo em sua volta acontece e você nem percebe, tudo, tudo, tudo te faz mal. Qualquer frase minúscula te irrita ou te deixa chateada, mas você não consegue sentir nada? É inexplicável eu sei. Como sentir e não sentir? Eu também não sei, só quero s minha vida de volta. Quero ser aquela menina alegre e sorridente.

As três horas comecei a me arrumar e fui direto para Wembley. Chegando lá vi as torcidas cantando e pulando, gosto dessa energia. Parece que quando estão aqui o resto do mundo não existe mais.

Sinto a mesma sensação dentro de campo, nada mais existe além de mim e da bola.

[...]

O primeiro tempo foi horrível para o Real, eles não conseguiam atacar, por mais que a posse de bola fosse deles, em qualquer oportunidade que o Borussia tinha de pegar a bola e atacar eles faziam isso.

Mas o segundo tempo foi melhor, gol do carvajal aos 74' minutos e depois um passe lindo do Bellingham para o Vini que resultou e outro gol. Eu gritei, eu pulei, eu chorei, e no final do jogo ver todos eles felizes foi bom.

Bem depois de quase todo o pessoal ir embora eu desci para o campo para parabenizá-los.

—Depois daqui vamos para um rolê?

—vamos.

—concordou de primeira Aylazinha? Está doente?— Bellingham diz colocando a mão na minha testa. Tiro a mão dele.

[...]

Esse rolê é igual a todos os outros. Mas agora eu estou pensando na possibilidade de eu beber.

—Vai ficar sentada aí?—Bellingham.

—é que eu não quero tirar a atenção que todos estão dando para vocês.

—você é muito convencida sabia?

—Sabia.

—por que você não se enturma? Sempre fica no seu canto sozinha.—não o respondo—moço, dois copos de whisky por favor.—eu vi o que aconteceu com você a três anos atrás.

—isso não é da sua conta.—O rapaz trás as bebidas. E Bellingham me oferece uma.

—Entendo sua dor, mas. Porque você não sorri mais? Eu vi uns vídeos seus antigos, seu sorriso é muito bonito. Deveria tentar pelo menos. —pego o copo que ele me ofereceu e bebo só em um gole. Sentindo toda minha garganta queimar por dentro.— você sempre está séria e nunca saí de casa. Raridade você estar aqui com a gente.

—Eu só não gosto desses lugares Jude.

—E porque nunca sorri?

—Quem disse que eu não dou um sorriso?—ele me olha como se a minha pergunta fosse estúpida.

—Sempre é forçado, você...—ele pareceu pensar em algo mas desistiu de falar.— depois do que aconteceu. Você ficou assim, ou aconteceu mais outras coisas?

—Mais um por favor—digo ao rapaz que me trás outro copo cheio de bebida—Ja te disse que isso não é da sua conta.

—Por que você é essa menina triste? Eu sei...

—Não você não sabe! Não sabe o que aconteceu comigo, então para de falar como se soubesse, como se quisesse me ajudar!

-Mas eu quero!

Bebo todo o copo e peço mais um.

-Chega. Você não é de beber, melhor não beber tanto.

-Me deixa.

Eu já estava um pouco bebada, mas foda-se. Lembrei de algo que não queria, tudo culpa desse encherido.

Eu bebo pelo menos mais cinco copos.

-Ayla, para, ja deu.

-shiuu, me deixa.

-não. Vamos para o holte vamos.

-nãoo! Seu chato, me deixa

Sinto ele me pegar no colo e me levar pro carro.

-toma isso.

Pego bebo e sinto ser algo sem gosto.

-não gostei. Não tem gosto.

-mas é pro seu bem. Bebe logo.

Bebo tudo e deito minha cabeça no banco do carro, sentindo todo álcool sair de mim.

Saimos do carro e eu ainda não estava totalmente sóbria. Então Bellingham me pegou no colo e me levou para o quarto.

-onde eu tô?

-no meu quarto, você bebeu demais, por quê?

-eu lembrei de algumas coisas que aconteceram comigo. Só isso.

-pode me contar se quiser.

-eu nunca contei para ninguém

-pode confiar em mim...-me deito na cama

-deita aqui também...-ele se deitou ao meu lado.

-eu realmente nunca contei para ninguém. Será que devo confiar em ti?

-pode confiar sim.

-não sei mas, eu acredito em você.

Ele de vira pars mim e coloca mão no meu rosto.

-os meus pais morreram na minha primeira partida no profissional. Minha vó morreu de câncer terminal meses depois e...

-e?

-eu fui estuprada.- sinto as lágrimas descendo e vendo aquele cara que tslvez eu nem conheça me abraçar.- desculpa...-digo ao moço por ter molhado a camisa dele.

-não...está tudo bem.

Passei a noite chorando, e abraçada com alguém que eu nem conhecia.



Até que eu acerte o golOnde histórias criam vida. Descubra agora