Capítulo 2

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SEGUNDA-FEIRA 13 DE JUNHO

PRIMEIRO DIA NO GREEN PALACE

07:00AM

     Era uma bendita segunda-feira ensolarada, daquelas lindas e maravilhosas para você dormir o dia inteiro ou, passear por aí e tomar um belo sorvete de baunilha.

     Eu amava baunilha mais do que amava fazer sexo, e isso é algo sério.

     Mas aqui estava eu, tomando um belo café bem preto e amargo, me preparando psicologicamente para trabalhar de concierge em um lugar que eu jamais pensei que pisaria meus pés.

     Ao menos não como uma mediocre funcionária, nada contra quem gosta de ser empregado dos outros, mas eu particularmente detesto, me via entrando como uma mulher poderosa que vai passar uns dias lá como patroa, isso sim.

     Mas bem, se ser submissa de chefe for um dos sacrificios que terei de fazer para conseguir pistas do meu passado, eu o farei.

     Terminei de tomar meu café e fui para o elevador, enquanto procurava a chave do meu carro, eu sempre perdia essa porcaria, acho que terei de fazer o que Sam disse e comprar um chaveiro enorme do Henry Cavill, segundo minha amiga, eu tinha um dom para achar homens gostosos então, se eu colocasse um chaveiro na forma daquele pedaço de mau caminho na minha chave do carro eu jamais a perderia.

     Ela deve ter razão, vou providenciar uma depois do trabalho, naquela lojinha de materiais diversos que há na esquina.

     Assim que cheguei, estacionei meu Mini Cooper na vaga de funcionário que ficava na lateral do hotel, para variar, bem perto da sarjeta.

     Irônico não? A ala dos funcionários ficar aqui.

     Um típico clichê de classes sociais que não se cruzam.

     No final das contas, achei melhor ignorar essa informação e ir em direção ao saguão do hotel para não me atrasar, onde Margaret estaria me esperando para começar meu treinamento no trabalho.

     Assim que adentrei o saguão principal, a avistei, ela que seria minha supervisora, estava conversando com um homem alto e loiro, ele estava de costas para mim e com uma toalha nos ombros.

     Assim que eles finalizaram a conversa, o homem foi em direção à área externa das piscinas e eu segui na direção de Margaret para começar meu turno.

     - Olá, sou a Hazel, nova concierge. - Estendi minha mão para cumprimentá-la.

     Margaret me analisou por tempo suficiente para me deixar constrangida. Qual é o problema dela?

     - Margaret. - Ela finalmente ergueu sua mão e apertou a minha, que estava parada no ar feito boneco de posto. - Serei a sua supervisora, irei lhe acionar através deste microfone que ficará instalado no seu ouvido direito para quando precisar fazer alguma tarefa específica.

     Sendo mais direta, ela me chamará apenas quando algum hospede solicitar um serviço.

     Algo no tom que ela estava usando, me deixava desconfortável, nem mesmo quando passei por diversas equipes de passarela, alguém usava essa postura fria. Talvez deva haver algo sobre isso na conduta de ética entre os funcionários.

     Acredito que ela tenha percebido que fiquei sem jeito após a maneira com a qual ela se comunicava.

     - Não me leve à mal Srta. Martinez, quanto menos intimidade e amizades você fizer aqui, melhor será para você. - disse ela, enquanto aplicava o microfone no meu ouvido.

Um aliado ao acaso - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora