QUARTA-FEIRA 15 DE JUNHO
Matteo Pelegrinni
- Qual é a da garota? Ajudou ela a carregar um carrinho de lagostas por aí, Javier vai enlouquecer quando souber disso. - disse Julian, enquanto abria a tampa de vidro da panela para verificar seu pedido ridículo.
- E qual é a sua? Por que caralhos foi pedir algo tão idiota? - perguntei, já me esquivando do assunto.
Julian está dentre o último das pessoas nas quais eu realmente conversaria sobre minha recente obsessão pela nova concierge. A criação que ele teve jamais o faria entender como é possível que eu esteja maluco em ter algo com aquela mulher, mesmo que ela fosse a própria deusa do Olimpo.
É irritante às vezes, a falta de capacidade do meu amigo de ser alguém normal, mas devido ao seu berço, entendo o porquê de ele ser desse jeito.
- Por que é algo idiota? - perguntou ele, de maneira debochada.
- Talvez por estarem vivas? Vai fazer o que com isso cara, brincar de casinha? - caçoei.
Se tinha algo que deixava Julian fervilhando a cabeça, era rir dele. E é claro que eu fazia isso quase cem por cento do tempo em que estávamos juntos, era quase um hobby.
- Reservei elas para o poker com os rapazes mais tarde, antes de irmos para o lobby. - explicou ele.
Quem diabos iria querer lagostas vivas como recompensa em um poker? Julian era muito idiota quando queria ser.
Prefiro nem pensar nisso, contanto que eu não esteja no meio e ganhe elas ele pode até criar uma de estimação. Inclusive, já até havia me esquecido que iriamos no lobby, provavelmente hoje será mais uma das noites em que irei somente beber e dar boas risadas, ao invés de transar.
Isso se Olívia não aparecer pela camada da atmosfera só para aporrinhar meu juízo.
Não há homem decente que aguente.
Não me levem à mal, eu era considerado um verdadeiro cavalheiro, à menos quando forçado em ser um babaca. Essa situação hipotética de que haverá algo entre mim e Olívia criado pelas nossas famílias, já passou dos limites, já foi deixado mais do que claro que nem se me castrassem eu me casaria com ela.
Olívia não tinha autenticidade, opinião própria e era tão azeda quanto Karen, inclusive, acredito que se as duas tivessem se casado uma com a outra se dariam muito melhor do que a situação atual delas, uma casada por conveniência e a outra desesperada por atenção.
Falando em atenção, assim que virei meu rosto para a esquerda, em direção às grandes janelas do quarto em que Julian estava. Pude reconhecer os longos cabelos loiros de Hazel, presos em um rabo de cavalo bem alto e sexy. Ela estava redirecionando um hóspede que havia estacionado onde não devia, falando e gesticulando de um jeito charmoso que até hoje não percebi em mulher alguma além dela.
O jeito com que ela ignorava todas as minhas investidas estava me deixando tentado em continuar cada vez mais, só para ver até onde ela não daria bola.
Eu não sou muito do tipo de cara que fica feito cachorro atrás, mas se estou certo, Hazel também não estava me olhando com tanta indiferença quanto demonstrava, na verdade ela é bem fugaz na maneira em que o faz.
Olhando-a assim, de longe, através da janela, enquanto Julian estava se preparando para seu jogo de poker, é perceptível o quanto ela chama atenção para si sem esforço algum, e o que mais me pegou é o fato de todos os homens presentes na área externa estarem a observando assim como eu estava, como se ela fosse a nova isca deles.
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Um aliado ao acaso - Livro 1
Romance*Ele é rendido por ela desde o primeiro contato; *Ela é uma modelo desapegada e espontânea; *Nem igual as outras e nem perfeita, ele diria que ela é inusitada; *New Adult + Obcecado por ela + Stranger to lovers. Eu só tinha um problema e um plano. E...